Analisado no PlayStation 5
A nova aventura de Aloy dá continuidade ao que vimos no jogo de 2017. Aloy e Sylens buscam respostas sobre tudo o que aconteceu com o mundo há mil anos atrás, quando “Os Antigos” pereceram, extinguindo com eles, diversas outras formas de vidas.
Graças a curiosidade de Aloy, descobrimos no jogo anterior que a vida humana só foi salva por causa de um sistema de TERRAFORMAÇÃO chamado ZERO DAWN, que é composto por nove funções subordinadas, onde cada uma delas é responsável por tornar a terra árida e estéril em uma paisagem viva e exuberante, que é cuidada e protegida pelas máquinas já apresentadas.
Como vimos no jogo anterior, Aloy descobriu que é um clone de Elisabet Sobeck, a criadora do sistema Zero Dawn, que fez backup de seu material genético para impedir uma nova extinção, que foi iniciada por HADES, uma inteligência Artificial que ganhou consciência após receber um sinal misterioso.
Agora que lembramos os acontecimentos prévios, vamos focar na atual missão de Aloy, que é buscar maneiras de consertar o que foi destruído por HADES, enquanto Sylens investiga sua nova descoberta, algo que anuncia destruição e oportunidade, dependendo do ponto de vista de cada um.
Horizon Forbidden West projeta um refinamento expansivo e progressivo do seu título anterior, e isso é visível em diversos aspectos, desde os mais fundamentais, até os mais novos. De acordo com o desenrolar da trama, suas descobertas vão causando influências na história e em alguns momentos da jogatina, evidenciando seu potencial e diferencial quando comparado Zero Dawn. Depois de derrotar HADES no jogo anterior, uma nova ameaça surge e as coisas no planeta começam a decair em um tempo recorde. Mudanças climáticas bruscas e pragas destruidoras da flora terrestre vem ameaçando tornar o solo infértil mais uma vez.
Claro que nada é tão ruim, que não possa piorar: as máquinas estão recebendo atualizações com comandos mais agressivos e mortais. Essa atualização é fruto de Hefesto, a Inteligência Artificial que foi apresentada como vilão na DLC Frozen Wilds. Com tanta desgraça eminente, Aloy ingressa em uma jornada por pistas de backups deixados por GAIA, a Inteligência Artificial que auxiliou a manter a vida no planeta. Visando conseguir ajuda, Aloy parte em direção ao Oeste Proibido, uma região pouco conhecida pelas tribos.
Ambientes e biomas distintos serão explorados durante a jornada de Aloy. Desertos, praias, Montanhas congeladas, pântanos e florestas fazem parte do leque de lugares que acompanharemos a protagonista. Os elementos climáticos, únicos de cada região, são tão caprichados que você certamente ficará um bom tempo apreciando a beleza que a direção de arte do jogo entregou neste novo capítulo. O mapa é maior que o anterior, oferecendo eventos emergentes especiais e side quests. O fast travel do jogo está aprimorado, permitindo viagens entre as fogueiras, sem necessidade do kit de viagem.
Não foi só o jogo que ganhou mimos. Aloy também está aprimorada, podendo contar com novos dispositivos auxiliares para a aventura., como um gancho que permite abrir buracos e auxilia nas escaladas, mover objetos pesados ao longo do mapa, bem como um planador que permite acesso a outros pontos no cenário. A escalada de montanhas está mais fluida, quase natural. A Guerrilla incorporou pontos de acesso para escalar que não estão facilmente visíveis, podendo ser apenas identificador pelo FOCO de Aloy.
As missões secundárias é tudo aquilo que já estamos habituado: vai para algum lugar, destrói alguns robôs, desce a porrada em alguns humanos, escale este prédio alto, e às vezes tudo isso junto. Mas em alguns casos, podemos nos deparar com histórias interessantes e divertidas. Porém a história principal do jogo é muito focada e acerta quando pensamos em praticidade e direcionamento, sem rodeios.
Horizon Forbidden West é sobre a Aloy aprendendo a se conectar com outros humanos, expandindo seu autoconhecimento, aprendendo com erros passados e entendendo como o mundo se tornou o que ela conhece hoje. Atrelado as descobertas de nossa heroína, temos um sistema de combate igual ao de Zero Dawn, que por si só é ótimo, pois permite que exploremos mais tudo aquilo que já vimos, só que agora, com mais habilidade.
Os combates com humanos são fracos, mas são compensados quando precisamos enfrentar máquinas gigantes, onde é possível criar estratégias que melhor agradem o estilo de cada jogador e claro, o tipo de arma que gostamos. É prazeroso afundar uma flecha incendiária em um tanque de combustível ou mesmo um dardo elétrico em uma bobina e assistir o piseiro que deixa o inimigo mais vulnerável a futuros ataques.
As habilidades de Aloy também foram reformuladas. Agora possuímos uma árvore com seis categorias, que misturam elementos ativos e passivos com técnicas especiais para usar com armas diferentes. Essa árvore de habilidades tá muito bem estruturada e aberta a possibilidades.
O jogo é uma experiência fantástica, se tornando uma sequência digna do antecessor, fazendo com que quem gostou da primeira aventura, se apaixone ainda mais por esta. O visual do game é deslumbrante e precisamos destacar que o trabalho desenvolvido por tornar tudo tão lindo é impecável, desde as localizações, até a os modelos de personagens, bem como a aparência das máquinas.
O jogo roda no PlayStation 5 em 2 modos diferentes. Você pode jogar ele em 4k com 30 FPS ou se preferir em jogar em 60FPS, o game rodará em 2k.
Assim como em Zero Dawn, a trilha sonora desempenha um papel crucial, que associado ao visual, nos transporta pro universo de Forbidden West, nos fazendo sentir emoções como a própria protagonista. As músicas ressoam épicas no gameplay e vão acelerando gradativamente durante uma batalha. Efeitos sonoros se mostram eficazes no que diz respeito identificar o comportamento das máquinas, permitindo reconhecer se ela está tranquila ou pronta pra atacar. Já falei da dublagem? Não? Pois bem! A dublagem do jogo é um caso à parte, possuem um padrão de sincronização muito bom, tanto com personagens antigos, quanto com os novos.
Agora, pensando nos combates, a Guerrilla fez ume excelente trabalho, incorporando novos métodos, sem deixar pra trás a essência que nos cativou lá em 2017 e que no jogo atual, mantém uma familiaridade agradável. A diferença agora é que você possui mais recursos e opções de abordagem, tornando as batalhas mais dinâmicas. O destaque fica para os combates a distância. Durante a minha jogatina não tive problemas com o desemprenho do jogo, apenas me deparei com alguns bugs incômodos que podem ser facilmente resolvidos com uma atualização.
Para concluir: Forbidden West recria aquela atmosfera de imprevisibilidade que Zero Dawn apresentou, onde não sabíamos para onde a história ia, ou que estava realmente acontecendo, até chegarmos no final. Depois de enfrentar HADES e HEFESTO, Aloy não tinha noção de que eventos tão caóticos estavam por vir. O visual estonteante, cenários coloridos, desertos, biomas diversificados e direção de arte impecável, são elementos que tornam esse jogo tão grande quanto parece, elevando o nível que seu antecessor alcançou. As famigeradas boss fights se tornaram mais desafiadoras, com máquinas novas e com movimentações diferentes. O mundo aberto do jogo se tornou mais generoso no que diz respeito a recompensas ao longo do caminho. Mas no geral, é isso: um jogo que corrigiu pequenas falhas do passado, aprimorando sua experiência nos dando um vislumbre de como seria um mundo pós-pós-apocalíptico!