Immortals Fenyx Rising – Uma história muito louca e divertida | Análise

Jogo mostra que Ubisoft tem capacidade para ousar muito mais.

Analisado no PlayStation 5


Desde que o jogo apareceu pela primeira vez, na E3 de 2019 ainda com o nome de Gods anda Monsters que a comparação com Zelda Breath of the Wild se tornou inevitável. Mas aí a Ubisoft acabou adiando todos os seus jogos e quando o game ressurgiu, veio com um novo nome: Immortals Fenyx Rising.

O que pouca gente sabe, a ideia do jogo acabou surgindo de um Bug de Assassin’s Creed Odyssey que enchia o nosso barco de com Ciclopes o que serviu de pontapé inicial para a criação de Immortals Fenyx Rising. Além disso, a equipe de Ubisoft Quebec já tinha bastante conhecimento sobre a mitologia grega, mas será que isso iria ser suficiente para a criação de uma nova IP?

Pois bem, Immortals Fenyx Rising foge bem dos tradicionais jogos da Ubisoft e só por isso já é um ponto positivo, a começar por sua história muito bem humorada.

Os Deuses do Olimpo estão de cabelos em pé, pois um monstro chamado Typhon vem dizimando todos eles e por isso Zeus acaba pedindo ajuda a Prometeu. Pois bem, a solução encontrada é mandar um humano para tentar derrotar essa ameaça, a Fenyx. Aqui vale uma observação. No começo do jogo você pode personalizar o seu personagem, inclusive se quer jogar com uma mulher ou homem. No meu caso joguei com uma mulher.

Tá, até agora não tá parecendo muito diferente de um daqueles filmes mega genéricos que passam na Sessão da Tarde né? Mas o que faz essa história ser diferente é o humor, presente a todo momento nos diálogos hilários entre Zeus e Prometeus.

Fenyx chega a Ilha Dourada depois que seu barco naufraga. A partir daí começa nossa aventura onde teremos que explorar a ilha, desvendando mistérios, acabando com nossos inimigos para tentar libertar os Deuses e os humanos de Typhon. No meio do caminho vamos encontrar com várias figuras carimbadas da mitologia grega e, graças aos Deuses, não espere uma narrativa de tragédia, mas sim de muito bom humor.

Temos total liberdade para explorar a ilha, que é um mapa bem grande. No começo sentí um pouco de dificuldade, mas que após algum tempo vamos nos acostumando e daí começa a ficar mais divertido andar pela ilha. Há praticamente dois tipos de missões diferentes, uma na qual somos enviadas para uma outra dimensão, chamadas de Câmaras de Tártaro e a outra na própria ilha. É através destes dois métodos que vamos conseguindo equipamentos, armas, recursos e melhorando os atributos de Fenyx. Aqui vale outra observação, os puzzles são bem feitos e pouco repetitivos.

Uma das coisas que não gostei é a árvore de atributos do personagem. São nada menos que 5 itens que fazem melhorar nosso personagem, desde o Vigor, até subir nível de armas e armaduras. Para o tipo de jogo que Immortals Fenyx Rising se propõe a ser, é muito exagerado tudo isso. Nesse quesito eles tentaram equiparar a um jogo estilo Assassin’s Creed, o que não combinou. Tudo devia ser mais fácil e intuitivo, até pelo público que o jogo se destina.

Em relação ao combate, Immortals Fenyx Rising é simples, mas bem gostoso. Depois que pegamos o jeito com as armas, fica tudo mais divertido e com ótimas animações. Mas não vá achando que terá um vasto cardápio de adversários. Infelizmente os inimigos não são muitos e na maioria das vezes acaba sendo bem repetitivo. Uma pena.

Em relação a gráficos, jogamos o novo game da Ubisoft em um PS5 e não temos com o que reclamar. Se não é um primor, já que ele é crossgen, cumpre o seu papel, mesmo que em algumas áreas percebemos que faltem mais detalhes para deixar o mundo mais espetacular. O estilo artístico do jogo é excelente, mas como dissemos no começo da nossa análise, é mais um ponto onde não tem como não lembrarmos de Zelda Breath of the Wild.

Um ponto alto de Immortals Fenyx Rising é sua trilha sonora, que foi composta por Gareth Coker, conhecido por trabalhar nos jogos da franquia Ori. Então aumente o volume quando estiver jogando para apreciar as músicas, vale a pena.

Immortals Fenyx Rising é uma grata surpresa neste ano. Mas apesar de ter se divertido muito com o game, ele traz ainda alguns problemas que a Ubisoft carrega em outros jogos, como ter que ficar fazendo grind para subir seus atributos e na complexidade em gerir todos esses recursos. Immortals consegue ser bom em alguns aspectos (Puzzles por exmeplo), mas medianos em outros (como em algumas mecânicas de gameplay). Outro aspecto que acaba sendo negativo para o jogo é não ter como desassociá-lo de Zelda Breath of the Wild.

Por outro lado, mostra que a Ubisoft tem competência e pode sim sair da caixinha, deixando as fórmulas já manjadas e saturadas de seus jogos e ousando muito mais. Immortals Fenyx Rising é um dos melhores jogos da companhia há anos e só não foi melhor porque a Ubisoft colocou algumas dessas fórmulas dentro do game, o que na maioria delas não havia necessidade. Mesmo assim, o jogo vale a pena e com certeza você vai se divertir seja na aventura de Fenyx, seja nos diálogos malucos de Zeus e Prometeu.

Confira nossa Live de Immortals Fenyx Rising:

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