Analisado no PlayStation 4
Não é necessário nem um tipo de introdução ao universo das Tartarugas Ninjas, uma vez que toda atmosfera que as engloba fala por si só, desde que elas conquistaram o mundo entre as décadas de 80 e 90. Lançadas em um formato HQ independente lá em 1984, obtiveram vendas tão expressivas quanto a DC e a Marvel, não demorando muito para vender uma porrada de action figures, lançarem desenhos e filmes para o cinema. Tudo isso com muito bom humor e referências pop de qualidade.
Estamos em 2022 e a sensação nostálgica que Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é unânime. É impossível se deparar com o estilo Beat’em Up na sua tela e não se entregar a experiência imersiva que os jogos dos anos 90 proporcionavam aos jogadores. Eu não sei explicar, mas os anos 90 tinham essa magia envolvente (parece letra de axé) que segurava a gente na frente da TV por horas a fio. Não é à toa que volta e meia vemos filmes, séries e jogos que recriam essa década. É como diz a “doutora em Belas Artes” Taylor Swift: I come back stronger than a 90’s trend!
Se mantendo na linha de clássicos, Shredder’s Revenge é um beat’m up de progressão lateral, inclusive, foi nesse formato que as Tartarugas se destacaram e mantiveram sua fama nos jogos, ou seja, em time que está ganhando, não se mexe. Seguindo o fluxograma oficial, os comandos seguem uma mecânica simples: botão pra pular, para esquivar, para atacar e um botão de golpes especiais que funcionam quando a barra se encontra cheia de energia. Além disso, pressionar o botão de ataque por um período, libera um golpe mais forte. Essa esquematização funciona extremamente bem quando associada a combinações, possibilitando uma gama de combos divertidos.
As mecânicas do jogo são tão simples, que é possível atrair jogadores de diversas faixas etárias, bem como para qualquer tipo de jogador, seja ele mais casual, ou viciado (como a maioria dos trintões). Tudo isso porque as Tartarugas Ninja entregam tudo ao oferecer carisma de maneira cativante com animações criativas dos personagens. Cada personagem possui sua frase de entrada e comemoração de vitória, o que atribui características únicas as suas personalidades, favorecendo uma variedade favorável ao gameplay. Já de início é possível jogar com Donatello, Michelangelo, Raphael, Leonardo, Splinter e April.
O jogo entrega uma cacetada de inimigos em diversos cenários, alterando a jogabilidade, tornando ainda mais atrativo, justificando qualquer que seja o motivo com porradaria. O senso de humor aplicado ao jogo é essencial para manter a conexão do enredo, tornando-o mais divertido. Visualmente, a pixel art do jogo é perfeita, tanto os cenários como as animações são muito polidas, existe um número absurdo de coisas na tela e tudo funciona super bem, as vezes você se perde um pouco quando a tela enche de inimigos ou se está jogando em muitos players, mas nada que comprometa a experiência. A parte sonora é boa, com clássicos rearranjados e músicas novas, combinando bem com a ação na tela.
Sobre a história do jogo: não tem história, meus queridos. É o arroz com feijão: o vilão tem um plano maligno e infalível de destruir Nova York (caraca, que original!) e os únicos heróis capazes de impedi-lo são as Tartarugas Ninja. É ruim? Claro que não! É exatamente o que sempre foi, com muita piada, artes marciais, o bem prevalecendo e os protagonistas finalizando o rolê com pizza! O foco principal dessa produção não é a história, e sim o gameplay, é para vocês se entregar a jogabilidade, apenas. Levando em consideração que é exatamente essa a proposta de jogos Beat’em Up.
O jogo oferece opções em relação ao modo que você pode jogar: O modo história oferece menos vidas, permitindo continuar infinitamente. Tem o modo Arcade sem checkpoint, te obrigando assim, a zerar o jogo numa pancada só, como o nome mesmo diz, seguindo o estilo clássico dos Arcades. Além de 3 opções de nível de dificuldade, agradando todos os tipos de jogadores. Ao terminar a campanha você desbloqueia o Casey Jones, aumentando a gama de personagens jogáveis, trazendo um personagem mais forte e bruto, estimulando o jogador a experienciar novas possibilidades de gameplay. Pequena curiosidade de fã: O último a interpretar o Casey Jones no cinema foi o Stephen Amell (Green Arrow) no filme Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows, lançado em 2016.
Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é um joguinho gostosinho ‘no azeite’, que traz o melhor dos Beat’em Up noventista, te levando diretamente ao que importa: PORRADA! Sem enrolação ou encheção de linguiça, o game cumpre o que propõe: foco nos combates com precisão cirúrgica. Associado a muito carisma dos personagens, bom humor na dose certa e claro, muitas referências a títulos anteriores. Despretensiosamente ou não, o jogo oferece apenas o necessário, sem forçar sua duração, promovendo um estímulo de replay, ainda mais quando é possível jogador com mais amigos localmente, para até 6 jogadores no Xbox, Switch e PC, mas apenas 4 no PlayStation, mas se for online todos suportam 6 players. Melhor que isso, meus amigos, só um rodízio de pizza custando menos de 20 reais!