EGGLIA Rebirth – Um RPG casual e divertido inspirado em “Legend of Mana” | Análise

EGGLIA Rebirth infelizmente parece datado e talvez aquém das experiências proporcionadas pelos seus concorrentes

Analisado no Nintendo Switch


Você acorda na pele de Chabo, um Goblin, que se sente fraco após ter perdido seus chifres. Ao abrir os olhos, se depara com uma fada e um elfo, que o entregam um ovo mágico no qual parte do grande reino de EGGLIA encontra-se Selado. Após uma guerra, este reino, outrora grandioso, é selado em várias dessas relíquias enfeitiçadas e é aí que o nosso protagonista entra: Somente ele tem o poder de quebrar esse selo e trazer EGGLIA de volta aos seus dias de glória. Guiado pelos seus salvadores, sua missão é encontrar os fragmentos do mundo selado e ajudar na sua reconstrução.

Os gráficos desse jogo, da editora e desenvolvedora Brownies, parecem especialmente desenhados para garantir uma experiência mobile interessante. Aqui digo mobile porque este jogo é uma adaptação direta de EGGLIA: Legend of the Redcap, lançado para celulares, mas no Switch, obviamente, sem microtransações e com várias otimizações para garantir uma experiência digna do console. Os cenários são lindíssimos, como ilustrações feitas a mão, e a trilha sonora, muito relaxante e gostosa de se escutar. O estilo de exploração e de batalha, ambos baseado no lançamento de dados, tornam esse jogo mais casual, no sentido de que não são necessárias estratégias elaboradas para avançar, já que muito do que acontece é decidido na sorte. Quanto maior o número dos dados, mais o personagem avança e maior o dano infligido aos inimigos. Assim, fica muito clara a melhor forma de aproveitar a magia de EGGLIA Rebirth: em modo portátil enquanto se está esperando por alguém, ou em ocasiões semelhantes, onde sua atenção pode estar somente parcialmente dedicada ao jogo.

Os diálogos são muito divertidos e cada personagem tem um carisma único que te faz querer jogar mais e descobrir como toda a história vai se desenvolver. Guiado inicialmente pela fada Marigold e pela elfa Robin, o mundo conhecido cresce após cada missão, recompensada com os ovos mágicos cujo lacre somente Chabo é capaz de romper. Durante seu caminho, Chabo ajuda NPCs participando de sidequests, que o fazem ter um melhor relacionamento com a população de EGGLIA. Com isso, recompensas melhores são recebidas, além de várias outras vantagens com o decorrer do jogo. Além disso, alguns desses personagens tem funções específicas nessa reconstrução, tais como o carpinteiro Dunkel, um anão comilão que não pensa duas vezes em ajudar nosso protagonista desde que um bom suprimento de alimento esteja disponível.

O estilo da arte gráfica realmente remete aos RPGs de fantasia dos saudosos Super Nintendo, Mega Drive e seus sucessores de 32/64 bits, pelo menos se eles tivessem toda a capacidade de processamento atual. Traduzindo: o jogo tem um ar mágico e nostálgico, mesmo que você nunca o tenha jogado. É visível o esforço da equipe em te manter conectado e até imerso em todo este encanto!

Apesar de todos esses aspectos positivos, nem é digno de uma fábula neste jogo. O início é um pouco confuso, com muitos diálogos longos, pouca ação e muitas telas de loading em meio a todo esse falatório de Chabo e companhia. É necessário também salientar que embora os cenários sejam lindos como aquarelas feitas à mão e os modelos 3d dos personagens também sejam bem trabalhados, os dois elementos parecem não conversar de forma harmônica. Os modelos 3D acabam parecendo totalmente descolados do fundo, tais como bonecos em frente a um pôster de papel. Por um lado, esse estilo remete a jogos antigos do gênero, mas frente aos jogos atuais, EGGLIA Rebirth infelizmente parece datado e talvez aquém das experiências proporcionadas pelos seus concorrentes, principalmente para um jogo com custo de R$ 101,99 na eShop brasileira. Isso tudo ainda aliado ao sistema raso de batalhas, que te faz jogar de modo automático e sem pensar nesses trechos (que poderiam ser um grande destaque de EGGLIA Rebirth!). Assim, o jogo demonstra que, mesmo proporcionando um mergulho na fantasia e representando um delicioso descanso de toda a correria do cotidiano, realmente é no modo handheld (portátil) que a magia acontece e uma experiência com o Nintendo Switch acoplado à dock talvez não seja a melhor das opções.

Confira neste vídeo de gameplay o início de EGGLIA Rebirth:

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