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Anthem | Análise

Analisado no PlayStation 4

 

Com certeza escrever a análise de Anthem foi um dos trabalhos mais difíceis que fiz aqui para a Gamers & Games, o jogo gerou uma expectativa muito grande que foi sendo minada pela própria EA durante o seu tempo de desenvolvimento até calhar com a disponibilização da beta aberta pouco tempo antes do lançamento.

Diversos problemas surgiram, downgrades claros na qualidade gráfica, servidores pouco eficientes e por aí vai, a mídia e o público de uma forma geral massacraram o jogo, despejaram todo o tipo de crítica possível em cima do game e é justamente isso que eu não gostaria de fazer nesta análise, somente reclamar.

Sendo assim vou continuar esta análise focando em pontos específicos e descrevendo um pouco da experiência e opinião que tive durante o tempo que passei no mundo de Anthem.

 

Gráficos

Este é um ponto que de cara gerou muita controvérsia, várias comparações entre trailers e o que realmente estávamos acompanhando no produto final e de fato a diferença do que foi apresentado com o que foi entregue era clara, mas daí a reclamar que isso estaria influenciando a experiência ou deixando o jogo com menor qualidade eu acho exagero.

 

 

Mesmo jogando em um PS4 convencional, sem a utilização do 4K, o jogo se mostra muito bonito e com um nível de detalhes que merece aplausos, claro que poderia ser muito melhor se a promessa tivesse sido cumprida, mas neste quesito eu abstenho a desenvolvedora por um simples motivo. Hoje em dia é evidente que no que diz respeito a hardware os consoles estão muito limitados com relação a capacidade do que de fato pode ser entregue, portanto, pode ser, que em determinado momento a EA tenha utilizado toda a sua capacidade na criação gráfica, mas posteriormente, em uma fase de desenvolvimento mais avançada tenha notado que os consoles não seriam capazes de suportar a qualidade sem perder desempenho e por isso o downgrade.

Como tudo em Anthem possuí problemas, com os gráficos não foi diferente e infelizmente o jogo possui diversos atrasos em renderização com texturas carregando tardiamente e causando um efeito que incomoda um pouco. Somando a isso, passei por um erro gráfico que, esse sim, irritou bastante, na cinemática final, de encerramento do game, simplesmente o personagem principal, o freelancer que controlamos, não renderizou e não aparecia na tela de forma que as interações e diálogos dos demais personagens eram feitas com o vazio, tirando completamente o interesse e o clima da cena. Aliás, este não foi o único problema na cena, além desse erro “tosco” o áudio da cena simplesmente bugou deixando toca à sequência praticamente muda.

 

História

Anthem é classificado como um RPG de ação e esse é um detalhe que muita gente deixou passar. Muitas críticas foram feitas para o excesso de diálogos e o baixo nível de profundidade da história, mas basta olhar pra outros jogos desenvolvidos pela BioWare, Mass Effect e Dragon Age, por exemplo, que podemos identificar que tal abordagem é bem característica da empresa.

Acredito que a história principal foi pouco aprofundada, pois na verdade o que tivemos acesso durante o lançamento é apenas um prólogo de uma história que irá se desenvolver com o tempo, prova disso é que mesmo antes do jogo chegar às prateleiras já havia sido divulgado que o primeiro ato se desenvolveria a partir do lançamento, mas com adições de conteúdo nos meses seguintes (Março e Maio).

 

 

Mas falando do que foi apresentado, eu particularmente gostei do desenvolvimento da narrativa, principalmente por que a mesma não se prende a uma única linha, o jogo desenvolve histórias paralelas, de personagens que pouco influenciam na história principal, mas que me geraram curiosidade para seguir interagindo pra ver até onde iria, qual seria o desfecho daquela história daquele personagem, foi mais como se eu me preocupasse com qual seria o destino daquele NPC e não com o meu personagem somente.

 

Jogabilidade

Desde que Anthem foi anunciado ficou muito claro que ele seria um jogo baseado em loots, ou seja, um jogo onde você recebe prêmios a cada missão e ou objetivos finalizados e com isso é necessário fazer e refazer tudo o que o jogo apresenta diversas e diversas vezes. Se você já jogou Destiny sabe muito bem o que estou falando.

Pois bem, tendo isso em vista fica claro que o endgame é onde você irá gastar a maioria do seu tempo no jogo, após terminada as missões da história resta apenas algumas missões mais difíceis, as fortalezas, e a repetição para que torne possível que você alcance os níveis máximos de poder e consiga os melhores itens.

Neste momento que acredito que o jogo peca um pouco, em Anthem de fato o que importa é a repetição exagerada e não a conquista de objetivos. As fortalezas que citei acima que são as principais missões no quesito dificuldade se sustentam por pouco tempo, elas realmente são difíceis nas primeiras duas ou três repetições, daí pra frente acaba o desafio e vira realmente somente uma repetição em busca de loot, ou seja, a diversão foi embora.

 

 

Outro exemplo da repetição exagerada são as missões que o jogo chama de desafios, nesse tipo de missão o jogo simplesmente de impõe metas de repetições onde você precisa fazer um número X de cada tipo de missão, 25 fortalezas, 100 desafios, 25 contratos, 25 missões aleatórias (isso em um único desafio) e o que prova que o intuito aqui é a simples repetição é que tudo isso pode ser cumprido no nível de dificuldade fácil, que mesmo assim irá contar para o progresso do desafio.

Mas o pior de tudo é que a conclusão desses desafios não possui uma recompensa à altura, já que os itens recebidos ao cumprir todas as exigências muito provavelmente você já terá recebido após tantas repetições que teve de fazer, tornando todo aquele tempo perdido praticamente inútil.

No que diz respeito a jogabilidade em si, o sistema de movimentação/voo e sistema de batalhas o jogo é bastante competente, com uma movimentação fluída e eficiente com um sistema de combate dinâmico. Dinamismo esse que pode ser identificado através das configurações de itens e armas do seu personagem, esses itens não servem apenas para aumentar o seu nível de poder dentro do jogo, uma combinação bem executada pode potencializar e muito um determinado aspecto do seu personagem, fazendo com que ele tenha uma efetividade muito acima da média ao causar dano com granadas, ou na rapidez em carregar o super e assim por diante.

Essa combinação de itens e armas justifica e sustenta um pouco a caça por loots já que você sempre quer aquele item que falta, com aquele determinado atributo pra se encaixar no que deseja para o seu personagem, mas como descrevi acima, chega um certo momento que o simples ato de repetir, com uma expectativa de compensação muito baixa, acaba se tornando maçante e tirando o seu interesse pelo jogo.

 

Estrutura

Este é um ponto que dificilmente abriria um tópico para citar em outros jogos, mas em Anthem infelizmente, e pelo pior motivo, se faz necessário. Já durante a beta aberta a estrutura do jogo se mostrou muito pouco eficiente, com diversos problemas de desconexão e de gerenciamento do matchmaking. Esperava que após a coleta de dados e o estudo dos problemas acontecidos o jogo fosse lançado sem esses problemas ou pelo menos com uma incidência menor o que infelizmente não aconteceu.

 

 

Não raramente era desconectado ao final de uma missão, sendo obrigado a carregar todo o jogo novamente, ou sofria com lags durante as partidas, com inimigos carregando ao redor praticamente do nada. Para um jogo do calibre de Anthem esse é um problema que não deveria existir, ou pelo menos não no nível que estava.

Algumas atualizações foram disponibilizadas pela EA com a promessa de que o problema seria minimizado ou mesmo corrigido o que de fato não aconteceu.

 

Veredito

No fim, após jogar por uma quantidade considerável de horas posso dizer que Anthem me divertiu sim e teria divertido muito mais caso outras pessoas que tenho o habito de jogar tivessem embarcado em Anthem com a esperança que eu entrei. Infelizmente problemas existem em Anthem e isso fez com que a comunidade simplesmente ficasse observando pra ver o que ia dar e o jogo sofreu com a base de jogadores.

Resta esperar, com o jogo na estante, pra ver se com as adições futuras já prometidas pela EA fazem o interesse do público aumentar e Anthem possa ser jogado em sua plenitude, potencial o jogo tem, basta despertar o interesse dos jogadores para que possamos sentir motivação em joga-lo por horas e horas, assim como Destiny nos fez joga-lo.

Anthem

7

Nota

7.0/10

Positivos

  • Gráficos
  • Sistema de Combate
  • Personalização de "builds" para o personagem

Negativos

  • Erros de Rede
  • Sistema de loot pouco recompensatório
  • Repetições desnecessárias
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