Após a Avalanche de emoções que foi Vingadores: Ultimato, finalmente estamos completando a fase 3 do Universo cinematográfico da Marvel com um de seus personagens mais importantes, desta vez o amigão da vizinhança embarcou em uma viagem para a Europa em Homem-Aranha: Longe de Casa, retratando o herói de forma divertida lidando com as consequências de Ultimato, ao mesmo tempo que abre portas para o futuro da Marvel nos cinemas.
Homem-Aranha: Longe de Casa é o primeiro filme que lida diretamente com os acontecimentos de Vingadores, onde a sociedade está tentando se recompor após o “blip” (como é chamado o estalo do Thanos que devastou metade do universo e só retornou após 5 anos durante Vingadores: Ultimato) e como Peter esta lidando com a morte de Tony Stark, seu antigo mentor e uma figura bem presente durante o filme. Apesar de estar diretamente ligado a Vingadores, o filme aborda de forma leve e divertida todos os acontecimentos anteriores e foca principalmente nos personagens, no amadurecimento de Peter Parker e na responsabilidade que ele deve assumir como herói.
A trama do filme é bem construída e consegue dar um destaque maior para os amigos de Peter como Ned, Flash, Beth e principalmente MJ, que possui uma divertida relação que vai evoluindo no decorrer da história. Todo o ambiente europeu tem importância em mostrar Peter como um “peixe fora d’água” pela primeira vez, onde precisa se adaptar ao novos ambientes para enfrentar os elementais. Assim como ‘De Volta ao Lar’, ‘Longe de Casa’ apresenta diversas referências à clássicos dos anos 80, seja na trilha sonora ou em diálogos e também aproveita de informações e personagens de outros filmes (inclusive do primeiro Homem de Ferro de 2008) para motivar as ações dos personagens. Inclusive, o filme consegue trazer temas extremamente relevantes atualmente e aborda-los de forma simples e coesa com o universo já estabelecido.
Apesar do tom leve, o longa consegue trazer diversas reviravoltas interessantes e momentos que parecem ter saído diretamente dos quadrinhos. O humor, diferente dos demais filmes da Marvel, é um humor inocente que remete muito a filmes adolescentes, que combinam com o contexto dos personagens. As cenas de ação são bem executadas inclusive uma das principais habilidades do Homem-Aranha que não havia sido explorada, o famoso sentido aranha, que possui grande importância no filme e é bem explorada pelo herói, outro que possui destaque são os poderes do Mystério, um dos grandes destaques deste filme. Longe de Casa possui uma fotografia simples, sem muito destaque e uma iluminação básica de alguns filmes da Marvel Studios.
Tom Holland continua surpreendendo com sua atuação, trazendo não apenas a inocência de Peter como também toda a evolução e o drama que o personagem passa durante o filme, Holland possui toda a essência do Homem-Aranha dos quadrinhos ainda que apresente uma adaptação contemporânea do personagem. Mystério é o grande destaque do filme, o personagem possui importância na relação com Peter, algo como uma figura paterna para o herói, com uma motivação um pouco caricata mas que condiz com o personagem, Jake Gyllenhall entrega um personagem muito carismático fazendo com que o público simpatize com o personagem. Nick Fury se destaca na figura de um “chefe marrento” para Peter, colocando a responsabilidade no Aranha de enfrentar os Elementais. MJ possui um destaque no filme como o interesse amoroso do herói, mas consegue fugir totalmente do esteriótipo de “donzela em perigo” e apresentando uma personagem forte e independente.
Homem-Aranha: Longe de Casa é um filme divertido, descompromissado e com o humor que diverte o público, o filme serve como um epílogo dos filmes anteriores ao mesmo tempo que abre portas (gracas as duas cenas pós créditos) para uma nova fase do Universo cinematográfico da Marvel que esta prestes surgir.
P.S: O filme possui duas cenas pós créditos que são de grande importância para futuro da Marvel, não deixe de conferir!