Need for Speed: Unbound – Jogo chama atenção pelos seus visuais ousados | Análise

Visual cartunesco dos personagens divide opiniões dentre os jogadores

Lennon Rubens10/12/2022Última Atualização 11/12/2022

Analisado no PlayStation 5

Need For Speed Unbound, desenvolvido pela Criterion Games e publicado pela Electronic Arts em 2 de dezembro de 2022 está disponível para PlayStation 5, Xbox Series S|X e também para PC via Steam, Epic Games e EA APP.

Need For Speed Unbound chega com os dois pés na porta quando se fala nos gráficos desse divertido jogo. Aqui a Criterion Games teve a ousadia de misturar gráficos realistas com personagens e efeitos de arte cartunesca. De início eu particularmente torci o nariz grandemente por achar que não faria sentido essa mistura, mas após ter o jogo em mãos consegui perceber que esse foi um dos ótimos pontos presente nele. Em outros jogos essa mistura de artes foi bem recebida (vide Fortnite com suas infinitas skins de diversos temas) e por quê não tentar isso em Need For Speed? Porém sua recepção dividiu fãs da franquia entre os que acharam ruim e os que gostaram dessa novidade. Há opções de customização desses detalhes que podem ser diminuídos, mas pra quê tirar esse charme do jogo?

Ainda que feita de maneira simples, existe uma história no jogo que no início consiste da personagem principal escolhida pelo jogador e a sua parceira escolhendo um carro para ser restaurado dentre as três opções disponíveis (algo que me lembra certo jogo de rixa de monstros). A partir daí o jogador faz algumas corridas, ganhando dinheiro suficiente para tunar a um nível satisfatório. Como um bom plot de história que não dá certo no começo, aqui não seria diferente. A parceira do jogador que aparece no começo da trama simplesmente dá um golpe e faz a limpa na oficina em que ele trabalha levando todos os carros que haviam lá. Passam-se dois anos e uma outra personagem aparece com uma oportunidade para o jogador falando que vai começar uma série de corridas desafiadoras chamada O Grand, que é feita na cena underground suburbana da cidade fictícia de Lakeshore, valendo muito dinheiro e que o prêmio final é o próprio carro que o jogador restaurou no começo do jogo.

É a partir daí que o ciclo de tempo do dia e noite passa a funcionar no jogo. De dia o jogador faz corridas ilícitas e acumula níveis de perseguição policial que se estendem até o fim do dia, que é quando esses níveis são zerados. Já O Grand é dividido em quatro semanas, onde de domingo até sexta-feira o jogador tem o desafio de conseguir equipar e personalizar seu carro para daí no sábado participar de um evento especial que requer uma classe de veículo específica que vão de A, A+, S até a S+. A Classe B é a classe inicial, porém não possui um evento requisitando um veículo desse porte.

A primeira impressão que tive é a de que não seria possível ter um carro bom suficiente para competir na primeira semana de desafios. Mas isso nem sequer chegou a ser um problema pois o jogo proporciona corridas que oferecem uma quantia razoável para começo do gameplay. Antes das corridas o jogo dá a oportunidade de criar uma rivalidade durante cada evento, fazendo o jogador bater uma aposta com algum outro corredor. De início é até interessante, pois é um dinheiro extra que o jogador faz, mas ao longo do tempo esse valor da aposta vai ficando não tão atraente, já que ele passa a ser desproporcional ao que se ganha ao vencer as corridas.

Um outro ponto que vale citar, é o fato de que poderia ter mais corridas, visto que já na segunda semana do jogo algumas corridas começam a repetir. Eu até entenderia isso se eu já tivesse finalizado o jogo e tivesse corrido todas as corridas e feito tudo o que o jogo proporciona, mas essa foi de quebrar as pernas.

Aqui quando se fala de trilha sonora, automaticamente se fala do rapper A$AP Rocky, garoto propaganda de Need For Speed: Unbound, que teve diversas de suas músicas presente no jogo, contando até mesmo com a faixa intitulada “Palace” dando nome a versão Deluxe do jogo. A trilha sonora de Unbound conta com 72 músicas que vão desde o próprio A$AP Rocky, Charli XCX, Diplo, ROSALÍA e até mesmo uma faixa brasileira do Tropkillaz, entre outras.

Senti que a inteligência artificial da polícia foi aprimorada desde o último jogo, mas se tornou um pouco repetitiva durante a gameplay, pois quase sempre tinha polícia durante as corridas e quanto mais corria nos eventos, mais acúmulo de perseguição eu ganhava e era praticamente certeza que eu teria que despistar após o término de cada evento. Algo que ainda dá para justificar visto que durante os podcasts que o jogador ouve durante o jogo é dito que a prefeita da cidade diz que pretende acabar com as corridas de rua intensificando e reforçando o patrulhamento policial.

Os adversários que corremos contra também estão bem-feitos, visto que estão muito mais desafiadores que antes. Ganhar uma corrida vai exigir muito mais do que você possa imaginar, já que qualquer erro que possa ser cometido você vai ser passado para trás, momento em que o jogo dificilmente vai abrir espaço para recuperar as posições que foram perdidas, ainda mais quando se faz uma aposta contra algum outro corredor.

No final das contas, Need For Speed Unbound vale a pena?
O jogo conta com inovações gráficas ousadas e que saltam os olhos, gameplay divertida, frenética e com história sem muita profundidade. Cumpre seu papel de jogo de corrida casual sem compromisso com a realidade. Fãs saudosistas que querem voltar a ter o sentimento de jogar o Underground 1 e 2 podem tirar o cavalinho da chuva pois não é dessa vez que a EA ouve totalmente seus fãs. No fim do dia o jogo vale a pena, mas vale mais ainda quando sair em uma promoção.