Unicorn Overlord – Tipo um Ogre Battle moderno | Análise
Quando o assunto é ambientação a Vanillaware não brinca em serviço e o título conta com excelentes artes
Analisado no Nintendo Switch
Unicorn Overlord é um RPG de estratégia com combate em tempo real, desenvolvido pela Vanillaware e distribuído pela Sega e Atlus. O título tem data de lançamento esperada para 08/04/2024 nas plataformas Nintendo Switch, PlayStation 4|5 e Xbox Series.
Trazendo uma mistura das mecânicas desenvolvidas para os jogos do gênero, Unicord Overlord acerta em cheio em seu combate, estratégia e gerenciamento, mas peca feio em sua história e personagens.
Começando pelo pior que é a história e sem spoilers. Unicord Overlord traz uma história que se ancora no já gasto e batido clichê de herói tentando recuperar sua terra. Nesta trama nós iremos acompanhar a jornada de um nobre guerreiro herdeiro do trono cuja família foi traída e ele exilado, agora com o auxílio de aliados ele irá tentar recuperar o trono e acabar com a miséria que aflige todo o local. A história é completamente genérica e não possui nenhum ponto alto, ela está ali somente para justificar o combate, sendo está um considerável declínio quando comparada aos outros jogos da desenvolvedora.
Se a trama não impressiona, pelo menos o combate e os sistemas de gerenciamento foram muito bem pensados. A jogatina aqui segue uma linha inspirada em Ogre Battle, assim este é um jogo de RPG tático onde não controlamos cada personagem e sim unidades de combates compostas por até 6 personagens. A estratégia está em saber como compor os grupos de unidade e para isso o jogo traz diferentes classes e equipamentos, cada um com suas vantagens, fraquezas, habilidades ativas e passivas. O sistema é enorme e um tanto complexo pois além dos personagens e equipamentos também é possível alterar a ordem das habilidades de cada personagem, controlando os pontos de AP e PP que são consumidos com ações durante combate.
A jogatina se dá em uma mistura de livre exploração e estágios de batalha. Na livre exploração podemos andar pelo mapa, coletando itens, interagindo com personagens, gerenciando nosso grupo e realizando batalhas pontuais. Entre um local e outro o jogador irá se deparar com estágios de batalha que chegam na forma das missões principais e secundárias, cada um destes traz condições de vitória e derrota que geralmente se resumem a conquistar um ponto ou derrotar o chefe da área para vencer enquanto protege o ponto inicial para não ser derrotado. As batalhas acontecem no formato de tempo real com pausa, onde iremos criar e direcionar as unidades de combate, tudo isso enquanto gerenciamos o consumo de pontos de honra, bem como a vida e a estamina de cada unidade.
Os combates se dão de forma automática quando duas unidades se encontram e basta você assistir a luta para saber o resultado final. A tática nessas batalhas está em saber qual unidade sua colocar contra cada uma inimiga e também como utilizar os itens e habilidades bônus fora de combate. Os campos de batalha trazem obstáculos, pontos de controle e itens espalhados pelo cenário, mas dependendo da dificuldade escolhida não será possível explorar tudo, pois as batalhas têm um cronômetro com tempo limite e se você demorar a derrota é certa.
Como é típico dos jogos da desenvolvedora, temos de conviver com muitas falas, cinemáticas e telas de combate. São pausas demais que podem deixar a experiência irritante, ainda mais por conta da história genérica e da quantidade de lutas que teremos de enfrentar. Pensando nestes aspectos os desenvolvedores colocaram algumas opções de qualidade de vida que chegam como botões para pular ou acelerar essas cenas, falas e telas de combate, mas mesmo com essas não ache que essa será uma jogatina tranquila pois as opções de qualidade de vida trocam as telas de loading e falas por uma enorme quantidade de cliques que cansam e nos forçaram a encurtar as sessões de jogo.
Quando o assunto é ambientação a Vanillaware não brinca em serviço e o título conta com excelentes artes baseadas em uma mistura de pixel art com efeitos 2.5D, temos belos cenários e modelos muito bem feitos com vários detalhes nos personagens. Para completar a experiência temos uma trilha sonora composta por músicas que embalam a jogatina, bons efeitos sonoros e dublagem para vários personagens em Japonês ou Inglês, mas infelizmente o jogo não conta com localização em PT-BR.
No final, Unicorn Overlord é um título com altos e baixos, mas apesar de sua história genética e seu excesso de cliques, o jogo traz uma experiência sólida com um sistema de combate e gerenciamento bem feitos que com certeza irão agradar os fãs do gênero. O preço é salgado e pela experiência que tivemos eu prefiro recomendável somente para fãs do gênero, sendo mais interessante esperar por uma promoção. Para aqueles que desejam experimentar o game para avaliar se compensa o investimento, uma demonstração está disponível nas plataformas.