Tom Clancy’s The Division Resurgence – Impressões do beta fechado | Análise

Jogo ainda em desenvolvimento, portanto pontos desta análise podem estar em desacordo com versões futuras e finais.

Jogo testado no ROG Phone 3


The Division Resurgence é um jogo de ação e tiro em terceira pessoa desenvolvido pela Ubisoft exclusivo para plataformas mobile. O título ainda está em desenvolvimento e não possui data de lançamento confirmada.

Como um AAA que cabe na palma da sua mão, The Division Resurgence traz uma experiência extremamente similar aos outros jogos da franquia lançados para PC e consoles. Os gráficos são legais, a jogabilidade é boa, mas infelizmente ele pode não caber no seu bolso, pois temos o potencial para implementação de todos os tipos de mecânicas presentes em jogos mobile que envolvem “cash shop”, mas chega de enrolar e vamos para nossas impressões.

Fomos convidados pela Ubisoft Brasil para participar do beta fechado de Resurgence que está acontecendo entre os dias 8 e 22 de dezembro de 2022. A versão disponível nos dá acesso ao início do jogo e a algumas atividades que incluem até modos PVP, conteúdo suficiente para se ter ideia do que esperar da versão final.

Para quem não conhece ou não se lembra, em The Division um vírus mortal foi espalhado em notas de dólar durante uma Black Friday, uma epidemia aconteceu, governos caíram e para tentar conter o caos o presidente dos Estados Unidos invocou o diretivo 51 que ativou os agentes de elite da Strategic Homeland Division – “The Division”. Este novo jogo não é uma sequência e não dá continuação a história diretamente, aqui nós jogamos como um agente da primeira onda e vamos explorar vários acontecimentos a partir de um diferente ponto de vista.

Como o Beta fechado trouxe uma experiência limitada, nós não temos muita informação sobre a história, quem jogou os outros jogos irá encontrar algumas faces familiares, mas ao que tudo indica a trama aqui será independente e servirá para preencher lacunas presentes nos eventos que aconteceram nos jogos passados.

A jogabilidade de Resurgence segue a mesma linha dos jogos de PC e console, na verdade quem é acostumado a jogar no controle vai se sentir em casa. Resurgence segue a mesma receita dos outros dois jogos, sendo uma experiência de looter shooter em terceira pessoa com sistema de cover, todas as mecânicas presentes nos outros jogos foram transportadas para essa versão mobile que recebeu modificações nos controles.

Tecnicamente a receita é a mesma com algumas melhorias que incluem, uma verdadeira experiência “MMO” onde você encontra outros jogadores no campo de batalha, um modo de PVP entre grupos, uma nova Dark Zone que agora foca na ação trazendo um limite de 20 minutos por encontro e vários modos PVE que vão desde a missões diárias e semanais, até caçadas.

Os controles são bons e como estamos falando em mobile, vários botões e ações foram transportados para a tela do telefone. Começando pelos analógicos que ganharam suas versões virtuais em um sistema para facilitar a mira e o disparo, além destas várias ações também foram colocadas na tela como recarga, pulo, cobertura, troca de armas, entre outras. Os controles na tela funcionam bem e toda a interface e botões podem ser customizados de acordo com o gosto do jogador, claro que quem não gostar pode optar por jogar com um controle, mas aí a experiência é um pouco diferente.

Nós jogamos a maior parte do tempo com um controle Razer Kishi V2 e infelizmente algumas coisas não funcionaram muito bem, como principais problemas girando em torno dos quicktime events que necessitam que você toque na tela e do sistema de cover e ação, que demorava a reconhecer e ativar os comandos. Claro que estamos falando de um beta e provavelmente esses problemas serão sanados.

Graficamente o jogo impressiona por ser um mobile. Resurgence está sendo desenvolvido na Unreal Engine e traz uma qualidade gráfica muito boa, uma experiência que chega perto do que encontramos nas outras plataformas, com os modelos muito bem feitos acompanhados de vários efeitos de iluminação. O jogo está lindo, mas a performance não é boa, jogamos com um Asus ROG Phone 3 que traz consigo um Snapdragon 865 com uma Adreno 650 e tela de 144hz, mas infelizmente nesse beta o jogo estava travado artificialmente em 30 quadros o que acabou impactando a experiência mas não se assuste. Como o jogo está em Beta fechado, era esperado encontrar problemas e limitações e embora a performance tenha sido limitada a 30 quadros, o título dispõe de várias opções de configuração de interface, controles, assistências e gráficos, assim é esperado que a versão final não exija um hardware potente e rode sem problemas em telefones mais modestos.

É quase uma regra que todo jogo mobile tenha sua loja de “cash” e infelizmente a grande maioria dos títulos utilizam uma monetização agressiva, com sistemas que não só dificultam, mas impedem o progresso do jogador mais casual e o forçam a gastar rios de dinheiro para tentar ficar competitivo. Vários jogos utilizam desta estratégia e grandes nomes não ficam fora de escândalos como foi o caso recente do Diablo Immortal, mas chega de enrolar e vamos falar do que pode incomodar seu bolso e sua experiência que é o temível “cash shop” da divisão.

O beta de The Division Resurgence não trouxe de fato uma loja de cash pronta, mas deu indicações do que o jogo pode utilizar em sua monetização e o potencial é de assustar. Para começar, tudo indica que o jogo será lançado de forma gratuita e contará com passes de batalha, até aí tudo bem, mas é só jogar um pouquinho para já começar a se incomodar.

Como estamos falando de um looter shooter, Resugence traz vários sistemas de criação e melhoramento de armas e equipamentos, estes que consomem diversos recursos e trabalham com um sistema de tempo, o que abre a porta para monetização através da venda de caixas com projetos e recursos para criação e melhoramento de itens, além da venda de auxílios para diminuição ou remoção do tempo de espera. Esses fatores não chegam a incomodar, contudo além desses, o jogo conta com diversos tipos de moeda que não sabemos como serão usadas ou como iremos consegui-las. Lembrando que o jogo está em beta e nenhum de seus sistemas está finalizado, assim cabe aos desenvolvedores decidirem se irão transformar Resugence em um jogo pay-to-win como é Diablo Immortal, ou se vão optar por uma experiência decente e justa.

No final, o beta de The Division Resurgence trouxe uma experiência sólida, este é realmente um AAA chegando para os dispositivos mobile, mas não crie muitas expectativas, pois todo jogo tem seu custo e a reputação dos jogos mobiles gratuitos com cash shop nunca foi das melhores.

Confira neste vídeo o Tom Clancy’s The Division Resurgence em sua versão Beta:

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