Como todos sabem, hoje dia 08 de Março é comemorado o Dia Internacional da Mulheres. E lógico que a Gamers parabeniza a todas jogadoras por esse dia.
Infelizmente sabemos que esse dia foi criado para não esquecermos da luta delas pela conquista de direitos e também para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres.
Se isso é uma triste realidade no mundo dito normal, imaginem no mundo dos Games, onde jogadoras não só são discriminadas por simplesmente jogarem, como sofrem assédio em games online ou são vistas como café com leite quando disputam no competitivo eSports. O mundo dos games é um mundo machista ainda.
Se hoje é assim, imagine em 1982, onde o mercado de games estava aquecido pelas vendas do console Atari, que trazia a magia dos jogos para as Tvs de tubo de todo o mundo.
Foi neste cenário que apareceu Carol Shaw, a mulher que criou um dos jogos mais emblemáticos e inesquecíveis da história: “River Raid”.
Shaw nasceu em 1955 e se formou em Engenharia elétrica e logo depois virou mestre em ciência da computação. Jogadora desde sua adolescência, adorava fliperamas como “Computer Space”.
Após ingressar no ramo dos games, Carol trabalhou em um jogo chamado “Polo” que nunca foi lançado e “3D Tic-Tac-Toe”, para o Atari 2600.
Mas daí veio a ideia de criar algo novo e lançou pela Activision o jogo “River Raid”. Se tem alguém que não conhece, saiba que o game introduziu mecânicas nunca antes vista, como a movimentação do avião para os lados e para frente e para trás, além de introduzir a limitação do combustível, já que sem ele você também morria.
Em entrevistas, Shaw disse que em muitos momentos enfrentou preconceito no seu trabalho: “Uma vez eu estava trabalhando no laboratório e o presidente da Atari, Ray Kassar, estava em visita. Ele me disse ‘Ah, enfim uma mulher designer de jogos. Ela pode fazer correspondência de cores e decoração de interior nos cartuchos’. Eram dois temas nos quais eu não tinha interesse.”
Sim, além de não ter interesse em trabalhos que eram definidos como um clichê de “coisas que as mulheres podem fazer”, Shaw correu atrás de seu sonho de ser desenvolvedora de jogos e conseguiu chegar lá graças a seu talento, dedicação e competência.
Carol Shaw se aposentou precocemente, mas ao deixar os games de lado, se dedicou a trabalhos voluntários em organizações relacionadas com tecnologia.
No ano passado ela recebeu o prêmio de Ícone da Industria, dado pela The Game Awards, graças ao seu imenso trabalho e legado deixado no desenvolvimento de jogos.
Esse é um pequeno exemplo que esse mundo machista precisa e vai mudar, seja pela conscientização ou seja pela força e garra dessas mulheres fantásticas.