Analisado no PlayStation 4
O agente 47, mestre em disfarces e mortes certeiras que está de volta para seu capítulo final. Desde que voltou em 2016 com mecânicas do mundo aberto, Hitman vem recebendo elogios por conta de suas funções técnicas e sua jogabilidade mais fluída. Na época tiveram a “brilhante” ideia de lançar o jogo em formato de episódios, o que causou muita revolta no fãs, resultando numa contabilização de vendas abaixo do esperado. Nesse período a Square Enix se separou da IO Interactive, tornando a empresa mais livre criativamente, dando assim a oportunidade perfeita para assumir o controle absoluto nos próximos lançamentos.
Hitman 2 lançando em 2018 trouxe uma nova atmosfera para o estúdio, que aperfeiçoou as estratégias de infiltração, refinou características do primeiro game, conseguindo alavancar as vendas, criando um hype para o desfecho do Agente 47.
No final do segundo game o Agente 47 recupera sua memória, com isso, ele relembra as identidades dos chefes da Providence, partindo em uma jornada de aniquilação contra a organização. Em Hitman 3 sua antiga amiga Diana Burnwood e alguns novos aliados estarão ao seu lado, superando desafios, tomando grandes e difíceis decisões, nos dando um plot twist digno de cinema e um final bem satisfatório.
As missões agora são maiores, com objetivos secundários que alteram a forma de jogar e ainda encorpam mais o roteiro. Claro que tudo pode ser ignorado, priorizando o player, para que ele tenha sua própria experiência dentro da narrativa. Nos antecessores, o enredo de Hitman se focava nas instruções fornecidas antes das missões, mas agora a história se desenrola durante a jogatina mesmo.
Com um passaporte mais carimbado que o da Glória Maria, o Agente 47 visita inúmeras localidades diferentes enquanto persegue seus alvos. Sem sombra de dúvidas, Hitman 3 tem os melhores cenários de toda a Saga! Dividido em 6 episódios, sendo cada um em um país diferente. A jornada nos leva a uma instalação high tech na China, uma vinícola na Argentina, ao prédio mais alto de Dubai, uma Mansão Vitoriana na Inglaterra, uma boate clandestina na Alemanha, concluindo o jogo nos Montes Cárpatos. As missões oferecem um vasto leque de opções na hora de escolher como matar seus alvos. Isso sem contar os momentos épicos que só são vistos se optar por executar os objetivos secundários. Hitman 3 foi tão caprichado, que muitos sentirão a referência que o game faz sobre o jogo de tabuleiro “Detetive” (saudades infância/adolescência). Em um certo momento do jogo, o Agente 47 assume a identidade de um investigador, tentando solucionar o crime antes de executar o alvo, sendo possível deixar o assassino impune, para que ele termine o trabalho em seu lugar.
Para muitos, Hitman 3 pode parecer mais do mesmo, mas quem acompanha a série, é visível o progresso na iluminação e nos reflexos. O número de NPC’s com atribuições diferentes apresenta uma gama de detalhes de alto nível, os cenários são muito maiores, mais ricos em detalhes, ofertando a possibilidade de horas de observação nos objetos de cada cômodo da Mansão Carlisle, por exemplo. Isso só mostra o quanto a IO Interactive investiu artisticamente na produção do game.
A jogabilidade de Hitman sempre foi excelente, mas eles conseguiram ir além. Agora existe uma nova câmera que libera o modo fotográfico, permitindo hackear alguns lugares, abrir portas e escanear objetos para reconhecimento. Hitman 3 incorpora o sistema de atalhos, que nada mais são que acessos paralelos que podem ser usados na missão e que ficam disponíveis quando você joga novamente. O mais interessante sobre o jogo é a possibilidade de matar um alvo à distância com uma sniper, finalizando em poucos minutos, ou então passar horas no melhor estilo Lara Croft, analisando e explorando o cenário, recolhendo o máximo de informações para matar seu alvo de uma forma que jamais passou por sua cabeça.
Outro ponto importante, é de que Hitman 3 permite ser jogado do começo ao fim usando o PlayStation VR, realmente não é perfeito, existem alguns problemas e a falta de suporte aos controles move limitam um pouco a jogabilidade, mas ainda é o jogo continua muito bonito dentro do headset e a sensação de espaço é impressionante.
Definitivamente, Hitman 3 é O MELHOR jogo dessa franquia que sempre arrastou uma legião de fãs. O jogo que já é considerado clássico, conseguiu se manter relevante atualmente, sem se desvincular de suas raízes. A IO Interactive foi muito sensível ao ouvir e pôr em prática tudo o que os fãs vinham sugerindo, lapidando aquilo que sempre foi incrível. A trilogia é finalizada com uma impecabilidade notável. E esse fator serve para colocar a desenvolvedora em um patamar mais elevado, além de entregar uma conclusão épica para os fãs de um personagem tão intrigante, misterioso e aclamado. Seja você, fã ou não da saga, o jogo é altamente recomendado por este que vos fala!