VR Skater – Não é a melhor forma de se andar de Skate | Análise
Se os controles são ruins, pelo menos a ambientação é boa
Analisado no PC com o Quest 2
VR Skater é um jogo de simulação desenvolvido pela DEFICIT Games e distribuído pela Perp Games. O título foi inicialmente lançado em 2021 como um acesso antecipado para PCVR sendo que atualmente o jogo também conta com uma versão para PSVR2.
Skateboarding o popular e radical “surf sobre rodas” que surgiu no século passado e depois de muitas idas e vindas, finalmente conseguiu seu lugar definitivo como esporte olímpico. Assim como outros esportes, o Skate também recebeu várias adaptações para os videogames que tem as séries Tony Hawk’s Pro Skater e o Skate. da EA liderando nos PCs e Consoles. VR Skater tenta trazer a experiência para a realidade virtual e apesar de um conceito legal, esta não é a melhor maneira de se andar de skate.
VR Skater traz em sua experiência elementos típicos de outros jogos, com um sistema de progressão que se dá através de desafios e tours que irão liberar acesso a novos locais e renderão pontos para o jogador customizar seu Skate. Os cenários são tipicamente divididos em modos de jogo que geralmente se baseiam em melhor pontuação no local, pontuação geral ou melhor manobra, também temos a disposição o modo free Skate que deixa o jogador treinar e explorar os mapas de jogo. Como dito acima, o conceito é legal e o jogo traria uma experiência boa se não fossem os controles.
Diferente de outros jogos que utilizam os analógicos ou os botões para controlar os movimentos dos pés e manobras do personagem, em VR Skater nós iremos andar de skate literalmente com as mãos. O título traz um esquema de comandos que utiliza os controles do VR como os pés do personagem e as manobras são realizadas de acordo com a movimentação dos controles e os botões ficam somente para ações específicas.
No papel os controles fazem um pouco de sentido, mas na prática nada aqui funciona muito bem. No geral os comandos trazem uma complexidade desnecessária e fazem o tutorial ser uma obrigatoriedade, além disso os controles são imprecisos, a movimentação lateral é horrível e realizar qualquer ação simples demanda várias etapas desnecessárias. Para piorar, parte das manobras requerem interação com o Skate, ou tem um tempo de reação curto, o que aumenta a frustração pois o sistema simplesmente não funciona na maioria das vezes.
A experiência inicial é bem ruim e só melhora um pouco depois de várias horas de prática, onde acabamos conseguindo uma certa memória muscular para algumas ações. Mesmo com um pouco de experiência, a jogatina ainda é bastante limitada e a única diversão é jogar os cenários e obstáculos que se encontram em linha reta, pois como dito acima os controles de direção são bem ruins e não existe opção para trocar a movimentação para os analógicos.
Se os controles são ruins, pelo menos a ambientação é boa. Os cenários se baseiam no que encontramos nas pistas de Skate reais e por isso temos mapas com obstáculos de temática industrial, rua ou parque. Os gráficos são legais e os cenários têm muitas cores, porém a câmera aqui é um problema, pois não tem opções de zoom e você precisa decidir se olha para pista ou para o Skate e como dito antes parte das manobras exigem interações com ele. Para completar temos uma trilha sonora composta por músicas que trazem artistas dos gêneros punk rock, hip hop e suas vertentes para tentar embalar a jogatina.
No final, VR Skater é mais um título com um conceito legal que não soube se adaptar para a realidade virtual e sua experiência é bastante afetada pelos controles e pela câmera. O preço cobrado é salgado pela experiência e por conta dos controles eu prefiro recomendá-lo somente para quem realmente se interessar.