Analisado no PlayStation VR2
Desde que vi o trailer de HappyFunland ser anunciado fiquei muito ansioso pelo jogo, a temática parque de diversões assombrado sempre me chamou muito a atenção, aliás tudo que envolve horror em realidade virtual, pois jogos de terror/horror na tela da TV não me trazem a mesma sensação de estar “dentro” do jogo como em RV.
Enfim o clima no trailer era sombrio, tinha combates contra animatrônicos, passeios nas atrações, som de filme de terror e gráficos muito bem feitos, então afinal de contas o que poderia dar errado não é mesmo?
Bem, antes de responder à essa pergunta vamos falar um pouco sobre o jogo.
Começamos nossa jornada em um pântano escuro no Sul da Flórida, onde conhecemos Larry, um caipira que está em um barco aéreo Everglades, aqueles pequenos barcos que tem uma hélice imensa atrás. Larry nos chama para investigar e filmar o antigo parque de diversões abandonado para gravar um videotape, pois várias coisas estranhas acontecem lá e tem fama de ser assombrado.
Após pedir para irmos buscar uma lanterna próximo ao portão que viemos e entregar um headset com câmera e fones de ouvido, ele nos leva até uma entrada pelos esgotos que nos leva ao parque, daí para a frente é por nossa conta.
O parque é basicamente uma visão distorcida da DisneyWorld, a mascote Randy Rodent se parece muito com o nosso querido Mickey Mouse, mas aqui o clima é muito mais adulto, há muitas máquinas de cigarros espalhadas pelo parque, a turma de Randy mostra vários personagens estranhos, incluindo uma alemã com peitos enormes que toma conta de um brinquedo com canecas de cerveja giratórias, temos também um esquilo bêbado que usa drogas e nos leva a uma viagem muito doida quando chegamos em sua atração. Os desenvolvedores do jogo criaram um parque muito legal, criaram personagens, encheram de detalhes, como loja de souveniers, com doces, camisetas, lancheiras e muitas tranqueiras.
Vale ressaltar logo de início que a imagem que vemos nos trailers, e gameplays pela TV é mais bonita do que no próprio óculos, muitos jogos de PSVR2 fazem isso e só cabe à mim dizer a verdade para vocês, dito isso vamos falar sobre os gráficos.
A ambientação do parque é uma das melhores que já joguei no VR2, os gráficos não são espetaculares, mas estão bem acima da média, as texturas são nítidas, mas algumas partes do jogo me lembram jogos de PSVR1, a iluminação não é dinâmica e não projeta sombras caso coloquemos algo na frente da nossa lanterna, falando nela, esse é um item totalmente desnecessário pois já temos uma lanterna em nosso headset com câmera tornando a lanterna de mão um item desnecessário. Resumindo um pouco a parte gráfica, ela é bem satisfatória e consegue nos transportar para dentro do parque, mas infelizmente gráficos não são tudo, principalmente se você conseguir atravessar as paredes e outras coisas sólidas que não deveríamos atravessar, em certas partes do jogo eu simplesmente enfiava a cabeça na parede para ver o que tinha na outra sala, isso quebra totalmente a imersão que deveríamos ter em um jogo de VR, e se isso não bastasse para irritar alguém, agora vem uma das partes mais terríveis do jogo… a jogabilidade.
Um dos grandes problemas nesse jogo com certeza são os controles, primeiro porque não oferecem nenhuma outra opção de virar nosso personagem senão o Snap Turn, ou seja, nada de Smooth Turning (Virada suave) que eu uso em TODOS os jogos de VR. Segundo problema é que se você estiver jogando em pé e deixar seus braços descansando ao lado do corpo seu personagem não anda direito, uma de nossas mãos tem que ficar apontando para a frente e caso coloquemos o braço para trás nosso personagem anda para trás, o que eu não tinha percebido até gravar o vídeo para o canal, pois estava jogando sentado e meus braços estavam para frente nos braços da poltrona. A falta de opções de mobilidade é um problema, mas que não me impediu de jogar até o final, fique feliz com o snap turn? – Não, mas é o que tem e a temática do jogo me prendeu a ponto de não me irritar tanto assim.
Agora um problema que me irritou e muito foi a física do jogo, a maioria dos itens não conseguimos sequer pegar na mão nem para ver detalhes, conseguimos encostar neles e derrubar, mas pegar mesmo apenas se forem itens chave e armas. O que nos leva a mais um ponto negativo do jogo… os combates.
Os inimigos do jogo são muito bem feitos, Homem-Cigarro, Homem-Sorvete e por aí vai, eles nos atacam sem dó a não ser que encontrem uma parede invisível no caminho, pois se isso acontecer, eles ficam lá parados, tipo um bug. As armas que usamos são vassouras, tacos de golfe, espadas de pirata, pás de lixo, pedaços de ferro…e sinceramente não me lembro de mais nenhuma.
O combate é sempre corpo a corpo e basta chacoalhar os braços batendo neles até perderem o rosto, a cabeça e explodirem, infelizmente a sensação de que estamos batendo realmente em alguma coisa não existe, pois as armas os atravessam e não tem resistência alguma em seus corpos, chega a ser frustrante, além disso se a gente morrer, acaba voltando EXATAMENTE no mesmo ponto com eles nos atacando como se nada tivesse acontecido, isso me fez pensar qual o motivo de ter savepoints ou checkpoints durante o jogo, já que não “morremos” mesmo. Enfim como eu disse antes, é mais um dos pontos que me irritou, mas que não me fez desligar o jogo ou parar de jogar até terminar.
O som do jogo é até legal, mas algumas partes ficam estridentes e doem um pouco os ouvidos, o que me fez ter que abaixar o volume para poder continuar. A trilha sonora é bem interessante e combina com cada ambiente do jogo, dando a sensação de como era legal aquele parque antes de ficar abandonado.
Infelizmente também temos mais problemas aqui, pois o jogo só tem o idioma original em inglês e sem legenda alguma, o que nos dias de hoje acho inadmissível, pois muitas pessoas com problemas auditivos adoram vídeo game mas ficariam totalmente perdidas em um jogo que não oferece qualquer tipo de legenda para poderem acompanhar a história.
E mesmo para quem entende um pouco de inglês, algumas partes são inaudíveis pois o sotaque de Larry é de um caipira americano, o que torna o entendimento um pouco falho.
Em resumo, HappyFunland é um jogo com uma temática espetacular, mas que peca muito na parte técnica, faltam legendas (mesmo em inglês), controles simples e com a única opção de snap turn, falhas nos gráficos principalmente podendo “entrar nas paredes” fazem dele um jogo que só vale a pena se vier em alguma promoção, pois em pouco mais de 3 horas finalizei o jogo e não tive vontade de voltar a jogar para procurar e destruir as 32 pequenas estátuas do “Mickey” das 80 espalhadas pelo parque, e um dos motivos é que não tem troféu de platina, então não vi sentido nisso. Por sorte as atrações do jogo são muito legais como o passeio pela vida do Esquilo Drogado, A Montanha Encantada (Sim parece a do Hopi Hari), entre outros ficam disponíveis no menu inicial para quem quiser recordar ou mostrar para alguém esses maravilhosos passeios.