Dying Light 2 Stay Human – Uma luz mais fraca | Análise

Dying Light 2 se passa 15 anos depois dos eventos do primeiro jogo, aqui acompanhamos a jornada de Aiden na busca por sua irmã Mia.

Analisado no PC


Dying Light 2 Stay Human é um jogo de ação e aventura, desenvolvido e distribuído pela Techland. O título será lançado dia 04/02/2022 e estará disponível para PC, PlayStation e Xbox.

Sequências nem sempre são melhores que seus jogos originais e Dying Light 2 é um exemplo de como mais é menos. Apesar de expandir o mapa e de possuir mais atividades, o segundo jogo traz uma história e personagem genéricos, combinados com uma jogabilidade diferente que praticamente remove a tensão encontrada nas noites do primeiro jogo.

Se a história do primeiro jogo era fraca sem nada de impressionante, a trama apresentada nesta sequência consegue ser pior. Se passando 15 anos depois dos eventos do primeiro jogo, em Dying Light 2 nós iremos acompanhar a jornada do protagonista Aiden na busca por sua irmã Mia. Aiden é um peregrino que cresceu e aprendeu a viver fora dos muros das grandes cidades, contudo sua busca o levará até a cidade de Villedor e para sobreviver e se adaptar neste novo ambiente, ele terá de contar com a ajuda de alguns personagens locais.

A história é genérica e esquecível, aliás você só lembra do objetivo pois é constantemente relembrado pelas falas do protagonista e isso também vale para os personagens que apesar de terem algumas interações e momentos legais, logo são esquecidos e você só irá recordar de algum quando alguma missão te levar até a pessoa. A história principal é realmente fraca e ruim, contudo o jogo possui missões secundárias interessantes, você acaba sentindo um maior impacto ao ajudar alguém em um encontro aleatório ou missão secundária do que fazendo a próxima missão principal.

No primeiro jogo a regra de exploração era sair durante o dia e se esconder durante a noite, o segundo título trouxe mecânicas diferentes que modificam esta regra, o que pode agradar ou não quem gostou do primeiro jogo. Em Villedor todo mundo está contaminado incluindo o nosso personagem, para controlar a infecção os humanos utilizam biomarcadores que mostram o nível da infecção e precisam ficar expostos a luz UV que “mata” o vírus, ou seja se no primeiro jogo a luz UV era usada como uma arma, aqui além de arma ela é algo necessário para a sobrevivência.

Por causa desta mudança o período do dia é tranquilo, quase sem monstros nas ruas e bastante luz para controlar a infecção, contudo os lugares fechados ficam abarrotados de monstros criando uma maior dificuldade para a exploração. Durante a noite a situação muda, os monstros saem nas ruas e os lugares de exploração ficam mais “fáceis”, porem a falta de luz UV faz com que sua infecção aumente gradualmente e isso acaba criando uma pressão que força o jogador a sempre ter de correr para perto de uma lâmpada UV. Sem luz a única alternativa é usar os escassos inibidores e a exploração fica bastante limitada por este motivo, fator que ocorre principalmente ao jogar na dificuldade alta.

Com exceção dessa mecânica de UV, a jogabilidade se parece bastante com a do primeiro jogo, temos uma cidade vertical, muito parkour, só que dessa vez com pouca tensão. O protagonista Aiden faz parte de um grupo de humanos que sofreu mutações e por isso ele é mais resistente, ou seja, ele pode pular mais alto, correr mais rápido e aguentar mais dano.

O início do jogo é bastante parecido com a atmosfera do primeiro título, ao enfrentar inimigos é preciso pensar quando atacar ou quando correr e o mesmo vale para a exploração, contudo ao evoluirmos o personagem a atmosfera muda bastante. Com o personagem um pouco evoluído e com o parapente e o arpão liberados, a atmosfera muda de tentar sobreviver para tiro porrada e bomba, nesse caso mais específico só porrada e bomba, pois por algum motivo as pessoas de Villedor tem tecnologia para criar lâmpadas UV, gerar energia, porém não sabem criar armas de fogo e munição. Quanto maior o nível do personagem maior é a ação e menor é a tensão, o que pode não agradar a todos e acaba causando uma certa repetição.

No quesito gráficos Dying Light 2 é bonito mas não é um jogo da “nova” geração. O jogo não é feio, temos boas texturas, efeitos e iluminação bem feitos e lindas vistas, contudo nada impressiona. Jogamos no PC e o jogo possui os recursos mais novos como FSR e DLSS, o que é bom e vai salvar a jogatina de quem possui uma máquina intermediária, pois otimização aqui quase não existe.

Nós jogamos uma versão pré lançamento e a quantidade de bugs encontrados foi enorme, eu diria que o jogo está quase tão ruim quanto Cyberpunk 2077 estava em seu lançamento. Durante a jogatina encontramos vários problemas mas os mais recorrentes eram relacionados às interações com itens e NPCs que não aconteciam ao clicar ou não apareciam, o que acaba impossibilitando a coleta de alguns recursos e até a progressão em missões. A única solução para estes problemas era fechar e abrir o jogo novamente, porém ao fazer isso durante uma missão você acaba sendo forçado a repetir várias partes já jogadas, o que não é legal. Outros problemas recorrentes estavam relacionados ao áudio, com constantes falhas durante as falas de personagens em cinemáticas e de maneira mais severa quando o áudio do jogo parava de funcionar por completo, sendo necessário novamente fechar e abrir o jogo. Os desenvolvedores prometeram um grande patch day one que chegará no dia do lançamento, o jeito é esperar e ver se esta atualização irá corrigir os problemas.

No final Dying Light 2 Stay Human é um jogo que tinha potencial, mas que acabou tendo um desenvolvimento conturbado e a experiência final para quem jogou o primeiro jogo é a de se estar jogando uma “DLC”, ou seja, é mais do mesmo. O jogo é interessante e pode ser divertido em coop, contudo o preço cobrado é bastante salgado e por causa dos problemas e do conteúdo disponível, eu recomendo que espere por uma promoção.

Confira neste vídeo de gameplay Dying Light 2 Stay Human no PC:

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