Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft: Coletânea nostálgica e necessária! | Análise

Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft é uma coletânea épica, que atrai os saudosistas e flerta com um público mais jovem.

Analisado no PlayStation 5


Lara Croft é para mim, assim como para muitos, é um dos maiores e mais fortes nomes dentro da cultura pop. Esse peso todo é carregado em virtude de sua grande carreira como franquia de sucesso nos videogames. Tomb Raider foi o primeiro jogo de PSOne que joguei aos 7 anos e lembro de olhar aquela mulher com cotoco de cabelo e seios pontudos e dizer: “NOSSA, MÃE, É MUITO REAL!”. Desde então, essa se tornou minha franquia favorita e carrego um imenso carinho ao longo dos anos. Quando eu vi o anúncio da parceria da Aspyr com o Crystal Dynamics, fiquei absurdamente empolgado e interessado, afinal, qual gamer saudosista dos anos 90 não gostaria de ver a clássica Lara Croft reimaginada, e ainda poder revisitar as aventuras que outrora nos trouxeram tanta diversão?

Os fãs vinham pedindo por uma remasterização ou remake há bastante tempo. Todos queriam reviver as aventuras originais. Os executivos da Aspyr e Crystal Dynamics ouviram e nos serviram um prato cheio, Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft foi lançado em 14/02/2024 para PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e PC trazendo os 3 primeiros títulos: Tomb Raider (1996), Tomb Raider II: Starring Lara Croft (1997) e Tomb Raider III: Adventures of Lara Croft (1998), além do jogo base, lançaram as respectivas expansões, nunca vistas antes em consoles, tudo isso polido sob a cuidadosa camada de efeitos visuais e sonoros, contemplando o aspecto cosmético reimaginado. Agora resta aguardar que lancem uma remasterização dos 3 títulos subsequentes a esses: Tomb Raider IV: The Last Revelation (1999), Tomb Raider V: Chronicles (2000) e o controverso Tomb Raider VI: The Angel of Darkness (2003).

Os primeiros 5 títulos da franquia foram construídos em um sistema de blocos geométricos que ficava perfeitamente alinhado com os controles que utilizavam um estilo “tanque” para movimentação, onde era necessário fazer a personagem girar no próprio eixo para atingir determinada direção. Havia um período probatório no qual todos tínhamos que ficar treinando até dominar corretamente e não morrer a cada salto milimetricamente planejado. Pensando em como era e como ficou, vamos relembrar rapidamente a história dos 3 primeiros jogos:

Tomb Raider (1996)

Após várias descobertas relevantes para a comunidade arqueológica, Lara Croft é contratada por Jacqueline Natla, CEO da Natla Technologies. Sua missão é encontrar um misterioso artefato, que segundo rumores, está enterrado em uma tumba Peruana. Ao encontrar a relíquia, Lara nota que se trata apenas de uma parte de um objeto ainda mais poderoso, o Scion, que pertenceu ao continente perdido de Atlântida. Em meio a tantas reviravoltas, Lara percebe que não é a única nesta corrida pelo objeto e que Jacqueline Natla não é exatamente quem diz ser.

Tomb Raider II: Starring Lara Croft (1997)

Existe uma lenda que diz: Quando você apunhala a Adaga de Xian em seu próprio coração, ela te dá o poder do Dragão. Literalmente. Na China antiga, um imperador era detentor deste poder e foi forçado a usar seu exército, conquistando assim as terras, que hoje são a China. Em sua última e calorosa batalha Monges Guerreiros do Tibet não cederam e lutaram bravamente contra o dragão e conseguiram remover a adaga do coração do Imperador. Restou apenas carnificina. Retornaram a Adaga ao local original de descanso dentro da Grande Muralha, para que ninguém mais a encontrasse. Agora temos 3 interessados na Adaga e todos possuem interesses distintos para usá-la. Lara que adora uma boa confusão é uma delas em suas viagens conhecerá os outros dois interessados.

Tomb Raider III: Adventures of Lara Croft (1998)

Há milhões de anos, um misterioso meteoro atravessou a atmosfera terrestre, impactando o clima ártico. Apesar das condições do clima, havia uma tribo de polinésios lá, que viviam estabelecidos no lugar, contemplando e adorando os poderes que a cratera parecia oferecer. Algumas gerações depois, por motivos catastróficos, eles foram obrigados a fugir do terror que os assolavam. Atualmente, a área está sendo escavada por uma empresa de pesquisas chamada RX TECH, que por meio de tecnologia tem recebido leituras incomuns da zona de impacto do meteoro. Neste local eles descobrem o corpo de um marinheiro e junto dele, seu diário que indica uma nova localização, a Índia. E é exatamente onde nossa heroína está, em busca de um lendário artefato chamado Infada. Sem saber muito sobre sua origem, Lara apenas sabe que segundo as crenças dos povos locais, esse artefato pode conceder grandes poderes. Mas em breve ela descobrirá muito mais.

Durante nossa jornada em qualquer um dos jogos, sempre enfrentaremos inimigos humanos ou animais selvagens (Lara Croft clássica é conhecida por dizimar diversas espécies de animais), além de realizar saltos elaborados entre plataformas, solucionar puzzles complexos e encontrar itens que abasteçam vida e munição. Do segundo jogo em diante temos a possibilidade de controlar veículos que facilitam e incrementam a aventura. Essa estrutura é amplamente mantida nos remasters, ofertando ao jogador uma experiência fidedigna ao que foi apresentado no final dos anos 90. A mudança real ficou por parte dos gráficos que foram todos repaginados com cores, texturas e formas muito bonitas, enfatizando elementos que compõem de forma aprimorada todos os cenários, armas e veículos, bem como a própria protagonista.

Há uma contextualização criteriosa para a iluminação das fases, que diga-se de passagem, está belíssima. A maioria dos cenários são ambientes fechados e os jogos antigos pecavam nesse aspecto, era tudo muito escuro e alguns detalhes passavam despercebidos. Neste remaster está tudo mais claro e cuidadosamente iluminado de forma que agrade os olhos e permita uma melhor exploração. Com apenas um clique podemos visualizar instantaneamente como os gráficos eram e comparar, ou até mesmo jogar, e isso meus amigos, é o ápice. É muito satisfatório comparar o que víamos antes e o agora. Boa parte do áudio não sofreu alterações, os diálogos canalhas continuam lá, bem como a trilha sonora das ambientações. As cutscenes estão com qualidade superior e as telas de loading receberam novas artes, que também podem ser alternadas com as antigas.

Apesar de melhorias louváveis, ainda temos um tópico problemático aqui. A câmera do jogo é controlada pelo segundo botão analógico, oferecendo panoramas mais amplos em lugares abertos. Em contrapartida, os locais fechados, ela “gruda” nas paredes, oferecendo ângulos que prejudicam a visão e até mesmo alguns combates, atrapalhando e confundindo a movimentação da personagem.

Apesar desse problema, Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft é uma coletânea épica, que atrai os saudosistas e flerta com um público mais jovem. Os mais nostálgicos como eu, se sentirão em casa com os controles e toda a dinâmica da jogabilidade, porém os mais jovens sofrerão um pouco com a jogabilidade datada dos jogos. Minha recomendação é que treinem na Mansão Croft antes de se aventurarem pelo modo história. Um detalhe importantíssimo: Diferente dos lançamentos originais, agora temos legendas localizadas em Português-BR, o que torna a nossa compreensão muito mais imersiva, visto que muita gente não conhecia a real personalidade encrenqueira e sarcástica de Lara.

Para finalizar, digo que Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft é exatamente o nós fãs queríamos, uma remasterização fiel aos títulos clássicos, mantendo intactas as nossas memórias do que Tomb Raider foi um dia. A atualização gráfica é um deleite e apesar de não contemplar o que faz mais sentido atualmente no que diz respeito a jogabilidade, ela provoca a nova a geração a se aventurar e testar algo mais complexo nesse aspecto. Embora não seja um trabalho perfeito, ela é uma coletânea digna de jogadores que buscam um excelente trabalho e aventuras icônicas de uma das heroínas mais emblemáticas dos games. A nostalgia é celebrada e essa coleção merece estar em sua posse, eu recomendo fortemente!

Confira uma versão resumida desta análise no vídeo abaixo:

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