Chained Echoes – Um excelente indie que impressiona | Análise

Chained Echoes é definitivamente uma experiência necessária para qualquer fã de J-RPG.

Analisado no PC


Chained Echoes é um RPG de 16-bit desenvolvido por Matthias Linda e distribuído pela Deck13. O título está com data de lançamento prevista para 08/12/2022 e versões esperadas para as plataformas PC, PlayStation, Switch e Xbox.

De tempos em tempos os jogos indies chegam para impressionar e Chained Echoes é mais um destes. Trazendo uma boa história, um sistema de batalha diferente e uma progressão suave, Chained Echoes é definitivamente uma experiência necessária para qualquer fã de J-RPG.

Sem spoilers, a história se passa no continente Valandis, uma terra rica em história que é o palco de periódicas guerras por conta das divergências entre seus reinos, mas que após a formalização de um tratado vive um período de paz. Aqui nós iremos acompanhar a jornada de um grupo de aventureiros que decidem unir forças após alguns eventos e partem para uma aventura com a finalidade de tentar evitar e parar o início do que pode se tornar uma nova guerra no continente. Claro que isso é só um resumo e a trama vai muito além, com cada personagem tendo suas motivações e objetivos, bem como as decisões do jogador influenciando alguns eventos.

O jogo tem uma história direta e sem enrolação, mas que demora um pouco para engrenar. As primeiras horas servem como um grande tutorial onde somos apresentados aos sistemas do jogo e ao background dos personagens iniciais. Tecnicamente não temos um protagonista e apesar de existirem alguns eventos que acontecem especialmente para um personagem, o jogador é livre para escolher a ordem do grupo bem como qual personagem ele irá controlar durante a exploração.

A progressão aqui é completamente diferente do tradicional encontrado em RPGs, não temos nível nem experiência e os personagens melhoram seus status através da utilização de um item chamado “Grimoire Shards”, que é obtido através de chefes e missões. Sempre que obter um destes estilhaços, ele estará disponível para todos os membros do seu grupo e até para os personagens que não participaram de batalhas ou não estavam presentes no grupo, assim a progressão não é feita na base do “grind”, você não perde tempo e sempre é incentivado a explorar e continuar para frente. Em contrapartida para melhorar as habilidades já adquiridas são necessários “skill points” que só podem ser obtidos através do combate e quem quiser maximizar tudo terá de perder um tempo batalhando.

O combate aqui continua sendo baseado no típico sistema de turnos, mas temos a introdução de sistemas que o deixam como uma cara única. Para começar não temos batalhas aleatórias e a maior parte dos combates são “opcionais” com monstros espalhados pelo mapa e caminhos alternativos, todos os personagens começam cada confronto com vida e mana cheios e o jogador ainda pode utilizar um sistema de troca de times que possibilita alternar os personagens no campo de batalha sem perder o turno, algo que é uma mão na roda em determinadas situações.

O grande diferencial aqui é que toda a dinâmica de combate é regida por uma barra de “overdrive” dividida em cores amarela, verde e vermelha. No amarelo temos status comuns, no verde temos a sinergia do grupo onde os personagens ficam mais fortes, recebem menos dano e tem maior poder de ataque, no vermelho temos o superaquecimento e nessa etapa os personagens ficam mais fracos e recebem muito mais dano. O interessante aqui é que cada ação irá influenciar diretamente na barra de overdrive, assim cada habilidade, ataque ou defesa irá aumentar ou diminuir a barra e o jogador precisa planejar seus movimentos ficando sempre de olho na linha do tempo para não estar em superaquecimento no turno do inimigo.

A cereja do bolo do combate são os “ultimates” especiais de cada personagem e também o combate com Mechas. Sim, o jogo tem batalha de Mechas e em alguns combates será necessário alternar para sua “Sky Armor”, o combate nos mechas é um pouco diferente mas segue a mesma linha da barra de overdrive e você também precisa planejar seus movimentos.

Chained Echoes é um jogo de “Um homem só” desenvolvido inteiramente por Matthias Linda que utilizou o auxílio de freelancers para a criação de alguns planos de fundo e do compositor Eddie Marianukroh que ficou em cargo da trilha sonora. O título utiliza em seu motor a Unity e traz uma bela apresentação com uma arte toda feita em pixel art carregada de detalhes, a trilha sonora é muito boa com aproximadamente 50 faixas diversas que fazem a experiência ser bastante dinâmica e difícil de se cansar. A combinação destes fatores gera uma ambientação que traz uma grande dose de nostalgia, impactando principalmente quem cresceu jogando jogos deste gênero e acompanhou a evolução das grandes franquias.

No final, Chained Echoes é um indie de respeito que chega como uma obra de arte revitalizando o gênero, sendo esta uma experiência necessária para todo fã de J-RPG. Ainda não temos um preço definido para todas as versões, mas pela experiência que tive eu posso recomendá-lo para todo fã de J-RPG e de jogos com batalhas em turnos

Confira neste vídeo o começo de Chained Echoes:

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