Analisado no PlayStation VR 2
Desenvolvido pela Fusion Play, um estúdio conhecido no mundo RV por quem jogou Konrad Kittens, um jogo onde cuidamos e brincamos com vários gatos, que foi lançado lá em 2016 para o PSVR1, título esse que nunca me chamou a atenção e por esse motivo não o joguei, porém a foto do gatinho do game sempre esteve na minha mente por vê-lo várias vezes na PSN e eu só fui perceber que Across the Valley era da mesma desenvolvedora quando vi um livro no criado-mudo ao lado da cama dentro do jogo e reconheci o gatinho Konrad.
Across the Valley é o famoso jogo da fazendinha, e claramente é inspirado em Harvest Moon, talvez um dos jogos mais conhecido por todos os gamers mais antigos. No jogo temos que plantar, regar, capinar o terreno, colher legumes, cuidar dos animais, vender ovos, leite, lã, tomate e melhorar nossa casinha.
Infelizmente aqui temos várias limitações a começar pelos controles, que não nos oferece a opção de movimentação livre, então aqui é apenas teleporte mirando aonde queremos ir, o que depois de um tempo a gente acaba se acostumando e nem liga mais, o problema é que basicamente temos quatro lugares para ir, a casa, a horta, o galinheiro e o celeiro, só.
Falando em controles, em alguns pontos do jogo os gatilhos do Sense funcionam de acordo com o que se está fazendo, deixando-os mais duros ou mais macios para apertar. Nada espetacular, mas é legal que se preocuparam com isso. E digo legal pelo fato de a desenvolvedora não ser grande, mas por ter trazido algumas coisas interessantes para o jogo. Os controles não são perfeitos, longe disso, sempre bugam o jogo principalmente quando estamos com a enxada na mão. A pá, o regador de água infinita – sim mesmo tendo um poço bem na nossa frente não precisamos encher nunca – e a tesoura de tosquiar a ovelha funcionam bem, mas a enxada deixa bastante a desejar.
Graficamente falando Across the Valley não chega nem perto de ser nova geração, então se você estiver pensando que verá uma fazenda com gráficos de Horizon Call of The Mountain, esqueça, pois aqui temos gráficos de PSVR1, e gráficos que nos remetem a 2017… ou seja, quando o PSVR1 estava engatinhando ainda. A texturas são simples, o jogo é bem colorido e em algumas partes se vê um pouco de serrilhado e borrões, mas como o jogo é feito para ser mais cartunesco que real, isso não afeta a jogatina. A sensação de profundidade é legal, e os animais são super fofos.
Como mencionei acima, o negócio aqui é fazer a fazenda prosperar, não há qualquer tipo de história envolvendo uma herança de um tio ou avô que morreram, tampouco veremos outros humanos no jogo. Enfim começamos apenas com um cantinho de terra pra plantar, um galinheiro e um celeiro fechados, que serão abertos assim que comprarmos os primeiros animais, e para isso precisamos vender trigo, que é a primeira semente disponível no jogo, após juntar um dinheirinho conseguimos comprar uma galinha, ou melhor, um pintinho, que demora alguns dias para crescer e se tornar uma galinha fornecendo ovos pra gente vender, com o trigo alimentamos a galinha que fornece os ovos e assim faremos a mesma rotina dia após dia até ter dinheiro suficiente para poder comprar uma ovelhinha e assim por diante num ciclo constante.
O jogo mostra nossos objetivos em um bloco de notas na parede da casa, lá ficamos sabendo tudo que precisamos fazer para cumprir o objetivo, que normalmente é, acordar, cuidar da lavoura, cuidar dos animais, coletar os ovos, lãs, leite, e colocar as coisas pra vender no carrinho que tem em frente à casa, após fazer todas as obrigações do dia só resta dormir, acordar no outro dia e fazer tudo outra vez, juntando mais e mais dinheiro para aumentar a fazenda, decorar a casa, e comprar mais animais.
A limitação do jogo fica por conta de vários fatores, além do já citado esquema de movimentação, outro é o fato de que após fazer tudo que temos que fazer em nosso dia, não há mais nada para fazer a não ser dormir, o jogo não oferece nenhum passatempo, pescar, brincar com cachorro ou gato (e nem tem esses animais pelo que vi). Além disso TODOS OS DIAS são iguais, não chove, não neva, não tem seca, nem uma alma aparece e é tudo sempre igual. Joguei 35 dias do jogo, que dá aproximadamente umas quatro horas e meia.
Após os animais crescerem, temos mais trabalho a fazer, mesmo assim, dá para terminar antes do meio-dia, e estou dizendo o horário apenas baseado no tempo que faço essas coisas pois ele não tem um relógio dizendo que horas são, mas ao menos existe o ciclo dia e noite, que eu pouco vi pois sempre fazia as tarefas e voltava a dormir para avançar logo no jogo e poder comprar mais coisas, o único jeito de ver a noite chegar é ficar parado sem fazer nada.
O som de Across the Valley é bastante agradável principalmente quando estamos colhendo os legumes que plantamos, a atmosfera de solidão em cuidarmos da fazenda sozinhos é ótima para quem não gosta de pessoas ou NPCs, mas uma hora cansa não ter outro objetivo senão trabalhar, em Harvest Moon por exemplo tínhamos uma pequena vila para conversar com os habitantes, uma caverna para explorar, e várias outras coisas que apareciam.
Across the Valley não é um jogo com um preço tão alto, é até o momento é um jogo único pois é o primeiro jogo de fazendinha para realidade virtual disponível no PSVR2 atualmente, ele custa R$ 104,90 na PSN brasileira e R$ 59,99 na Steam, mas se você não tem pressa para adquirir eu esperaria uma promoção.