Mortal Kombat 1- A beleza da violência se mantém | Análise

A revitalizada que a NetherRealm deu ao jogo foi genial e não é apenas uma desculpa esfarrapada para refazer os personagens

Analisado no PlayStation 5


A vida real é feita de reinícios e com os jogos virtuais, ocorre o mesmo. E é baseado nisso que encontramos o plano de fundo de Mortal Kombat 1. Vivendo e sobrevivendo em uma linha temporal nova e cheia de possibilidades, passaremos a conhecer a nova realidade dos personagens que já estávamos familiarizados. Porém, nada é como você se lembra…

Para contextualizar, teremos de voltar ao final de Mortal Kombat 11 para entender todo o panorama vislumbrado nesse novo título: No final de MK11 lutamos contra a Kronika, a doidona responsável pela ampulheta do tempo, que já havia reiniciado a linha do tempo algumas vezes de acordo com o que as vozes da cabeça dela pedia. Na DLC, Raiden transferiu seus poderes e privilégios de Deus para Liu Kang, que por sua vez se transforma no deus do fogo e passa a tomar conta da ampulheta, que em função da treta toda, decide recriar a linha temporal e nos mostra seu encontro com um jovem e inexperiente Kung Lao.

Após essa recapitulação, conseguimos prosseguir diretamente para os acontecimentos de MK1, onde nos deparamos com a nova realidade criada por Liu Kang, que agora ocupa o lugar de protetor do Plano Terreno. Nesta nova linha do tempo, A Exoterra e o Plano Terreno vivem em paz, com algumas tensões políticas e pessoais. O torneio Mortal Kombat ainda existe, mas é como se fosse um jogo aberto de verão, apenas para confraternização. Aos poucos somos apresentados aos personagens clássicos que vivem em novas realidades como por exemplo, uma Mileena humana (será?), Sindel, Raiden sem privilégios mágicos, General Shao, Kitana e Johnny Cage.

Abusando de seu conhecimento sobre os personagens, Liu Kang fez mudanças bastante drásticas sobre eles, provocando uma nova vertente sobre as histórias e personalidades que são contadas há tantos anos por meio de tantos jogos já lançados.

A história principal de Mortal Kombat 1 está bonita, bem amarrada e muito prazerosa de acompanhar. Os encontros de personagens são bastante divertidos, a carga dramática se desenrola na medida certa e há plot twists com pura farofa. E isso é mencionado de forma super positiva, principalmente quando associado aos cenários ricos em detalhes e texturas.

Para mim, o grande destaque desse novo título é o enredo do Johnny Cage, que todos sabemos que possui uma carreira de ator. Mas o que se sabe realmente sobre esta carreira? O que já vimos sobre? E é exatamente aí que o jogo acerta. Nessa nova história poderemos vê-lo atuando em seu filme de ação que utiliza diversas referências sobre outros filmes que garantem alívio cômico e entretenimento.

Reptile e Baraka são outros dois personagens que oferecem uma experiência agradável no que diz respeito a história e suas respectivas motivações e claro, sobre a origem de suas raças. Com a integração desses fatores informativos, os personagens ganham mais destaque e a história por trás de tantas guerras ganha mais sentido.

Menção honrosa ao trabalho de dublagem e design gráfico. A dublagem está sensacional, sincronizada e bastante familiar, batendo de frente com os cenários lindos, cheios de texturas polidas e iluminação de qualidade. As expressões faciais de cada personagem são um show à parte! Para mim, o único elemento ruim é a adição dos Kameos Fighters. Eles não são ruins, mas parecem não ter nada a oferecer, passam bastante despercebidos.

Em MK1 damos adeus a Krypta e acolhemos o Modo invasão, que se apresenta por temporadas que duram em média 50 dias dentro de um tema específico. Nesse primeiro momento contamos com a história do Scorpion clássico e vingativo. Nesse modo devemos andar através dos mundos que foram apresentados no modo história, só que desta vez, em um tabuleiro. Então é óbvio que teremos elementos fortes de RPG, com sistema de nível, força, fraqueza e utilização de itens consumíveis. Este modo é bastante interessante, com diversas atividades. É de fato, uma grande adição ao jogo.

Falar de Mortal Kombat 1 é um prazer gigantesco, destrinchar ele foi incrível, o desenrolar de sua história principal, o plot do vilão, tudo foi absurdamente bem feito e calculado. A abordagem da linha do tempo oferece conteúdos de altíssima qualidade para nós jogadores, fazendo valer a pena o tempo investido na frente da TV.

A história de MK1 agrada e empolga. Talvez a farofada que foi entregue sirva de munição para haters, mas eu garanto, para os fãs da franquia e claro, para pessoas com mente aberta a mudanças, o jogo se mostra bonito, divertido e coeso. A revitalizada que a NetherRealm deu ao jogo foi genial e não é apenas uma desculpa esfarrapada para refazer os personagens, ela possui um impacto real e efetivo sobre a campanha.  Eu espero que vocês tenham a mesma visão que tive, embora eu sempre destaque que a minha opinião é pessoal, baseada na experiência que eu tive ao jogar o game, e que vocês devem tirar suas próprias conclusões a partir de seus pontos de vista, ou seja, jogando o game.

Mortal Kombat 1 oferece entretenimento, entrega qualidade ao apresentar um reboot de alto nível com oportunidades únicas de conseguir novos fãs para franquia, enquanto nós, gamers oitentistas e noventistas temos a oportunidade de aproveitar uma nova configuração do universo que já conhecemos e desfrutamos por tantos anos!

Confira no vídeo abaixo em live todo o modo história de Mortal Kombat 1:

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