Resident Evil Village – Responde muitas perguntas com história envolvente | Análise

A dublagem brasileira do título é um trabalho muito bem feito!

Ricardo Calonga07/05/2021Última Atualização 07/05/2021

Analisando no PlayStation 5

Era uma vez um jogo chamado Resident Evil VII… Nele um rapaz chamado Ethan Winters, tinha uma namorada chamada Mia que havia desaparecido e havia sido dada como morta há alguns anos.

Certo dia ele recebe um email com um vídeo dela pedindo sua ajuda, e sem pensar duas vezes Ethan parte para Louisiana até a casa da família Baker ondem mantinham Mia presa, mas isso é apenas a ponta do iceberg, então resumindo bem, depois de passar pelo inferno Ethan salva Mia e eles vivem feliz para sempre…só que não.

A História

Três anos após os últimos eventos acontecidos em RE VII, Mia e Ethan se casaram e acabaram de ter um bebê, Rosemary Winters, ou apenas Rose.

Depois da apresentação que é bem diferente de qualquer Resident Evil, vemos Mia lendo um conto para seu bebê e logo depois disso já temos o controle de Ethan que fica encarregado de levar Rose até seu berço no andar de cima enquanto Mia termina de preparar o jantar.

Após deixar Rose no berço descemos as escadas e encontramos o jantar pronto, os dois seguem até a mesa e de repente Mia leva um tiro no ombro, que logo em seguida é alvejada por muitas balas até cair morta, Ethan cai no chão sem entender nada até que Chris Redfield e mais alguns soldados entram na casa e pegam sua bebê Rose, Chris se recusa a falar com Ethan e pede para ele não se envolver, um soldado bate com a arma na cabeça de Ethan o deixando desacordado, e ao acordar percebe que está em lugar desconhecido próximo a uma vila que tem um imenso castelo medieval.

E aqui começa a aventura de Ethan em busca de sua filha.

Lobisomens, Bruxas e Vampiros…Tem certeza que é Resident Evil?

Depois que passamos pela vila e conhecemos nossos primeiros inimigos, os Lobisomens, somos apresentados a todos os vilões do game de uma só vez.

São alguns chefes e sub-chefes e como os Baker, eles também tem sua característica especial.

Alcina Dimitrescu: Sua habilidade especial é curar qualquer ferimento externo em segundos e faz de suas unhas, garras em instantes. A regeneração rápida implica em porte avantajado dando a ela 2,90 metros de altura. Devido a doença sanguínea hereditária ela deve ingerir carne e sangue humanos regularmente para manter a regeneração. Ela te persegue pelo castelo e não há como derrotar apenas com as armas convencionais.
Bela, Cassandra e Daniela Dimitrescu: Elas são as “filhas” vampiras de Alcina e perseguem Ethan dentro do Castelo.
Donna Beneviento: Fisicamente ela não é diferente de humanos normais, mas pode criar uma substância que produz um sinal que controla plantas infectadas pelo “mutamiceto” (o mofo parecido com o do Resident Evil VII). Quando humanos absorvem o pólen de uma flor especifica, ela pode fazê-los alucinar. Entretanto ela é pouco desenvolvida mentalmente e dividiu seu poder entre as bonecas para controlá-las de longe. Uma das melhores e mais assustadoras partes do jogo, eu AMEI!

Karl Heinsenberg: Dispõe de órgãos elétricos que podem conduzir e controlar eletricidade pelo corpo todo, permitindo manipulação de campos magnéticos para mover metal. É o mais são de todos.
Salvatore Moreau: o mutamiceto causou alterações drásticas aos seus órgãos internos, deixando-os com aspecto de barbatanas de peixe e bexiga natatória. É um imbecil na maior parte do tempo.
Mãe Miranda: Como o nome já sugere ela é a responsável pelas quatro aberrações e é a “mãe” de todos. Não dá pra falar muito sobre ela sem dar spoilers, então paro por aqui.

Além dos “chefões”, existem os inimigos normais do jogo, tipo lobisomens, mortos vivos, humanos que foram apenas cobaias da Mãe Miranda e agora são do mal, entre outros.

O Duque é um cara bem legal!

Um dos personagens que se destaca é o vendedor Duque, que vive praticamente em sua carruagem sempre tendo os melhores itens pra você comprar…sim voltamos às compras do Resident Evil 4.

Particularmente acho bem idiota essa parte nos Residents que a possuem, não vejo nexo num cara vendendo coisas no meio da treta, e o pior de tudo, aparecendo em todos os lugares do jogo. Mas o Duque é bem carismático e praticamente é uma safe room, quando ele está no cenário nada de mal te acontece, igual as salas de descanso com o baú mágico dos outros jogos da série.

Falando em baú mágico, aquele que você guardava todos os itens que queria, e os pegava em outro baú em outro ponto do mapa, pode esquecer pois aqui não tem, o que temos é uma boa maleta pra guardar todos os nossos itens e armas conosco, o bom disso é que os itens chave e os tesouros (que vendemos pro Duque) não consomem espaço na parte das armas, mesmo assim a maleta precisa de upgrades para caber mais itens, sendo que o último upgrade é oferecido praticamente na última fase do jogo, então reserve uns 50 mil, pois é o preço desse último upgrade.

Um lugar cheio de detalhes

Analisamos Resident Evil em um PlayStation 5 com a função “Ray Tracing”(RT) ativada, falar dos gráficos não é uma tarefa muito fácil hoje em dia devido às duas configurações que temos, jogar com RT ativado com uma taxa de quadros oscilante ou desligar o Ray tracing e tentar jogar com a taxa batendo nos 60fps.

Particularmente, eu prefiro gráficos aos FPS, mas depois que a gente acostuma com os 60fps, parece que tudo que está abaixo disso fica travando, mas mesmo assim deixei o RT ligado pois sinceramente não senti uma grande melhora nesse jogo deixando-o desligado.

Os gráficos são lindos, as texturas são muito bem feitas, os cenários, os personagens, efeitos de iluminação e sombra, névoa, água, neve…enfim, não tenho do que reclamar, a não ser uma queda ou outra de FPS em algumas partes do jogo, e uma coisa que não entendo, POR QUÊ o Ethan não tem reflexo no espelho do banheiro dele? Aliás um baita espelho vagabundo, não reflete coisa alguma. Minha dica é, prestem atenção aos detalhes de cada cenário pois a galera da Capcom fez um excelente trabalho.

O som do terror

A parte do som não tem muita novidade, toda a parte sonora faz muito bem o seu papel, mas uma coisa que eu gostaria muito de ressaltar é a dublagem e localização para nosso idioma, que trabalho bem feito, a voz de cada dublador serviu direitinho em cada um dos personagens.

Os dubladores deram características brasileiras para cada um deles, e não estranhem quando ouvirem um “Ops foi mal aí” ou um “Péra, cê ta falando sério?”

Um dos personagens que mais gostei da dublagem foi o Duque, pois é a voz do Luiz Carlos de Moraes que dubla o Peter Griffin do desenho Uma Família da Pesada (Family Guy). Mas os outros personagens também tem dubladores incríveis, um trabalho muito bem feito.

Jogabilidade

Se você jogou ResidentEvil VII não vai ter dificuldade alguma nesse novo game da franquia pois a jogabilidade é praticamente idêntica, Ethan anda, corre, pula por parapeitos e janelas, pega chaves diferentes para abrir portas diferentes, usa gazuas para abrir gavetas, resolve puzzles levando itens de um lugar para outro e por aí vai, como todo bom Resident Evil, talvez a única diferença seja para donos de PS5, pois o jogo conta com os gatilhos adaptáveis, então cada arma tem uma pressão diferente quando miramos e atiramos, nada tão absurdo assim mas é legal.

Uma das partes interessantes desse jogo é a criação de itens, e para isso precisamos ir até a carruagem de Duque e comprar a receita do que queremos, isso vai de medicamentos (dessa vez não temos mais as ervas, amarela, azul e vermelha, apenas a verde para criar medicamentos com a ajuda do fluído químico), munição, minas, dinamites, e até comida, para isso basta matar os animais que encontramos no jogo, como galinhas, porcos, peixes, e levar sua carne até o Duque que usará seus dotes culinários preparando pratos deliciosos (isso é liberado mais pra frente no jogo), essa parte de cozinhar serve para aumentarmos nossa vida, diminuirmos o dano recebido quando defendemos um golpe ou melhorar nossa velocidade. Já a criação de armas e munições dependem de sucatas, pólvora, fluídos químicos e ervas que vamos conseguindo ao destruir caixas ou simplesmente encontrarmos pelos cenários.

Além das armas convencionais da série, como faca, pistolas semi/automática, rifles de precisão, espingardas (shotguns), lança-granadas, magnum, bombas de tubo e minas, uma arma especial que conseguimos é a “Mata-Lobos”, sim uma pistla modificada para acabar com os lobos mutantes que aparecem em algumas partes do jogo, confesso que quase não a usei, pois eu estava armado até os dentes e uma das armas que mais me ajudou foi a mina, pois ela tem um grande poder destrutivo e pega vários inimigos ao mesmo tempo. Duque também vende upgrades para todas as armas deixando-as com maior poder destrutivo, mais velocidade, cadência de tiros etc..

Mas e o PlayStation VR?

Então, essa foi minha única decepção sobre esse novo game, não tem suporte ao óculos virtual, infelizmente.

Resident 7 parece que foi feito pra jogar em realidade virtual, e até hoje é um dos games mais bonitos que já joguei, na época de lançamento lembro de ter passado 5 horas seguidas dentro da propriedade dos Baker e foi terrivelmente incrível.

A mudança de geração pode ter alterado os planos da CAPCOM em relação ao VR, mas quem sabe quando sair um PSVR 2 as coisas mudem?

Considerações Finais

ResidentEvil Village é uma continuação do RE VII muito bem vinda, ele responde coisas que o jogo passado deixou em aberto, não vou dar spoilers, mas você vai ficar satisfeito em ter as respostas.

Trás personagens novos e marcantes, chefes impressionantes e tem um dos gráficos mais bonitos que já vi ultimamente, é gostoso de jogar e a história é envolvente de mais.

Terminei o jogo em 8 horas e 45 minutos na dificuldade Casual (easy), não acho que corri pois parei muitas vezes para ver os detalhes do jogo e tirar fotos, e sim tem um modo foto, mas o Ethan some quando colocamos, talvez porque ele não tenha cabeça sei lá hahaha.

Particularmente considero um tempo ótimo para um jogo desse tipo e após terminar o fator replay é inevitável para caçadores de Troféu e Conquistas, pois tem bastante coisa pra fazer incluindo o modo Mercenários que abre após o término do jogo.

E agora que venha ResidentEvil 9…

Confira no vídeo abaixo o início do gamplay de Resident Evil Village no PlayStation 5: