Analisado no PlayStation VR2
Meu primeiro contato com Saints & Sinners foi lá em maio de 2020 quando foi lançado para o PlayStation VR1, quatro meses após a versão de PCVR ter sido lançada. Com gráficos lindos, uma ótima mecânica, história interessante e uma boa jogabilidade, mas não ótima por causa dos limitados controles MOVE. Infelizmente por um deslize meu, não consegui terminar o jogo pois quis jogar logo após almoçar, e isso fez com que eu tivesse náuseas, como não uso as vinhetas, ou o movimento de “salto” nos jogos de VR, a cinetose bateu forte e nunca mais consegui voltar para o jogo pois tinha ânsia só de ver.
Os anos se passaram e a Skydance Interactive nos presenteia com sua mais recente continuação, The Walking Dead: Saints & Sinners Chapter 2 – Retribution que traz consigo as mesmas mecânicas do primeiro jogo, mas agora para o PlayStation VR2.
Não vou falar sobre a história do jogo pois como não terminei o primeiro, praticamente estou perdido nessa continuação, e mesmo com o breve resumo que tem antes de começar o game há muita história envolvida, mas resumindo somos o/a Turista, um personagem sem nome que pode ser homem ou mulher, depende do que você escolha no começo do jogo, mas que não influencia em nada o decorrer da trama, o objetivo é sobreviver nesse mundo pós apocalíptico cheio de mortos vivos e soldados de elite que não irão hesitar em atirar assim que nos virem, que tenho pra mim que são mais perigosos que os próprios infectados.
Em meio a várias missões temos que recolher “lixo” para poder criar novas armas, mantimentos e munições, haja lixo para pegar e lotar nossa mochila, pois são muitos itens a serem criados, o que é ótimo e se torna viciante depois de um tempo de jogo, pois quanto melhor armado, mais chances de sobreviver.
Fora as missões principais, temos muitas outras secundárias que se formos juntando tudo dariam mais de 15 horas de jogo facilmente, que é bastante para um jogo em realidade virtual.
Os gráficos The Walking Dead: Saints & Sinners Chapter 2 – Retribution estão maravilhosos e isso se deve ao poder que o PS5 e o PSVR2 têm, pois conseguem trazer texturas limpas, sem serrilhados, efeitos de iluminação muito bons, sem falar na alta taxa de quadros, porém não espere por gráficos reais aqui, pois o jogo é baseado nos quadrinhos de Walkind Dead, portanto trazem gráficos mais cartunescos que reais. Não presenciei nenhuma queda de frames, bugs ou algo que deva ser mencionado como contra, a atmosfera desse jogo é sensacional com muitos detalhes nos cenários que merecem ser aproveitados enquanto podemos e digo isso pois quando a noite vai se aproximando, nosso relógio começa a apitar indicando que logo os sinos irão começar a tocar e isso atiçará mais ainda os mortos vivos, não iremos olhar para mais nada a não ser os vultos enquanto estamos correndo, para voltar ao bote. A tensão aqui é real e me fizeram suar nas mãos, coisa que nenhum outro jogo conseguiu.
Falando em mãos, esse jogo não traz apenas nossas mãos para interagir com os objetos, pois temos braços e isso nos leva a uma imersão muito maior do que se só estivéssemos vendo as mãos flutuantes, além disso aqui nossas mãos, braços e armas se chocam com as paredes, mesas, portas e etc o que dá a sensação de estarmos em mundo real, e isso várias outras produtoras de jogos em VR deveriam aprender com a SKYDANCE, mãos flutuantes que atravessam paredes e outras superfícies nos tiram a imersão totalmente.
A jogabilidade não poderia estar melhor, os controles SENSE do PlayStation VR2 trazem tudo que os controles MOVES não traziam, ou seja, analógicos para podermos andar, correr, virar a câmera assim como em qualquer jogo em primeira pessoa. Os gatilhos adaptáveis trazem diferentes tipos de pressão para cada arma que pegamos, mas a sensação de vibração quando enfiamos o facão na cabeça do morto-vivo é incomparável, imagine pegar um facão na vida real e com toda sua força atingir uma melancia em cheio, a sensação é basicamente essa, pois assim como a melancia vai trazer uma resistência ao golpe, e normalmente não vai atravessar como se fosse a faca Ginsu 2000, a cabeça do zumbi também traz resistência e o facão vai ficar preso nela e já que na vida real não é bom ficar estragando frutas, suprimos isso na realidade virtual.
Como o jogo não traz um inventário de armas e itens, utilizamos nossa mochila para guardar e pegar as coisas, basta jogar o braço para trás e pegá-la, mas engana-se quem pensa que o tempo no jogo vai parar pra você selecionar o que quer, aqui é tudo em tempo real, com hordas vindo em sua direção, tiros e qualquer outra coisa que queira acabar com nossa raça, temos que ser rápidos ou encontrar um canto para fazer isso. Tudo que estou mencionando é em relação a imersão que o jogo nos leva, e isso é com certeza uma das melhores coisas que a realidade virtual faz.
O som The Walking Dead: Saints & Sinners Chapter 2 – Retribution é absolutamente impecável, ótimas dublagens para os personagens, os sons que os zumbis fazem são aterrorizantes e nos deixam muito tensos principalmente em ambientes fechados, os tiros que ouvimos ao longe de algum soldado, ou aliado atirando nos mortos-vivos chegam a assustar pois parecem reais. Claro, quanto mais alto seu volume estiver isso também ajudará muito na imersão.
Não temos opção de dublagem em português, mas o jogo está totalmente localizado com os textos traduzidos, presenciei apenas um bug uma hora que estava conversando com um NPC e minhas opções de fala estavam em inglês, enquanto todo o resto estava em português.
Uma ótima notícia para quem quiser entrar de cabeça e ficar por dentro da história completa do mundo de Saints & Sinners é que o primeiro jogo foi remasterizado para o PSVR2, trazendo novas melhorias nos gráficos e jogabilidade para os controles SENSE. O que também é ótimo para quem quer rejogar o primeiro sem ter que ligar o PSVR1 para isso. É as outras produtoras deveriam mesmo aprender várias coisas com a Skydance.