Praey for the Gods – A essência de um clássico misturada à mecânicas ruins | Análise

Com uma experiência mista, Praey for the Gods oferece a essência de Shadow of the Colossus com problemas de combate e mecânica.

Analisado no PC


Praey for the Gods é um jogo de ação e aventura, desenvolvido e distribuído pela No Matter Studios. Em acesso antecipado no PC desde de 2019, o título foi lançado oficialmente em 14/12/2021 com versões disponíveis para PC, PlayStation e Xbox.

Inspirado em Shadow of the Colossus e com a adição de alguns elementos de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, este é um jogo que acerta no quesito colossus, mas erra no que você precisa fazer para chegar até eles e sobreviver neste mundo.

O jogo tem uma história interessante. Nesta aventura iremos acompanhar a jornada de uma heroína enviada para uma região remota, com a missão de descobrir e tentar acabar com o eterno inverno que assola esse mundo. Assim como no famoso título da Sony nada é muito bem explicado, só que aqui é possível achar notas de outros exploradores que não sobreviveram a essa missão, contudo para achar essas notas é preciso explorar e esse não é um dos pontos agradáveis do jogo.

A jogabilidade tem seus altos e baixos, enquanto as batalhas e mecânicas dos colossus são legais, os elementos de sobrevivência e as mecânicas de combate que precisam ser usadas entre os confrontos são sofríveis ao ponto de te fazerem querer desistir de jogar.

No quesito colossus, o jogo consegue capturar muito bem a essência de Shadow of the Colossus, os monstros gigantes são variados indo de ogros até monstros voadores e as mecânicas são bem parecidas. Para destruir essas criaturas é preciso escalá-las e para isso sempre é necessário fazer algumas mecânicas ao mesmo tempo em que se faz o gerenciamento da energia. O principal diferencial é que ao invés de atacar os colossus, aqui a marca de fraqueza é um sino e é preciso interagir, carregar e bater estes sinos algumas vezes para eliminar esses gigantes, essa mecânica é interessante visto que atacar os colossus aqui seria uma tarefa nem um pouco agradável por conta dos sistemas de sobrevivência.

Como disse o título acerta em alguns pontos e erra em outros, enquanto os confrontos contra os gigantes são legais, a parte de exploração e sobrevivência não é nem de longe divertida. Para se diferenciar e adicionar um certo desafio ao jogo, os desenvolvedores resolveram se inspirar em mecânicas encontradas no Zelda Breath of the Wild, o problema é que eles esqueceram de polir e balancear as mecânicas. Basicamente precisamos gerenciar o frio, o cansaço e a fome da personagem, esses quesitos impactam diretamente na regeneração de energia e não são algo ruim, visto que este é um lugar frio e de difícil sobrevivência. O problema aqui é que esses indicadores caem rápido demais, sendo preciso comer e se esquentar com certa frequência, algo que às vezes acontece durante uma luta de colossus e não é legal de se fazer.

Se a parte de sobrevivência já não é tão legal e falta balanceamento, conseguir os itens e enfrentar os perigos para se conseguir sobreviver é pior ainda. Basicamente essa parte do jogo é perdida com coleta de itens e craft, algo que não é ruim, só que quando precisamos batalhar ou utilizar itens é que os problemas começam. Por algum motivo os desenvolvedores acharam legal introduzir o sistema de durabilidade encontrado em Breath of the Wild, porém eles decidiram utilizar itens feitos de papelão, pois tudo aqui quebra com muito pouco uso. Das armas aos equipamentos, tudo precisa de reparo ou quebra depois de pouco uso, algo extremamente irritante, visto que você nunca vai conseguir os materiais suficientes para reparar os itens com tanta frequência.

Se a durabilidade dos itens é um grande problema, os controles de combate também não ajudam. O combate parece que foi a última coisa a ser pensada e adicionada ao jogo, tudo é muito cru e impreciso, mirar é um problema, as hitboxes são ruins e a movimentação então nem se fala. Por conta desses problemas somados a baixa duração de itens, é melhor ignorar os inimigos e passar correndo sempre que possível.

Os gráficos e sons são ok, este não é um jogo AAA e sim um indie com orçamento limitado, nada impressiona mas também nada é feio. Os modelos de personagens são básicos sem muitos detalhes e isso também vale para a maior parte das estruturas espalhadas pelo mundo, os colossus por outro lado receberam mais atenção, até porque é preciso saber onde é possível de se agarrar. A trilha sonora é boa, as músicas de fundo empolgam e combinam bem com as lutas contra os gigantes, por outro lado os efeitos sonoros dos combates e ações de sobrevivência são básicos.

No final Praey for the Gods é uma experiência mista, se por um lado temos a essência de Shadow of the Colossus, pelo outro temos de enfrentar elementos e mecânicas de combate e sobrevivência sofríveis, para chegar até os gigantes. O preço cobrado é justo, mas por causa dessa grande diferença de jogabilidade e da falta de balanceamento, eu prefiro recomendar este título somente para aqueles que realmente procuram por algo inspirado no famoso exclusivo da Sony.

Confira neste vídeo em Live o início de Praey for the Gods:

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