Half-Life: Alyx – Finalmente um AAA exclusivo para VR | Análise

Half-Life: Alyx é o novo título da franquia Half-Life, foi desenvolvido e distribuído pela Valve, lançado dia 23/03/2020 exclusivamente para PC VR.

Analisado no PC com Windows Mixed Reality


Half-Life: Alyx é o novo jogo da franquia Half-Life, depois de 12 anos a Valve decidiu lançar um novo título que, para a ira dos fãs da franquia e para a alegria dos usuários de VR, nos colocou de volta à cidade 17.

Alyx é o título que a realidade virtual precisava. Antes de seu lançamento, o usuário de realidade virtual só tinha para jogar os poucos ports de jogos AAA como Skyrim e Fallout 4, ou se aventurar nos milhares de jogos indies que existem por aí. A questão é que em todo esse tempo que a realidade virtual tem de existência, nenhum título AAA foi criado especificamente para os headsets.

Quando a Valve anunciou que o próximo título de sua queria franquia, seria exclusivo para realidade virtual, aconteceu uma enxurrada de críticas por partes dos fãs. Mesmo ALYX não sendo uma continuação da série, os fãs não se acalmaram e até a data de lançamento do jogo, existiam muitos pedidos de uma versão flat (sem VR) nos fóruns do jogo.

Se você está lendo e é fá da série calma lá. Como já disse, Alyx não é uma continuação e tecnicamente você não estará perdendo conteúdo relevante, nada que uma boa leitura sobre os acontecimentos do game não te deixe a par das novidades.

Sem maiores spoilers, os acontecimentos do jogo se passam entre o primeiro e o segundo título, você está cidade 17, 5 anos antes dos acontecimentos de Half-Life 2, Alyx Vance e Eli Vance estavam em uma missão para roubar um reator dos Combine, durante alguns acontecimentos, Alyx e Eli são capturados pelos combine. Um membro da resistência chamado Russell consegue resgatar Alyx. Na primeira parte do jogo, com a ajuda de Russel que fica no radio, Alyx tem de achar uma maneira de interceptar e resgatar seu pai de um trem, que está sendo levando como prisioneiro para um interrogatório. Na segunda parte do jogo, Alyx deve tentar roubar uma arma chamada “Vault”, que os combine estão escondendo na zona de quarentena. Spoilers a frente (selecione caso queira ver), no meio do caminho, Alyx descobre que “Vault” não é uma arma e sim algo que até os Combine temem. Quando avançamos mais pela campanha descobrimos que “Vault” na verdade contém um sobrevivente do incidente de Black Mesa, será este Gordon Freeman???, vou parar por aqui. Na verdade, libertamos The G-Man.

Sem dúvidas que a Valve fez um belo trabalho nos controles, para atender aos diversos headsets VR que existem. A jogabilidade e os controles estão perfeitos, mas faltam algumas opções. A movimentação pode ser por teleporte ou movimento livre pelos analógicos, porem o personagem não corre e não pula, então para ações mais rápidas você terá de recorrer frequentemente ao teleporte que fica habilitado como movimentação secundaria mesmo se você escolher se movimentar livremente. Não temos smooth turn, somente snap turn e a posição de arma é única e você não poderá trocar a arma de mão, a não ser que volte ao menu de pausa.

Em nosso arsenal, começamos com uma pistola e vamos debloquear outras armas no decorrer do jogo. Cada arma pode ser melhorada, modificando o modo como funcionam.  Temos também uma ferramenta que iremos utilizar para interagir com estações e resolver puzzles que vão desde ligar pontos em uma imagem holográfica, até mudar os circuitos elétricos das paredes redirecionando a energia para outros pontos.

A novidade na jogabilidade são as Gravity Gloves, também chamadas “Russells”, que nada mais são do que um par de luvas que nos permite interagir e puxar itens a distância, assim como a Gravity Gun do último jogo. Acontece que essas luvas permitem que você faça uma série de movimentos e táticas que não foram exploradas por outros jogos, você pode puxar explosivos para depois arremessa-los, pode pegar o carregador de armas do outro lado do cenário ou do chão, sem precisar abaixar. Confesso que me acostumei com essas luvas e senti uma certa dificuldade ao jogar outros jogos em VR que não possuem essa facilidade.

Alyx trouxe uma ambientação sensacional, os gráficos são lindos, tudo é bem feito, em especial as partículas e a atenção aos mínimos detalhes dos objetos que encontramos durante a jornada. Como sempre o som não desaponta, temos ótimas sequencias que se transformam nos momentos mais calmos até na hora da ação melhorando ainda mais sua experiência.

A física do jogo está muito boa e ajuda na imersão. Claramente a Valve aprendeu com os diversos jogos indies já lançados e a física aqui é um ponto chave para a imersão. Por exemplo, nós podemos abrir portas de uma vez, ou só um pouquinho para espiar, podemos interagir com praticamente todos os itens no cenário o que é uma boa opção para achar munição e itens de melhoria, a física dos itens é sensacional e se você pegar cover em uma estante com objetos, as balas do inimigo vão interagir com os objetos, os derrubando ou movendo de acordo com o impacto, você pode até quebrar vidros e janelas.

O level design pode ser questionado, o jogo é bastante linear e na primeira metade do jogo eu passei por diversos cenários onde tive aquela sensação de “pelo amor de deus acabe logo”, não que eu queria que o jogo acabasse, mas sim que a área terminasse. Nas primeiras horas de jogo, a variedade de cenários é pequena e temos pouca ação, a história vai se arrastando o que pode gerar certo desconforto ou tedio ao jogador. Na metade do jogo em diante a coisa toda muda, finalmente você sai dos esgotos e tem acesso a uma maior variedade de cenários, inimigos e é claro a história começa a se desenvolver.

Dependendo de seu sucesso Half-Life: Alyx pode ser tornar um precursor, para que outras grandes desenvolvedoras deem atenção e criem jogos para PC VR, pois ele não é uma experiência em VR e sim um jogo completo que vale cada centavo mesmo no seu preço cheio. Eu o recomendo a qualquer um que tenha um headset VR, jogue, pois, você não irá se arrepender.


Confira os três vídeo em Live de Half-Life: Alyx

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