Analisado no PlayStation 5
No momento desta análise, a Luminous Productions e a Square Enix anunciaram oficialmente que estão trabalhando em vários patchs para o seu mais novo título, Forspoken, com o objetivo de melhorar a qualidade do jogo.
Iniciar uma análise em que o fator principal é o futuro patch “corrigindo” o que sequer deveria ser um problema, realmente demonstra que a Square Enix não aprendeu nada com Marvel’s Avengers.
Forspoken não é uma completa tragédia e tem sim pontos positivos o quais serão abordados, porém sua construção narrativa maçante, quedas bruscas de frame-rate e seu elevado preço realmente prejudicaram a experiencia.
O fator maçante, precocemente anunciado quando a demo do jogo foi disponibilizada já sinalizava se tratar de um título genérico e vazio, sabotando o hype exatamente como aconteceu em Marvel’s Avengers.
Adiado por diversas vezes, há de se pensar que o polimento da Luminous Productions e o fator exclusividade da nova geração de console pesariam positivamente, porém assim que Forspoken foi lançado, tanto a crítica especializada quanto os consumidores em geral não pegaram leve em suas análises e opiniões.
A começar por Frey Holland, personagem central com zero carisma e diálogos que causam vergonha alheia, além de render ótimos memes na internet. Com a genérica introdução no qual temos a velha premissa de adolescente problemática que encontra acidentalmente um mundo mágico, a trama se esforça para sair da mesmice “sessão da tarde”.
Ainda no campo das primeiras impressões, a cidade de Nova York de Forspoken é sem dúvidas uma das piores já feitas em vídeo game. Não importa se a trama se passa em um universo longínquo, a mínima semelhança é aspecto obrigatório e a falta de cuidado com detalhes simples nos cenários é lastimável.
Demorado para engrenar, ao menos os desenvolvedores capricharam na quantidade de magias, combinações e elementos que Frey obtém no decorrer da história. Certamente que ao contrário da Demo, o jogador terá que aturar longos diálogos burocráticos com os NPCs, tutoriais confusos e uma inteligência artificial num nível de games básicos do Game Boy Advance.
Um jogador casual pode levar de 3 a 4 horas até alcançar um nível satisfatório de poder visto que alguns inimigos espalhados pelos cenários são extremamente fortes. O fator replay ganha pontos neste sentido pois revisitar locais e testar suas novas habilidades garantem razoável diversão e o parkour auxilia positivamente na exploração.
Frey Holland tem um vasto arsenal de magias com efeitos pirotécnicos dos mais bonitos demonstrando o poder do Playstation 5, ainda que a Luminous Productions transpareça não saber explorar bem, visto a quantidade de vezes em que existe queda de frame rate. Se aventurar por Athia, o mundo mágico e desconhecido de Forspoken se faz interessante por conta do elemento parkour somado a montanhas, masmorras, lugares altos de difícil acesso que escondem baús, itens colecionáveis ou até mesmo novas estratégias de combate.
Logo em seu início, o ponto positivo dos efeitos sonoros traz imersão que alcançam um ótimo nível de qualidade, dada as devidas proporções quando uma trilha sonora acadiana suaviza entre os momentos de calmaria da jogabilidade e da ação.
No quesito combate, Frey pode ser quase inatingível pelo tanto que a utilização do Parkour favorece a esquiva contra golpes dos mais diversos inimigos, o que causa certa estranheza em não sabermos se o uso é premeditado ou falta de atenção dos desenvolvedores. Os comandos L1 e R1 selecionam as magias que podem ser defensivas ou ofensivas e o R1 e R2 lançam os efeitos que podem ser misturados no meio das batalhas com uma leve pausa na troca dentre elas.
A eficiência ao subir de níveis através de XP é gradual, porém faz com que o jogador queira procurar por missões ou se aventurar pela história principal afim de habilitar conteúdo para Frey. Acessórios são o que não faltam, mas navegar entre eles é penoso e muito mal executado até mesmo para jogadores experientes.
Outro grande tropeço estão nas cutscenes insistentes que literalmente quebram a narrativa além de que em sua grande maioria, desnecessárias. É devido fazer justiça com Marvel’s Avengers pois ao menos lá, as cutscenes tinham contexto convincente e não incomodavam o ritmo ou diversão. Forspoken padece de envolvimento entre o que fazer quando se exige tonelada de explicações sobre o mundo de Athia e a liberdade para usufrui-lo.
Cuff, o bracelete de Frey tem a função de alívio cômico, além de fornecer os poderes para a personagem, e sim, funciona mesmo com as baboseiras dos diálogos. As legendas em PT-BR neste caso já se fazem o suficiente pela quantidade de assuntos inúteis disparados por ambos o que dá a impressão de passar do ponto, sendo uteis somente quando Cuff fornece dicas de como enfrentar um Boss, alcançar locais altos etc.
Feitiços interessantes, parkour ágil e a interação entre Frey e Cuff não são o suficiente para salvar Forspoken do fator game genérico e falta de polimento. Infelizmente virou costume jogos AAA serem vítimas do lançamento precoce para assim depois, anunciarem patch de correções. Recentemente a EA fez um comunicado de que Dead Space Remake receberá uma atualização para correção da qualidade gráfica no PlayStation 5, reforçando ainda mais a nítida pressa desacerbada em lançar títulos do jeito que dá. Cyberpunk 2077 e Anthem que o digam!!