Analisado no PlayStation 5
Hi-Fi RUSH é um jogo de ação e ritmo, com uma pegada hack’n’slash, lançado como um shadow drop em 25 de janeiro de 2023 para Xbox Series X|S e PC, o game desenvolvido pela Tango Gameworks e publicado pela Bethesda Softworks chega hoje, 18 de março de 2024 ao console de atual geração da Sony, o PlayStation 5.
Acredito que o game não seja mais nenhuma novidade para muitos jogadores, afinal a mais de um ano ele está disponível em duas plataformas e incluído no serviço do Game Pass para ambas, seja no PC ou console, mas para os jogadores na base do PlayStation, ele chega completinho com todas as atualizações já lançadas como uma novidade inesperada, digamos assim.
Em Hi-Fi RUSH controlamos Chai, um aspirante a rockstar que se inscreve como voluntário no programa Armstrong da Vandelay Technologies. Seu objetivo era conquistar um novo braço direito robótico para que então pudesse se focar na carreira, porém, um incidente durante o processo acontece e nosso herói passa a ser considerado um defeito pela companhia, com isso, ele precisa ser descartado.
Na luta para se defender desse descarte, Chai receberá o auxílio de Peppermint, uma peça fundamental na trama do game, que revela ao nosso protagonista que a Vandelay Technologies vem desenvolvendo uma AI potencialmente perigosa e juntos eles precisam impedir isso de acontecer. Ao longo dessa jornada outros personagens serão inseridos dando mais profundidade e melhorias no gameplay, porém, não posso deixar uma de fora, a lindinha, gorduchinha e muito fofinha 808, sim a gatinha robótica do game.
Como um jogo de ação e ritmo, Hi-Fi RUSH tem o gameplay baseado em travessia de plataformas em um ambiente em 3D com um estilo de batalha mais hack’n’slash, mas aqui com um estilo especial, afinal, a música é peça fundamental do game, e não apenas o mundo está em sincronia com a batida, como também a batalha segue esse padrão. Chai é capaz de atacar com golpes fracos e fortes de forma compassada com a batida, fazendo isso de forma certa, o jogador recebe maior pontuação e acumula mais rápido a barra de especial, que pode ser aplicado quando o medidor de Reverb estiver cheio, se ainda formos capazes de acertar a sequência do combo e a batida final, o game aplica um golpe finalizador bastante eficiente chamando convenientemente de Batidão!
Apesar de começar um pouco limitado, o arsenal do Chai vai melhorando conforme o game se desenrola, isso se da de duas formas, a primeira, é que com a ajuda da Peppermint e 808, o Chai é capaz de receber atualizações de firmware, ou seja, o software do seu braço robótico, recebendo assim, a capacidade de esquiva, gancho magnético e chamada temporária de um parceiro através da 808, sua fiel companheira durante todo o game. A segunda forma é literalmente trocando peças de engrenagens por melhorias com a Peppermint. Chai pode adquirir novos combos, ataques especiais, melhorias para a barra de energia do Reverb e de saúde, e instalar chips que melhoram as habilidades de Chai. Como disse essa segunda forma de compra se dá com a troca de engrenagens, essas que funcionam como a moeda do game e podem ser coletadas pelo cenário em lugares bem visíveis, durante as lutas e alguns itens destrutíveis no cenário, mas é claro que prêmios grandes estão mais escondidos sendo necessário exploração por parte do jogador.
Porém nem tudo são mil maravilhas na jogabilidade de Hi-Fi RUSH, alguns pontos podem ser de incomodo, principalmente na necessidade massiva de precisão na sincronia que alguns desafios pedem, ou ainda certa dificuldade em acertar o timing em movimentos de defesa que precisam ser perfeitas, junto disso, é possível achar um pouco irritantes as demoradas conversas sobre dicas do Smidge, que sempre parecem chegar atrasadas, e aproveitando fica uma dica, se você não precisar delas, deixe ele sem consultar por um tempo para ver o que acontece… Esses problemas são mais sentidos em níveis de dificuldade mais elevados, eu até entendo que isso faça parte da dificuldade, mas nem por isso deixa de ser um incomodo. Porém não posso negar que o game seja bastante inclusivo em auxílios e acessibilidade, e entre elas estão algumas que ajudam bastante nesses momentos que podem causar irritação, como ativar o botão único para ação, margem maior para aperto de botões durante a ação, e claro uma bem-vinda defesa única ao manter o botão pressionado quando necessário, isso é claro, se você acertar o timing da primeira defesa, ta pensando o que? Não dá para ser tão bonzinho assim também.
Visualmente Hi-Fi RUSH é uma maravilha, coisa linda, uma beleza, não da pra falar menos, ele é lindo demais, seu visual cel-shaded é impecável, tudo é bastante colorido e muito vivo, o design dos personagens, dos diversos robôs e demais inimigos, tudo é muito bem feito, com alta qualidade de renderização e distancia também, em alguns cenários você da a volta de uma sala pela outra e volta num ambiente aberto que tenha passado anteriormente por outro lado, e sim, é possível ver em alta qualidade o ambiente que você acabou de passar ali do lado, nada de um visual borrado ou muito abaixo de onde atualmente você se encontra. O game ainda oferece suporte ao 4K e preza muito pela baixa latência de gameplay, afinal, ele depende disso.
A trilha sonora é ponto alto aqui, com músicas licenciadas de artistas como Nine Inch Nails, The Prodigy, The Joy Formidable, Wolgang Garner… Mas não pense que as originais do game ficam atrás não, produzidas por uma variedade de artistas, as faixas são animadas e muito cativantes, sendo que é possível ficar com algumas delas tocando na mente por dias, inclusive, vale a pena dar o play:
Por jogar o game nessa versão do PS5 de forma adiantada, o game apresentou algumas leves falhas no visual, com a sensação de em alguns momentos aconteceram problemas de sincronização horizontal, mas nada sério, no que diz respeito a controles o DualSense tem sim mais zonas de vibração e com isso a batida da música é mais sensível nas mãos, eu fiz o teste sensorial de em uma mão segurar o controle do PS5 e em outra do Xbox Series na mesma fase e não é totalmente igual. O controle do Xbox dá batidas mais fortes, porém sem tanta precisão de onde ela está vindo conforme mudamos a câmera, isso não é demérito, mas sim um ponto interessante de onde os controles tem leves diferenças, além disso, no quesito loading, o console da Sony também leva por uma margem minúscula, mas a 808 fica com menos tempo de animação na tela do que na máquina da Microsoft.
Em resumo, Hi-Fi RUSH não é um game perfeito, ele tem sim alguns pontos que podem ser de incomodo, e isso também vai muito do seu estilo de gameplay, por outro lado, ele é um game com preço de AA mas com a qualidade acima de muitos AAA atualmente, sendo assim, seja em suas versões originais para Xbox Series e PC ou nesta nova de PlayStation 5, só afirmo uma coisa, joguem Hi-Fi RUSH, vale a pena seu tempo e também seu dinheiro, seja comprando o game ou assinando o Game Pass.