Ready or Not – Quase um SWAT | Análise

O jogo tem uma receita muito boa e tecnicamente a experiência seria excelente se não fosse os problemas com a AI.

Analisado no PC


Ready or Not é um jogo de tiro tático em primeira pessoa desenvolvido e distribuído pela VOID Interactive. O título foi inicialmente lançado em 2021 como acesso antecipado para PC, recebendo sua versão final (1.0) em 13/12/2023.

Como uma espécie de sucessor espiritual da série SWAT, Ready or Not traz uma experiência tática decente e divertida, mas que tem suas falhas.

Em Ready or Not nós assumimos o papel de um líder de uma força policial de resposta tática que tem como objetivo trazer a paz em situações caóticas que fugiram do controle das autoridades. Podemos jogar sozinho controlando bots, ou em coop online com amigos ou outros jogadores através de um sistema de lobby.

O conceito é semelhante ao da velha franquia SWAT, com uma jogatina baseada na experiência de tiro tático de nível elevado, onde é necessário se adaptar a diferentes situações, sempre avançando com cautela pois apesar de termos algumas informações da situação, nunca se sabe o que teremos no próximo cômodo.

As missões são baseadas em possíveis cenários enfrentados pelas forças policiais, temos desde incursões a pontos de tráfico de drogas, situações em complexos de apartamentos, atiradores em universidades, tentativas de roubo com reféns e até confrontos em boates. O jogo traz regras de engajamento que limitam o uso da força, assim o jogador precisa adaptar sua estratégia de grupo, sabendo quando utilizar armas letais e não letais para conter ou neutralizar os suspeitos.

O arsenal de dispositivos e armas é bem completo, temos várias pistolas, espingardas, submetralhadoras e diferentes tipos de rifle para o jogador montar seu conjunto, sendo que todas as armas podem ser customizadas com diferentes tipos de mira, suportes e acessórios. Os dispositivos seguem a linha do que encontramos nas forças táticas de polícia, temos diferentes tipos de granada, escudos balísticos, câmeras e acessórios para arrombar fechaduras, explosivos e como não pode faltar também é possível escolher entre tipos de colete a prova de balas e proteções balísticas que influenciam na resistência do personagem e também na locomoção. Além desses também é possível construir e salvar diferentes composições de armas e acessórios, o que facilita e agiliza o processo de adaptação para as diferentes missões.

Jogando solo será necessário ter a companhia de companheiros AI e nesse modo é possível dar diversos tipos de ordem para os bots, como exemplo preparar abertura de portas, limpeza e segurança de cômodos, prisão de suspeitos e outros. Em coop a jogatina muda de forma, não temos bots e é preciso utilizar o rádio e uma câmera de capacete para se comunicar com os outros jogadores e se situar no ambiente, uma boa comunicação aqui é a chave para tudo, pois a sincronização de táticas é a diferença entre o sucesso e a derrota.

A ambientação está muito bem feita e o jogo traz bons gráficos com ambientes que remetem bastante a situações reais, a iluminação também está bem feita e o uso de lanternas e outros acessórios é de extrema importância em algumas operações. Os visuais são complementados por excelentes efeitos sonoros, em especial temos um som espacial que te deixa perceber possíveis ameaças ao ficar parado e prestar a atenção na movimentação e conversas dos alvos.

O jogo tem uma receita muito boa e tecnicamente a experiência seria excelente se não fosse os problemas com a AI. Nós acompanhamos o projeto desde o lançamento do acesso antecipado e é nítida a evolução durante todas as atualizações, entretanto a AI do jogo sempre teve seus problemas relacionados a detecção dos jogadores e a mira que não refletia na realidade dos suspeitos em cada missão. Após o lançamento final, o jogo recebeu várias melhorias de interface, novos mapas de jogo e uma reformulação na AI, esta última que infelizmente tornou a experiência desagradável.

Basicamente a AI da versão final age no estilo exterminador do futuro que sabe onde você está a todo momento e tem mira perfeita, atirando por paredes e não tendo nenhum tipo de modo defensivo. No lançamento Ready or Not estava mais com cara de Call of Duty do que realmente SWAT, jogar qualquer mapa era frustrante dada as inconsistências com a AI inimiga que eliminavam qualquer tipo de tática. Após o lançamento o jogo recebeu algumas atualizações e no momento desta análise a AI recebeu uma correção que a deixou mais inconsistente, os suspeitos ainda têm vida e proteção em excesso mas pelo menos agora eles erram disparos, o sistema ainda não está perfeito e carece de correções.

Além dos problemas com a AI, o jogo também sofre com a falta de marcações de objetivos. Eu sei que o formato é mais realista e as marcações tirariam um pouco da experiência, contudo essa falta de objetivos torna a jogatina demasiadamente frustrante principalmente quando jogamos mapas grandes, pois geralmente é preciso encontrar todos os civis e mesmo com todos os suspeitos neutralizados é comum passar 20 a 30 minutos andando só para achar o último civil que está escondido no lugar mais improvável.

No final, Ready or Not consegue preencher a lacuna deixada pela série SWAT, o jogo tem seus problemas, mas a experiência geral é positiva principalmente se jogado em coop com outros jogadores. O preço cobrado é justo, contudo, por conta dos problemas com a AI eu prefiro recomendar este título somente para quem procura por um jogo de tiro tático para jogar com amigos.

Confira no vídeo abaixo um trecho de gameplay de Ready or Not:

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