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Divinity: Original Sin 2 – Definitive Edition | Análise

Só pode existir um Deus! O divino está morto. O vazio se aproxima. E os poderes até então adormecidos dentro de você, estão prestes a despertarem. A batalha pelo divino começou. Escolha com sabedoria e confie com cautela, pois a escuridão espreita em todos os corações.

Em Divinity: Original Sin II Definitive Edition dominamos um combate bem complexo e cheio de táticas. Mesmo havendo a possibilidade de nos juntarmos a outros 3 jogadores, já dou a dica: Só um de vocês se tornará um Deus. Podendo escolher entre 5 raças, 6 personagens originais e únicos, ou se preferir criar o seu, fique à vontade!

Vários ajustes e melhorias (incluindo alguns novos conteúdos prometidos) voltaram ao PC ao lado do lançamento dos consoles, como suporte para multijogador com tela dividida para dois jogadores ou jogo online para até quatro amigos.

Sem surpresa, Divinity: Original Sin II surpreende com a criação de personagens. Enquanto o anterior só incluía Humanos, a sequência acrescenta Elfos, Anões, e Lagartos. Naturalmente, podemos escolher variantes femininas ou masculinas, mas há mais uma opção: podemos criar uma versão viva ou morta-viva do nosso personagem. Cada raça tem particularidades, como os Lagartos que cospem fogo, ou os mortos-vivos que sofrem dano com garrafas de saúde, mas regeneram com veneno. Até podemos abrir fechaduras com os seus dedos magrelos, sem necessitaremos de ferramentas adicionais. A habilidade racial mais interessante será a dos Elfos, que no contexto de Divinity, comem corpos. Ao ingerirem membros dos mortos, os Elfos conseguem regenerar a sua saúde, mas também obter as memórias rápidas da vida das suas vítimas. É uma habilidade usada para efeitos narrativos, como mecânica de jogo, e até como ferramenta para resolver puzzles.

Em termos de personalização, Divinity: Original Sin II não oferece tanto quanto gostaríamos, mas ainda assim seremos capazes de formar várias combinações. O jogo também oferece alguns arquétipos de classes que podemos usar, mas acabam por ser mais optativos, do que exatamente um caminho obrigatório. Como o jogo oferece grande liberdade na forma como podemos evoluir o personagem, isso implica que podemos cometer erros, e criar uma personagem pouco eficaz. Tenham isso em mente antes de começarem, já que só podemos redistribuir pontos de habilidade e atributos depois de várias horas de jogo.

Se estão jogando pela primeira vez, é recomendado escolher um dos seis personagens de origem, já que oferecem histórias pessoais muito ricas que acompanham a narrativa geral da campanha. O sarcástico morto-vivo, Fane, acorda depois de um longo sono para perceber que é o último da sua raça. Lohse, que parece uma versão fantasiosa de Taylor Swift, tem um demônio vivendo dentro dela. O arrogante Red Prince quer desesperadamente recuperar o seu trono entre o reino dos Lagartos. Estes são três exemplos do tipo de variedade que vão encontrar nestes personagens pré-definidos, e mesmo assim podemos modificar quase todos os aspectos, exceto a voz, o nome, e alguns detalhes visuais (o Red Prince tem de ser sempre vermelho, por exemplo).

A campanha começa alguns séculos após o primeiro Original Sin, e a magia fornecida pela Source está banida. Não precisamos ter jogado o original para desfrutarmos de Original Sin II, mas quem jogou vai certamente reconhecer e apreciar as várias referências. Como tantos outros RPG (The Elder Scrolls começa sempre assim), vão começar numa situação de prisioneiro, enquanto são carregados num navio para Fort Joy. Somos acusados de feitiçaria, e os primeiros minutos a bordo do navio servem como introdução. Quando chegamos ao forte, o jogo abre um pouco, e quando eventualmente fugimos, a aventura começa verdadeiramente. Como o nome indica, o grande plano geral envolve uma narrativa em torno de divindades, mas a história divide-se em muitas outras aventuras secundárias. Encontramos muitos plot-twists, surpresas interessantes e genuinamente inesperadas, que nos divertirão ao longo de muitas horas. Não faltam dilemas morais à espera das nossas decisões e ações, algumas com consequências imprevisíveis que só se tornam evidentes mais tarde. Também existem conflitos entre os vários personagens, algo que é ainda mais explorado se decidirem jogar em modo cooperativo com amigos.

A história de Divinity: Original Sin II resulta tão bem porque o mundo e os respectivos personagens são extremamente ricos em nuances e detalhes. Isso é também verdade ao nível gráfico, sobretudo em termos de cenários, com algumas vistas espetaculares, oferecendo suporte em 4K nos consoles aprimorados. Como no primeiro, terão uma perspectiva de topo, mas Original Sin II é um triunfo de design e construção de mundo.

Muitos conflitos em Divinity: Original Sin II podem ser resolvidos de forma pacífica, mas uma resposta ou atitude errada pode levar ao combate. Aqui vamos participar da batalha por turnos, onde existem pontos de ação para gastar em habilidades, itens, e movimentos. Alguns erros podem facilmente resultar na eliminação do grupo, e isso inclui a hipótese de afetarem o resto do grupo com as nossas próprias habilidades. Como no anterior, Original Sin II vive de um sistema dinâmico à base de elementos. Se atirarem uma bola de fogo a uma poça de óleo, tudo na área vai queimar, enquanto que eletricidade numa poça de água vai eletrocutar os inimigos. Existem inúmeras possibilidades, e algumas podemos descobrir por acaso, resultando normalmente em situações divertidas. Saber aproveitar o terreno e as combinações dos elementos é uma das chaves para o sucesso. Uma das novidades de Original Sin II é a introdução de dois tipos de proteções para cada personagem: uma física e outra mágica. Para causarem um dano mais sério, ou para aplicarem certos efeitos, devemos primeiro remover essas proteções. Mais uma vez, Divinity II pode ser um jogo muito exigente, mas a presença de quatro níveis de dificuldade vai ajudar-nos a encontrar uma experiência à nossa altura.

Não tenho qualquer dúvida em categorizar Divinity: Original Sin II Definitive Edition como um dos melhores jogos de 2018 no gênero, com muito potencial para se afirmar como um clássico desta reinvenção do RPG tradicional. Embora não seja perfeito, e exija uma curva de aprendizagem longa, Divinity: Original Sin II é um RPG que qualquer um interessado no gênero não deve deixar passar.

Divinity: Original Sin 2 – Definitive Edition

8.5

Nota

8.5/10

Positivos

  • Combates expressivos e táticos
  • História consistente dos personagens

Negativos

  • Aprendizagem de jogo muito longa
  • Não existe opção em nosso idioma

Thiago Richeliê

Um otimista cauteloso que sofre influências da desastrosa Lei de Murphy! Fisioterapeuta, amante de Games, o louco das Séries, apaixonado por Filmes e que chora ouvindo Músicas.
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