Espire 2 – A mesma experiência com uma qualidade diferente | Análise

Por ser um exclusivo da plataforma Quest, o jogo sofre com as limitações de hardware e por isso os gráficos sofreram um grande retrocesso

Jeferson Vasconcelos29/11/2022Última Atualização 29/11/2022

Analisado no Meta Quest 2

Espire 2 é um jogo furtivo de ação desenvolvido pela Digital Lode Immersive Media e distribuído pela Tripwire Presents. O título foi lançado em 17/11/2022 e atualmente se encontra disponível exclusivamente para a plataforma Oculus/Meta Quest.

Como uma sequência de Espire 1: VR Operative, Espire 2 utiliza a mesma receita do primeiro jogo com adição de algumas novidades, a experiência é OK mas acaba sofrendo com os problemas herdados do primeiro jogo e das limitações da plataforma Oculus/Meta Quest.

Lançado em 2019, Espire 1: VR Operative foi o primeiro jogo multiplataformas para a realidade virtual desenvolvido com o foco na furtividade, onde o jogador assumia o papel de um controlador de drones e utilizava esses robôs remotamente para completar missões especiais. Espire 2 traz uma continuação desta aventura, se passando em 2036 nós iremos novamente assumir o papel do controlador de drones POE que tem a missão de parar a organização terrorista OPHIS que planeja dominar o mundo. A história continua simples e serve somente para justificar os eventos do jogo, quem não jogou Espire 1 não ficará perdido pois tudo aqui é explicado em um resumo e a história é bem direta.

Assim como o primeiro título, Espire 2 traz consigo várias opções de acessibilidade sendo essas definitivamente o ponto mais alto do jogo. São várias configurações e o jogador pode escolher entre tipos de dificuldade, movimentação, câmera, efeitos de vinheta, grip, auto recarga, entre outros, todas essas opções tornam o jogo bastante acessível e atendem desde os iniciantes na realidade virtual até os jogadores veteranos.

A jogabilidade segue a mesma linha do primeiro título, ou seja, temos um jogo onde a furtividade é o foco mas não é necessária e se você quiser pode partir para uma abordagem mais direta. O jogo segue o mesmo padrão do anterior com algumas adições e logo no início já temos a primeira novidade que é a introdução de antebraços ligados as mãos, algo que tem sentido mas acaba causando alguns problemas.

Diferente do primeiro título onde só tínhamos as mãos do personagem, em Espire 2 o jogador tem acesso às mãos e aos antebraços, estes últimos que foram adicionados pois ambos contêm um mecanismo atirador de dardos tranquilizantes e projetores de voz que não são nada práticos de se utilizar e também escondem os bastões de energia, utilizados para reparos, hack e até nocautear os NPCs. Essa adição de antebraços é um ponto questionável, pois se por um lado eles contêm mecânicas novas, por outro ambos são uma fonte de problemas pois suas mecânicas são um tanto imprecisas e como os antebraços não são ligados ao corpo do personagem você pode acabar ficando preso em quinas e itens do cenário.

Outra grande diferença foi a adição de um segundo esqueleto e agora o jogador precisa alternar entre dois esqueletos de robôs “Sinder e Sooty”. Sinder é baseado nas mecânicas do primeiro jogo, sendo um robô grande com disparador de tranquilizantes e força para arrastar inimigos, Scooty é o oposto e traz uma nova abordagem, este é um esqueleto pequeno e focado em infiltração e ao invés dos dardos ele traz um projetor de voz bastante útil para distrair os inimigos.

Além dos dois esqueletos de robôs, o jogo traz interações com computadores, câmera noturna, uma nova mecânica que possibilita ao jogador render e interrogar inimigos e uma campanha cooperativa que sofre com a falta de matchmaking e áudio entre os jogadores. Adições a parte o jogo segue o mesmo e isso vale para os problemas também, com inconsistências nos sistemas de escalada, interações, física e principalmente na AI que continua bastante fraca.

Por ser um exclusivo da plataforma Quest, o jogo sofre com as limitações de hardware e por isso os gráficos sofreram um grande retrocesso quando comparados ao primeiro jogo. As texturas são feias, os modelos são simples, praticamente não existem efeitos de luzes e iluminação, o áudio é ruim e a combinação de todos esses fatores cria uma apresentação que realmente não é das melhores, mas pelo menos o que temos é o suficiente para se jogar e aproveitar a experiência. Este é mais um título que sofre com a exclusividade, pois provavelmente não teremos uma versão de PC.

No final, Espire 2 traz mais da experiência furtiva introduzida no primeiro título, o jogo é legal e com certeza quem gostou do primeiro vai se divertir com esta nova entrada, contudo por causa da plataforma e das limitações de hardware é difícil não notar a baixa qualidade gráfica e os problemas com física e AI. Infelizmente o Espire 2 é um título exclusivo da plataforma Oculus/Meta Quest que possui uma loja que não pratica preços regionais e cobra em dólares americanos, por este motivo o jogo tem um custo bastante salgado de aquisição. Por causa da combinação dos problemas com o custo de aquisição, eu prefiro recomendar este título somente para quem se interessar e somente em uma boa promoção.