Analisado no Nintendo Switch
Assim que você compra um novo título e começa a jogatina, seus primeiros minutos se resumem a se acostumar com os controles e, logo em seguida, testar possibilidades de derrotar os inimigos, não é verdade? Aí que mora o perigo! No controle de Carrot Man a sua aventura se inicia quando você vai em resgate da princesa Pea e no caminho, obviamente pula na cabeça de vários minions, impetuosamente e acaba por fim roubando um cetro mágico que te permite abrir portais interdimensionais. Esse artefato raríssimo que estava na posse de Kohlrabi, a até então vilã do jogo, te ajudará na missão heroica de salvar a delicada monarca. Tudo parece clichê? Sim, até Kohlrabi, a feiticeira, aparecer e fazer um anúncio quase como que um youtuber, para informar seus “súditos” dos últimos acontecimentos do reino.
Nesse título, inicialmente lançado pela Bitwave Games em 5 de março de 2020 apenas como Wunderling, o herói é acusado de maltratar o seu povo, ferindo-os cruelmente por pisoteamento e tudo isso somente para afanar o precioso seu báculo. A cena, já adianto, é bastante cômica e repleta de referências. Kohlrabi, à primeira vista já remete bastante ao Kamek, o feiticeiro de Bowser em Super Mario bros., que sempre coloca lenha na fogueira dificultando a vida do protagonista. A cutscene capricha na ironia, onde a vilã tem como assistente uma vaquinha carismática que a ajuda a fazer a publicidade dos seus “stories”. Você vai rir e se lembrar de diálogos e cenas já vividas em títulos populares, como Sonic e Mario Bros. Infelizmente, sem tradução para o português, o lado humorístico do jogo estará disponível somente a quem entender alguma das línguas para as quais Wunderling DX foi traduzido (inglês, espanhol, francês, alemão, italiano ou russo).
A jogabilidade é uma surpresa, porque o personagem controlado por você é exatamente um dos “minions” da mais baixa hierarquia e com quase nenhuma habilidade: tudo o que consegue fazer é andar em linha reta (sem conseguir parar ou mudar de direção) e pular. Assim, no início do jogo, a movimentação se assemelha muito a de títulos de celular, tais como “Super Mario Run”, onde tudo o que você tem que fazer é pular na hora certa para conseguir vencer o desafio proposto.
Pode parecer datado e tedioso, mas cada fase foi desenhada para extrair o máximo da sua capacidade de brilhar mesmo com pouquíssimos recursos (no início, somente a habilidade suprema do timing de pulo). Quando o jogo começar a parecer repetitivo, aparecem diferentes desafios e mecânicas malignas: plataformas que caem bem rápido, espinhos nos lugares mais inconvenientes ou até mesmo cadeados que só abrem se uma determinada chave tiver sido coletada. Para dar um toque ainda mais mágico a essa aventura vilanesca, o nosso malvado favorito é agraciado pela sua chefa com um novo dom logo após a conclusão do primeiro “mundo”. A partir de então, ele consegue dar um boost temporário em sua velocidade, tal como nos jogos do Sonic, onde ao apertar o botão de ação você sofre uma aceleração que te possibilita, por exemplo, dar saltos mais longos e atravessar precipícios.
Isso resume bem a experiência vivida neste jogo: começar com Wunderling, o serzinho sem poderes que so conta com a sua determinação, carisma (para te fazer não parar de jogar) e sua habilidade de dar pulos em horas convenientes… e então, com o passar dos níveis, ir evoluindo e ultrapassando desafios cada vez maiores com mecânicas mais complexas, para parar o herói que, na sua perspectiva está mais para um vilão e cujo desenrolar da história vai te deixar curioso para saber quem é que está certo no fim das contas.
Apesar de à primeira vista o título parecer puramente um desafio de plataformas, há também elementos puzzle, já que itens colecionáveis estão dispostos em baús terrivelmente posicionados pelos cenários. Como o personagem controlável não consegue parar de andar nem mudar de direção, é necessário bolar estratégias para alcançar esses itens. Além disso, o sistema de saúde do jogo é uma armadilha: você precisa coletar as flores que aparecem no caminho, caso contrário seu medidor de vida se esvazia (não tão lentamente) e Wunderling explode (literalmente)! Por isso, muitas vezes o caminho mais curto pode te levar a uma morte inesperada e bastante frustrante.
O título é bastante divertido e viciante e suas fases curtinhas dão um toque de casualidade que vão fazer de Wunderling DX o jogo perfeito para se embrenhar quando você está à espera de algo: seja em uma viagem em ônibus de turismo ou até mesmo aquela consulta médica onde podem te chamar a qualquer momento!
Custando 14,99 dólares, o jogo infelizmente não está disponível na eShop brasileira, sendo, no entanto possível a sua compra na loja americana. Convertendo essa quantia para a nossa moeda, o investimento seria de aproximadamente R$75,00, o que acaba sendo um pouco mais caro do que eu sugeriria para um jogo com essa proposta. No entanto, é bom manter o olho aberto para as promoções, pois caso venha a ser precificado em menos de 50 reais, a compra realmente vale a pena.