Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin – Divertido, mas mediano em quase tudo | Análise
Qualquer título que venha acrescido dos dizeres “Final Fantasy” gera uma expectativa alta
Analisado no PlayStation 5
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, game desenvolvido pelo estúdio Team Ninja é um Soulslike café com leite ou resumidamente um NIOH nível Easy com skin de Final Fantasy.
Qualquer título que venha acrescido dos dizeres “Final Fantasy” gera uma expectativa alta, principalmente nos quesitos personagens, cinemáticas incríveis e história, mas em Stranger of Paradise não é bem o que acontece.
Se passando no mesmo universo do primeiro Final Fantasy, não existe uma obrigação em explicar ou amarrar algum contexto no enredo, o que no geral não é ruim pois a proposta da Team Ninja fica evidenciada logo nos primeiros minutos de gameplay.
Jack, o protagonista, se une a dois quase desconhecidos e formam uma equipe que precisa defender o reino de Cornelia contra uma variedade de monstros e uma entidade maligna e é só. Não existe qualquer aprofundamento que explique a real motivação e a cena da “equipe” no momento em que se juntam chega a ser cafona.
É fato que existem jogadores que não querem se apegar a histórias, personagens ou qualquer dramatização que seja, sendo o único intuito é escolher uma classe, as armas e partir para a ação.
O excelente trabalho em Nioh onde a ação é parte orgânica de uma história cheia de plot twist, aqui temos exatamente o contrário e por se tratar de um game dentro do universo de Final Fantasy, pode ser um tanto quanto decepcionante. Temos uma das caixas de diálogos mais curtas e rápidas da história dos vídeos games em geral (sem exageros).
Por outro lado, tanto a Square Enix quanto a Team Ninja entendem a importância do gameplay como fator replay e realmente em Stranger of Paradise não há como negar que a simplicidade dos comandos e as variações de classes e armamentos são pontos positivos.
Diferentemente de outros games do gênero Soulslike onde os atributos das armas podem ser um fator decisório, Stranger of Paradise foca na eficiência entre a troca de classes como algo simples sem que o jogador precise se preocupar onde investir os pontos de habilidades ganhos. É claro que a construção dos pontos de habilidades é importante e precisam ser bem distribuídos, mas não há uma penalidade na escolha em que atrapalhe ao enfrentar um boss por exemplo.
Os gráficos são bons em alguns aspectos e fracos em outros e fica evidente a falta de atenção em texturas de cenários dando a sensação de jogo datado. Jack, o personagem principal é um dos poucos a ter maior cuidado aos detalhes e principalmente no sombreamento. O visual genérico aqui é predominante e existe um abismo de diferença entre Jack e Cloud de Final Fantasy 7 Remake.
A trilha sonora é ótima como todas as trilhas que acompanham o padrão de excelência Final Fantasy de qualidade. Sem sombra de dúvidas há um reaproveitamento de efeitos sonoros já conhecidos para os ouvidos mais atentos, porem é um fator positivo e não atrapalha em absolutamente nada.
Um ponto a se destacar, mas que provavelmente será resolvido com alguma atualização é que em certos momentos onde há muitos inimigos em tela, ocorre um leve atraso na sonorização dos golpes, mas sem afetar seu efeito ou dano, tratando-se apenas de um mero detalhe.
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é simples e ágil no quesito diversão porem mediano quando o assunto é gráfico e enredo. O fato de não haver sequer legendas em português pode afastar ainda mais. Distrai por algumas horas e tem sim um fator replay interessante, mas é o típico game que caíra super bem quando houver alguma promoção ou redução de preço. De momento, não vale o que cobra!