FIFA 2023 – Bola na trave não altera o placar | Análise

Jogo deste ano tem várias melhorias sutis, mas franquia necessita de mais mudanças.

Analisado no PlayStation 5


FIFA 2023 chega com novidades interessantes como o HyperMotion 2.0 que traz avanço na movimentação dos jogadores assim como as animações das torcidas, o gramado mais realista, a liga feminina dentre outros detalhes, mas a pergunta que fica é? Vale a pena?

Para aqueles que já estão jogando FIFA 2022 há algum tempo e esperam por alguma grande evolução sejam nos gráficos ou na jogabilidade em si, muito provavelmente irão se decepcionar.

São melhorias em sua grande maioria sutis, mas que merecem atenção e elogios contidos. FIFA 2023 prepara a sensação de pré-jogo onde uma imagem área dos estádios com animações convincentes dos torcedores carregando as bandeiras de seu time ou os cinegrafistas dando os últimos ajustes em suas câmeras são realmente uma grata surpresa. O futebol também acontece fora dos gramados e essa espécie de “bastidores” além de divertido, traz realismo ao game.

As movimentações dos jogadores que já eram impressionantes em FIFA 22, agora estão ainda mais aprimoradas, porem padecem de pequenos erros tais como: atraso na marcação ou exagero no posicionamento, causando uma certa irritação e muitas vezes, a sensação é que o game está literalmente decidindo por você.

De fato, o HyperMotion 2.0 facilita na tomada de decisão pois a fluidez dos jogadores e principalmente dos atacantes, volantes e meias são os que mais usufruem deste recurso e sim, a naturalidade dos movimentos podem levar a pensar que estamos assistindo a uma partida real de futebol.

O problema é que nem sempre seu jogador corresponde a tal tecnologia e convenhamos, montar um time sem Neymar, Cristiano Ronaldo, Messi ou outra grande estrela do futebol é pedir para o HyperMotion fazer milagre para aqueles menos familiarizados com os inúmeros comandos do controle

Outra revisão, por assim dizer, é que agora ao bater uma falta, pênalti ou escanteio o jogador apenas aponta para o local pois tanto o efeito quanto a precisão do chute foram direcionados exclusivamente para a bola. É uma boa mudança quanto ao seu antecessor e com certa lógica, pois, a forma como você chuta tem tudo a ver com o resultado esperado.

Vale lembra que a comunidade já havia solicitado tal mudança antes mesmo no FIFA 2022 e por questão de prazo, provavelmente os desenvolvedores acharam por bem lança-la nesta edição.

Temos também o novo Power Shot que no caso dos controles PlayStation segurando L1+R1+Chute faz com que a bola alcance uma maior velocidade e as chances de gols são enormes. Como nem tudo são flores, tal recurso requer boa visão de jogo pois o jogador leva alguns segundos para carregar a força necessária e perder a bola para um marcador próximo é quase certa.

Porém, ao acertar as redes, um replay diferenciado surge com um zoom cinematográfico e algumas informações como velocidade da bola, ângulo e características do jogador aparecem no decorrer do lance.  No geral o Power Shot tem seu valor quando bem executado, mas dificilmente não haverá um nerf por ser quase que indefensável.

A jogabilidade quase idêntica entre FIFA 22 e FIFA 23 principalmente por rodarem no mesmo motor gráfico, faz com que tenhamos a sensação de mais do mesmo ao jogarmos com a I.A, já no modo VERSUS é que o HyperMotion 2.0 demonstra toda a sua capacidade. Sim, os jogadores parecem estar presos ao gramado e conforme o andamento da partida isso vai ficando ainda mais perceptível como os passes longos sendo menos eficazes ou até mesmo a dificuldade na corrida sprint.

O comparativo pode ser usado com os clubes femininos o quais finalmente estão bem representados, não sendo apenas uma skin mas sim com a presença da Liga Feminina Inglesa e também a primeira Divisão Francesa. É impressionante o quanto a jogabilidade muda entre o futebol masculino e feminino sendo literalmente uma nova dinâmica entre gameplay e dificuldade tanto nas partidas online quanto nas partidas contra a I.A. Vale ressaltar os incríveis efeitos de luz e sombra nos cabelos das jogadoras que acompanham com detalhes os movimentos e até mesmo sofrem alterações quando cabeceiam a bola.

Soma-se a isso os amistosos, torneios, treinos e o já conhecido modo carreira que seguem firmes e fortes. O modo carreira teve poucas inovações porém muitos que preferem uma jogatina offline não irão se arrepender em perder algumas horas. Há uma antiga opção porem mais refinada que é a simulação de jogo que consiste basicamente em fazer escolhas técnicas como ataques, defesas e aguardar o resultado

Seguindo a linha de poucas inovações, o crossplay se mantem sendo Xbox Series X|S, PC e PlayStation 5 e o modo VOLTA está inserido agora com o PRO CLUBS e ainda que o progresso seja mantido, trata-se apenas de uma forma mais rápida de progredir nos cosméticos do game. Por falar no modo VOLTA houve maior inserção de habilidades e perks, mas a sombra do clássico e nostálgico Fifa Street paira sobre este deste o Playstation 3.

Já o terror do cartão de crédito da vida real, também conhecido como Ultimate Team faz jus a fama. Evidentemente é onde o jogador mais investe tempo e dinheiro. A EA foca em ajustar sempre para melhor a cada edição, mas o único e previsível intuito é a permanência de quem joga este modo. Por ser o ultimo FIFA da franquia, bem provável que esta formula de sucesso, por assim dizer, apenas mude de endereço.

Com o fim do licenciamento entre a FIFA e EA, conheceremos em breve o EA Sports FC e com ele, todo o legado e experiencia de uma das franquias de maiores sucessos da história do vídeo game. Para amantes do futebol, não há como negar que FIFA 23 é um excelente jogo, com altos e baixos é o tal melhor ter do que não ter.

Confira uma partida entre PSG e Lecce no Fifa 23:

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