Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name – Praticamente um Yakuza 6.5 com mais minigames | Análise
A jogabilidade de Gaiden volta ao estilo tradicional de ação dos outros jogos, este que foi substituído por um sistema de turnos em Yakuza: Like a Dragon
Analisado no PC
Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA. O título tem data de lançamento prevista para 08/11/2023 com versões disponíveis para as plataformas PC, PlayStation 4|5, Xbox One e Xbox Series X|S.
Servindo quase como uma DLC de Yakuza 6, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name chega para colocar um final “definitivo” ao Dragão de Dojima e a história principal da série, abrindo caminho e ligando os eventos aos do próximo título Like a Dragon: Infinite Wealth que será lançado em 2024.
Para quem não sabe ou conhece, a série Yakuza tem esse nome somente em sua versão ocidental, originalmente a franquia é nomeada Ryū ga Gotoku que pode ser traduzido como Like a Dragon. A desenvolvedora decidiu abandonar e trocar o nome da série no ocidente para a tradução literal do nome original e Gaiden não é o primeiro a chegar como Like a Dragon, visto que desde a decisão já tivemos o port de Like a Dragon: Ishin! lançado no início do ano, agora teremos o Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name e em 2024 chega Like a Dragon: Infinite Wealth.
Alguns spoilers para quem não jogou Yakuza 6. A história em Gaiden continua diretamente do final do jogo 6, onde o protagonista Kazuma Kiryu concordou em forjar sua morte para guardar os segredos das organizações e em troca recebeu garantias financeiras para o orfanato que ele cuidava. Agora vivendo sob outra identidade, Kiryu passa seus dias alternando entre sessões de meditação e pequenos trabalhos para a organização que o ajudou, mas a calmaria passa logo e o Dragão de Dojima se vê novamente preso aos acontecimentos do submundo, em uma sequência que dará um novo final para a saga do personagem. A história se passa após Yakuza 6 e entre os eventos de Yakuza: Like a Dragon, a experiência pode ser interpretada quase como uma DLC, um Yakuza 6.5 que traz várias referências aos jogos, retornando com velhos conhecidos e introduzindo outros novos, um conjunto de menor duração que demora um pouco a se desenvolver, mas traz muito conteúdo secundário.
A jogabilidade de Gaiden volta ao estilo tradicional de ação dos outros jogos, este que foi substituído por um sistema de turnos em Yakuza: Like a Dragon. O combate segue o padrão moderno dos jogos feitos com a Dragon Engine, mas ele difere do sistema de Yakuza 6 e se assemelha mais aos dos remakes Kiwami que introduziram diferentes estilos de luta. Em Gaiden, Kiryu pode alternar entre dois estilos de luta, separados entre agente e yakuza, o estilo agente é focado em confrontos com vários inimigos e traz diferentes equipamentos para te auxiliar, já o estilo yakuza é focado em confrontos individuais com combos e habilidades para enfrentar chefes e inimigos pesados.
Alternar entre os estilos é fundamental para facilitar alguns confrontos e o jogo traz um sistema de auxílio de combate que pode ser ativado e ajuda os jogadores novatos a realizarem combos. Contudo nada aqui está perfeito e apesar de estar fluido e bem mais polido, ainda temos os velhos problemas da série como a detecção de caixas de dano que é inconsistente e torna alguns movimentos frustrantes de se fazer.
Combate à parte, a jogatina continua com o mesmo sistema tradicional da série e em Gaiden poderemos explorar os distritos de Sotenbori em Osaka e Isezaki Ijincho em Yokohama, mas a aventura irá se passar praticamente toda em Osaka e por isso é em Sotenbori onde a maioria esmagadora das atividades estarão localizadas. Nas atividades podemos encontrar desde as tradicionais lojas de conveniências, arcades, autorama ou karaokê, como também algumas novidades como as missões para a rede da Akame, o acesso a vários jogos de Master System e um novo estilo de cabaré imersivo que faz uso de FMV trazendo sequências gravadas com atrizes reais. Apesar da região ser limitada existe muita coisa para se fazer e assim como nos outros jogos é possível passar mais tempo nos minigames do que fazer a história principal, fator que é acentuado com a introdução do castelo.
O castelo é o novo mapa que traz o velho sistema de coliseu que em Gaiden foi bastante melhorado. O castelo pode ser acessado ao conversar com a personagem Akame e o mapa consiste em um grande cassino hotel flutuante, especializado em entretenimento adulto para o submundo, aqui nós temos vários minigames exclusivos da região que incluem o coliseu que traz combates solo ou em grupo com um novo sistema de gerenciamento de gangue onde você pode personalizar seus lutadores. Como dito mais acima mesmo a história sendo mais curta quando comparada aos outros jogos, existe muito a se fazer e é possível continuar jogando mesmo após concluir a história, com o modo de aventura premium liberando a exploração para você concluir as missões secundárias e passar o tempo nas atividades, caso queira também é possível jogar alguns minigames em multiplayer local para dois jogadores.
Desenvolvida para melhorar os sistemas e o combate da série, a Dragon Engine não só conseguiu alcançar seus objetivos como também trouxe melhorias gráficas para os jogos. Em Gaiden temos uma qualidade gráfica que segue o padrão dos outros jogos feitos com este motor, contudo aqui é possível notar algumas correções como as melhorias na iluminação, nos reflexos e filtros antisserrilhamento, além da introdução de tecnologias de upscaling com o FSR 2 e Intel XeSS que são interessantes para quem possui uma máquina mais modesta, mas o desempenho do título está bom e não é preciso de muito poder de fogo para alcançar quadros estáveis em qualidade máxima.
No final, apesar de ter um ar de DLC. Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name traz um final mais digno para o Dragão de Dojima, em uma aventura com uma história que demora a se desenvolver, mas que tem um final emocionante, além disso o jogo traz muito conteúdo secundário com várias missões e atividades para expandir a jogatina. O preço cobrado é um pouco salgado pela experiência e por isso eu prefiro recomendá-lo no lançamento somente para fãs, do contrário é melhor esperar por uma promoção.