A produtora 3D2 Entertainment traz em sua estreia no mercado o game The Crow’s Eye para PC. Um jogo de puzzles em primeira pessoa ambientado em uma universidade na década de 60 e que conta uma história de terror psicológico marcada por mistérios sobre o desaparecimento de 4 jovens estudantes.
Em sua campanha o jogador deve juntar cartas, documentos e fitas de áudio que o ajudem a entender os eventos ocorridos na universidade entre os anos de 1943 e 1947 enquanto resolve puzzles para abrir caminho a novas áreas.
A história é realmente boa e é um dos maiores motivos para prender o jogador.
Você começa a narrativa em uma sala com trancada e escura na universidade de Crowswood no ano de 1966 sendo informado que aquele é a tentativa 288. O que já é marcante logo no início é a voz que se segue, o que parece ser um cientista louco, diz comandar as regras do “jogo” e que você deve explorar o lugar. Esta voz é incrivelmente parecida com o icônico Coringa de Mark Hamill e faz remeter o jogador a uma atmosfera doentia e caótica. A trilha sonora com músicas tensas também traz uma ambientação incrível ao jogo.
Um destaque vai para a iluminação das salas, muito bem trabalhada, o que dá um tom de suspense a mais, o jogador auxilia na iluminação com um isqueiro estranhamente potente (porque não uma lanterna??). A mobília e o cenário da universidade deixam o jogo com um toque particular que o difere dos jogos de terror atuais.
The Crow’s Eye tem seus pontos negativos e que sacrificam bastante o game. Os puzzles não têm nenhum grande atrativo, atividades como abrir portas resolvendo senhas ou mini games de trancas, empilhar caixas ou escadas para alcanças locais altos, descobrir combinações de alavancas ou craftar objetos para abrir áreas se mostram repetitivas e desinteressantes.
A modelagem tem texturas de má qualidade e há áreas onde os objetos se amontoam em supostas pilhas de terra e escombros, o que faz com que os gráficos mais pareçam de Playstation 2. Se tirar os efeitos de iluminação, eles realmente são ultrapassados e mesmo se tratando de um jogo Indie poderiam estar melhores. Um destaque para a mão do jogador que está terrivelmente malfeita.
O jogo também não possui grandes desafios com relação a sobrevivência, os únicos inimigos que encontrará serão vermes que somem quando se move rapidamente o mouse.
Em resumo, o game tem uma ótima história e trilha sonora excelente (sem falar da dublagem incrível), porém falha na proposta de terror e é mediano nos puzzles merecendo Selo Bronze da Gamers & Games. Com um enredo desses poderia ter se saído bem melhor, mas já é um início para a 3D2 Entertainment, concertando as falhas deste game certamente poderemos esperar coisas melhores no futuro.
