Crítica – Capitã Marvel (Sem Spoilers)

Carol Danvers antes conhecida como Miss Marvel, foi uma das personagens que mais sofreu no decorrer dos anos com diversas mudanças e polêmicas até sofrer com uma reformulação em 2012, ganhando novo título de Capitã Marvel e conquistando uma legião de fãs sendo a principal heroína da Marvel, após alguns anos, a personagem finalmente ganhou sua origem sendo retratada nos cinemas como o primeiro filme do MCU a ser protagonizado por uma personagem feminina e sendo a grande chave para o futuro de Vingadores Ultimato.

O novo longa da Marvel Studios não segue uma história de origem linear como de costume, apresentando Carol já com seus poderes e cumprindo missões com a força militar Starforce em Hala. O filme possui uma boa história conseguindo trazer uma conexão com o universo já estabelecido nos cinemas, ao mesmo tempo em que possui diversos plots que ajudam na evolução da Capitã Marvel e na descoberta de seu passado através de flashbacks. O humor do filme é bem equilibrado e bem encaixadas dando uma personalidade mais debochadas para a protagonista e a trilha sonora se destaca por trazer diversas músicas que foram sucesso durante os anos 90, como Nirvana e TLC. A computação gráfica funciona perfeitamente em vários momentos, como na utilização de rejuvelhecimento de Nick Fury, no Goose e até nos poderes de Carol no chão, porém quando se trata das lutas no espaço o CGI não funciona e fica nítido a personagem como um boneco artificial, mas que não chega a comprometer.

Divulgação: Marvel Studios

Os personagens são o ponto alto do filme, toda a evolução a medida que Carol vai descobrindo sobre seu passado é muito bem construída, Brie Larson soube entregar uma personagem carismática ao mesmo tempo em que é poderosa e que gosta de utilizar seus poderes, além de conseguir brilhar nos momentos dramáticos ao lado de Maria Rambue. Nick Fury é outro ponto positivo no filme, apresentando um personagem totalmente diferente do que já conhecemos sendo mais leve, divertido, despretensioso e sarcástico. A relação entre Nick e a Capitã é bem estabelecida e divertida de ver onde ambos tiram sarro um com o outro, o mesmo serve para a amizade entre Maria Rambeu e Carol que apesar de pouco tempo em tela consegue desenvolver uma relação importante para a protagonista.

Divulgação: Marvel Studios

Os personagens da Starfoce são apresentados de forma acelerada e não possuem muito desenvolvimento, assim como o personagem misterioso de Jude Law que é uma espécie de mentor para Capitã e possui importância para sua origem. O vilão Skrull Talos é uma das grandes surpresas possuindo uma motivação simples e com profundidade, surpreendendo o público em alguns momentos, assim como os demais Skrulls que possuem destaque por sua capacidade de metamorfose. Outro destaque é o gato Goose que rouba a cena em diversos momentos e possui uma divertida interação com Nick Fury.

Divulgação: Marvel Studios

Mesmo possuindo uma boa história, Capitã Marvel deixa a deseja em sua direção, não buscando ter uma identidade visual própria como outros filmes (Pantera Negra ou Guardiões da Galáxia são alguns exemplos) e apresentando uma fotografia simples, com cenas de lutas um tanto confusas e cheias de cortes. Apesar de se passar durante os anos 90, o longa não explora muito da época, servindo para alguns momentos de humor e divertidas referências como a Blockbuster e músicas que fizeram sucesso, o mesmo serve para o planeta Kree Hala que é apresentado e utilizado apenas para mostrar a Starfoce e a Inteligência Suprema, mas que podem ser explorados em futuros filmes. Embora as cenas de ação sejam boas, o filme não apresenta em seu clímax cenas novas das que foram mostradas nos materiais promocionais e trailers, o que dá a sensação de faltar um momento “épico” da Capitã Marvel.

Divulgação: Marvel Studios

Em meio a tantos filmes com novos heróis, Capitã Marvel possui uma boa história de origem da forma mais básica, se mantendo no modo “seguro” nas decisões de roteiro e apresentando uma nova personagem não tão conhecida para o público geral, mas que possui muito carisma e com um grande arco evolutivo, onde abordam temas sócio-políticos importantes atualmente. Além de ser uma das personagens mais importantes para Vingadores Ultimato e que abre portas para as próximas fases que estarão por vir no Universo Cinematográfico da Marvel Studios.

P.S: O filme possui 2 cenas pós-créditos e uma linda homenagem a Stan Lee.

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