Ship of Fools – Visual cartoon e muitos inimigos num mar de tolos | Análise

Infelizmente a trilha sonora é um marasmo sonolento e não envolve nem quando há uma horda de inimigos acontecendo.

Analisado no PlayStation 5


Desenvolvido pela Fika Productions em parceria com a publisher Team17, Ship of Fools traz bons desafios e visual criativo, em uma mistura de roguelike com cartoon network. Disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X | S e PC o game tem uma jogabilidade simples, mas que garante boa diversão.

Ship of Fools tem como trama principal o “Águapocalipse” que trocando em miúdos trata-se de um evento climático que trouxe o caos ao mundo fictício do game, ainda que seja um enredo simplório, as comparações param por aqui. As criaturas que submergem dos mares têm afeições monstruosas que vão desde um polvo cheio de tentáculos mortais até aranhas marítimas.

Com cenários sendo gerados de forma aleatória toda vez que você morre e até aqui não há nenhuma novidade em relação a outros roguelikes, o diferencial de Ship of Fools acontece no fato de que boa parte da aventura se passa dentro de um barco ou melhor dizendo, um “barquinho” a julgar pelo tamanho de alguns inimigos.

O fator roguelike está bem representado principalmente nos upgrades das armas e personagem visto que ao morrer o jogador retorna ao início da fase, mas permitindo a progressão de alguns itens conquistados. Junte-se a isso, o fato de a embarcação não ser lá das melhores, dificultando ainda mais os embates frenéticos.

A dinâmica de gameplay é através de turnos, sempre seguindo em frente e uma vez que seu personagem sobe em seu barco os desafios são apresentados de inúmeras maneiras. Muito parecido com jogos de tabuleiro como por exemplo o Batalha Naval, o qual a cada escolha disponibilizada no mapa uma horda de inimigos surge ou até mesmo um tesouro contendo itens com melhorias significativas.

O sistema de cédulas disponíveis no mapa traz autenticidade para o título, porém após algumas horas de jogo, já é possível verificar a repetição das missões ou até mesmo o grau de dificuldade desbalanceado fazendo com que Ship of Fools desagrade aqueles que preferem apenas passar um tempo se divertindo.

Por falar em dificuldade, o modo single-player exige que o jogador tenha sangue frio e pensamento ágil pois dentro do barco, além de enfrentar inúmeros inimigos, é preciso operar um canhão mantendo-o sempre carregado para afastar qualquer invasor que se aproxime.

Estando constantemente cercado, com o barco se movendo sozinho e ainda tendo a preocupação com os monstros que surgem a todo instante traz a nítida impressão de um jogo que se sairia melhor em co-op, porém nesta análise, o sofrimento foi solitário.

Os controles são simples o que facilitam em situações em que mal se enxerga o que está ocorrendo na tela. Existe uma repetição nos movimentos de ação do personagem, mas conforme os upgrades vão acontecendo ao longo da jornada, ajudam um pouco o momento Rogue Slash.

Ao finalizar uma rodada, a sensação de dever cumprido faz jus ao esforço, porém a repetição tanto dos inimigos quanto das variações de cenários deixa transparecer a falta de conteúdo prejudicando o fator replay.

Os gráficos são uma simpatia a parte e a direção de arte está de parabéns não devendo nada para qualquer animação da Disney, dentre outros. O tom meio pastel acinzentado contrasta com cores vibrantes e ambas se misturam em diversos momentos tanto na ação quanto nas “pausas” em que o jogo da, em favor da narrativa.

Com personagens carismáticos os quais foram desenhados a mão, lembram o excelente game Cuphead e são o ponto alto de Ship of Fools, sendo quase impossível não se divertir com suas inúmeras expressões.

Infelizmente a trilha sonora é um marasmo sonolento e não envolve nem quando há uma horda de inimigos acontecendo. Como não existem diálogos no jogo, aquela clássica caixa de texto faz com que a imersão seja enfraquecida ainda que não ocorra a todo instante.

Em resumo, Ship of Fools é um título interessante quanto ao desafio, mas que peca em pontos consideramos cruciais como trilha sonora envolvente, pouca diversidade de modos e até mesmo não ter localização em PT-Br. Joga-lo com um amigo pode ser uma aventura divertida, mas encará-lo sozinho nem tanto.

Confira neste vídeo o começo de Ship of Fools:

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