Green Hell VR – Bem Vindo à Selva | Análise
O jogo é bom, mas não faz bom uso do PlayStation VR2
Analisado no PlayStation VR2
Green Hell VR foi desenvolvido pela Incuvo e Creepy Jar, teve seu lançamento no mundo virtual em abril de 2022 para Oculus Quest 2 e agora em agosto de 2023 o título foi portado para o PlayStation VR 2. Sim, eu disse “portado” pois basicamente é a mesma versão do Quest 2 com pouquíssimas melhorias para os óculos de realidade virtual da Sony.
Na selva Amazônica jogamos como Jake Higgins, um antropologista que publicou um livro sobre a tribo Yahabahuaca três anos antes da história principal do jogo, ele e Mia, uma especialista em sobrevivência na selva e que sabe muito sobre a tribo voltaram para mais estudos sobre o grupo, infelizmente a tribo não vai muito com a cara de Jake e deixam apenas Mia se aproximar o suficiente.
Enquanto Jake dorme, Mia vai sozinha para a aldeia em uma tentativa de amenizar as coisas até a chegada do parceiro, infelizmente algo dá errado e ela liga desesperada para Jake que parte em sua busca, mas ao chegar perto é atacado pela tribo e foge, e é praticamente aí que o jogo começa.
Green Hell é um jogo de sobrevivência na selva onde devemos cuidar da nossa saúde física e mental, precisamos montar acampamentos, pegar gravetos, pedras, folhas, fabricar praticamente todos os nossos equipamentos, fazer arcos, flechas e machadinhas usando apenas o que a selva fornece, exceto nossa bolsa (estilo The Walking Dead Saint’s and Sinners), nosso rádio, livro de notas e o smartwatch que ganhamos de presente de aniversário de Mia.
Devemos ter muito cuidado com animais peçonhentos que estão espalhados pelo mapa, cascavéis, onças, sanguessugas, e muitos outros animais que fornecerão alimentos para nosso personagem durante a jornada. A tribo também representa um perigo grande para Jake pois estão sempre armados com seus arcos e flechas.
Graficamente Green Hell VR não surpreende, com texturas em baixa resolução, serrilhados, plantas que não se movem quando encostamos, água que não tem a física necessária quando colocamos as mãos, algumas partes borradas, o jogo que deveria nos envolver quando estamos dentro da realidade virtual quase falha por apresentar esses defeitos. Em questão de comparação, posso usar outro jogo que feito exclusivamente para o PSVR2 e que tem uma boa parte de natureza nele, que é Horizon Call of The Mountain, onde existe física em praticamente tudo, incluindo água, plantas etc… Vou deixar bem claro que não estou comparando os desenvolvedores, e nem o dinheiro gasto para fazer cada jogo, estou comparando o tipo de física e ambientação que ambos fornecem.
Uma das coisas mais legais que vi em Green Hell VR foi a transição de dia para noite e vice-versa, deixando a selva muito escura durante a noite e nos forçando a dormir caso não tenhamos uma fonte de luz como uma tocha para poder caminhar na escuridão, a sensação de solidão e medo nessa hora parecem mais reais, pois só ouvimos o som da selva. Outra coisa que gostei muito foi a chuva, que dá a sensação de estarmos molhados mesmo, pois dentro do jogo temos braços juntos das mãos que o Horizon por exemplo não tem. Além de ser algo muito legal “ter braços” no jogo, são eles que indicam nossas escoriações e machucados graves.
Falando em sons da selva, nesse quesito o jogo peca em algumas coisas, no geral não há música e isso é legal pois nos dá a sensação de solidão na selva, que conta com vários sons característicos como vento, água corrente, chocalhos de cascavel, passos de animais, como tatus, porcos do mato, entre muitos outros. A parte que peca para mim é que algumas horas o som parece que se repete, mas como se a faixa de áudio tivesse acabado e começado novamente dando um pequeno espaço mudo entre elas. Outra situação é o som de algumas coisas, por exemplo, quando jogamos um escorpião que acabamos de matar no chão e ele tem o mesmo som de quando jogamos uma pedra, isso é estranho, mas pode ser algum bug que pode ser corrigido no futuro.
As mecânicas de Green Hell são bem interessantes em quesito de sobrevivência e adaptação à selva, particularmente nunca fui fã de jogos assim, mas dentro do VR a coisa poderia ser diferente, e até é se você deixar de lado a média resolução que o jogo fornece. Como eu disse no começo dessa análise, o jogo parece mais um port do que um jogo feito para o PSVR2, o headset não vibra, os controles não usam a sensibilidade que o SENSE fornece, e tampouco o sensor ocular funciona como está descrito nas opções do jogo, mas uma ótima notícia é que enquanto eu escrevia essa análise, os desenvolvedores já estão trabalhando em atualizações para melhorar várias coisas inclusive a parte gráfica do jogo, e isso é super positivo, pois sabemos que eles podem melhorar bastante o jogo no futuro.
O jogo tem em média 8 horas em sua campanha principal, mas isso demanda muito da habilidade de cada jogador, eu fiquei bastante tempo perdido, então demorei mais para avançar. Fora isso, tem outros modos de jogo incluindo uma dificuldade insana obrigatória para quem quer platinar o jogo.
Confira nos vídeos abaixo Green Hell VR no PlayStation VR2:
Green Hell VR
Positivos
- Muita coisa para fazer no jogo
- Jogabilidade boa e acessível a todos
- Gráficos dando uma boa imersão, mas não perfeita
- Um ótimo desafio
- Legendas em português
Negativos
- Gráficos em baixa para média resolução
- Funções do controle SENSE não utilizadas
- Vibração do Headset não utilizada
- Sensor de Olhos não funciona