Clash: Artifacts of Chaos – Boas ideias e visuais num jogo mediano | Análise
O estilo visual de Clash: Artifacts of Chaos traz uma identidade única característica do ACE Team
Analisado no PlayStation 5
Desenvolvido pelo ACE Team e publicado pela NACON, Clash: Artifacts of Chaos não é um jogo que imita ideias, mas sim que as incorpora e está tudo bem. O gênero “pai triste” pode soar estranho em primeiro momento, porém a comparação deste game com God of War Ragnarok ou The Last of Us ainda que singela, é visível e nesta análise vou explicar o motivo.
Para começar, o estilo visual de Clash: Artifacts of Chaos traz uma identidade única característica do ACE Team e aqui temos uma mistura insalubre de The Legend of Zelda – The Wind Waker com No Man’s Sky. Com cenários saturados em cores vivas e vibrantes, a ambientação chama atenção pelo inusitado mundo estranho em que habitam as formas de vida que vão desde tamanduás brutamontes até coelhos com rabo de raposa.
Sem mapa ou indicações de onde se deve ir, a exploração é dividida entre dia e noite e alguns locais só podem ser acessados durante a noite o que também traz riscos para o jogador, pois os inimigos são extremamente hostis.
Itens como chaves, baús e armas estão espalhados entre os cenários e os jogadores precisam escolher sabiamente em que momento irão utilizá-los.
Pseudo, nome do protagonista, tem um estilo diferente e que foge do habitual tanto na sua forma física quanto em sua aparência. Sobre a comparação ao game God of War, os desenvolvedores deram a Pseudo duas características críveis que seriam a violência e o apelo fraterno.
Em certo ponto da história, Pseudo passa a cuidar ainda que involuntariamente, de uma criaturinha simpática e cheia de benfeitorias que não só ajudam ao personagem nos combates, quanto traz enorme peso no desenvolvimento “humano” dele.
Aos poucos Pseudo entende que não pode abandonar a criatura indefesa e a genialidade dos desenvolvedores arremetem a singelas indicações de afeto. Esse apelo quase paternal funciona e fica inevitável não querer proteger um ser tão indefeso durante a jornada.
Sendo de uma raça alienígena com profundo desapego as suas origens, Pseudo é especialista em artes marciais e a agilidade faz presença em boa parte da jogabilidade. Os comandos são simples e intuitivos, mas padecem de desenvoltura principalmente no enfrentamento de inimigos mais difíceis.
Com uma visão em terceira pessoa, a jogabilidade intuitiva de Clash: Artifacts of Chaos acerta pela simplicidade e rapidez tanto na evolução da arvore de habilidades de Pseudo quanto em sua variação de combos. O lado negativo, no entanto, fica por conta do peso quase inexistente dos socos e chutes contra inimigos que parecem nem sentirem os golpes, dando a impressão de falta de cuidado neste quesito.
Com foco na esquiva e gerenciamento da estamina, aqueles que não estão habituados a este tipo de mecânica, podem desanimar com poucas horas de gameplay. A cereja do bolo está no sistema chamado Ritual, que consiste em um jogo de dados em que cada um dos oponentes define qual arma e vantagens terão direito quando a luta realmente começar.
Entretanto, a mecânica do Ritual deixa Clash: Artifacts of Chaos desbalanceado em diversos momentos pois não é possível evitá-los e a jogabilidade, ainda que intuitiva e simples, pode ser tornar maçante e punitiva.
Vale destacar a boa trilha sonora que traz uma imersão convincente ao que é proposto com cantos rúnicos, que antecipam o que pode ser uma situação de perigo ou descoberta. Infelizmente quando se inicia um combate, o silencio toma conta do ambiente o que não faz menor sentido além de quebrar a motivação.
Ao menos, a dublagem em inglês dos personagens está excelente e o título conta com legendas e localização em português que auxiliam a compreender o contexto narrativo cheio de mistérios.
Clash: Artifacts of Chaos flerta entre erros e acertos, ainda que impressione com visual estiloso e construção narrativa do personagem principal e de seu companheiro, a execução final realmente pesa e faz com que o título seja algo mediano.