Phantom Fury – A volta de Shelly Bombshell em um spin-off repleto de ação | Análise

Analisado no PC


Phantom Fury é um jogo de tiro em primeira pessoa com elementos retro, desenvolvido pela Slipgate Ironworks e distribuído pela 3D Realms. O título tem lançamento previsto para 23/04/2024 no PC com versões para consoles planejadas para mais tarde.

Inspirado em jogos como Half-Life e Black Mesa, Phantom Fury continua a jornada de Shelly “Bombshell” de uma maneira diferente, mas ainda mantendo muita ação.

Esta não é uma sequência direta e sim um spin-off situado no mesmo universo dos outros jogos. Sem spoilers, Phantom Fury se passa vários anos após os acontecimentos de Ion Fury e a história começa com Shelly “Bombshell” Harrison acordando em uma instalação e se vendo equipada com um novo braço mecânico. A trama envolve Shelly e os experimentos de seu bisavô, um cientista renomado que trabalhou com o Demon Core, temos muitas referências a eventos históricos, locais secretos e cultura pop, sempre com aquela dose de ação que agora está moderada.

Diferente dos outros jogos, Phantom Fury tenta criar uma experiência mais inspirada em Half-Life e Black Mesa, assim apesar de ainda termos ação, os momentos de tiroteio são intercalados com sessões de exploração e pequenos puzzles. A jogabilidade é retro nos padrões dos shooters dos anos 1990 e 2000, por este motivo não temos mira de ferro e tudo acontece no estilo run and gun com mapas únicos e um diferencial que são as interações.

Phantom Fury traz como um de seus diferenciais uma vasta variedade de interações e aqui é possível interagir com praticamente todos os itens do cenário. Podemos por exemplo segurar e arremessar caixas e objetos, alguns que são destrutíveis e guardam recursos, também temos terminais e computadores que precisam ser abertos, pois além de partes da história, esses também contêm códigos e senhas utilizadas para a progressão e segredos. Como um bônus, o jogo também traz mini games arcade espalhados por algumas áreas em determinados mapas, não é muita coisa, mas é possível jogar pinball, atirar em um shooter simples e tentar capturar pelúcias com uma garra.

Ion Fury tinha uma boa variedade de inimigos, mas pecava nos equipamentos e em Phantom Fury temos o contrário dessa dinâmica. O jogo traz um arsenal bastante competente e Shelly tem acesso a uma boa variedade de armas e equipamentos que incluem a volta de seu revólver preferido, o “Loverboy”, além de pistolas, espingardas, explosivos e outros, também temos o braço mecânico e um traje especial, sendo que todas essas armas e equipamentos podem ser melhoradas no decorrer da jogatina, modificando seus efeitos. Infelizmente, toda essa variedade de equipamento será usada para enfrentar os mesmos inimigos na maior parte do tempo, a variedade de oponentes é baixa o que contribui para um certo cansaço, pois o tempo de jogo é de certa forma longo para esse estilo, com uma média de 12 horas na primeira jogatina.

As limitações da EDuke32, uma fork of the Build engine utilizada em Ion Fury, não estão presentes aqui. Phantom Fury foi desenvolvido na Unreal Engine 4 mas apesar de todos os recursos do motor, o título mantém uma estética completamente retro. Por esse motivo os gráficos trazem modelos 3D simples, com poucos detalhes que não impressionam, em contrapartida os cenários estão bem feitos e apesar da estética simples, podemos encontrar bons efeitos de iluminação e uma atenção aos pequenos detalhes de banners e telas espalhadas pelos locais. A trilha sonora complementa a ambientação com efeitos notáveis, músicas que embalam a ação e várias frases de efeitos de Shelly que não poderiam faltar.

Como nada é perfeito, o jogo sofre com alguns bugs e problemas. Jogamos uma versão pré lançamento e tivemos de conviver com algumas inconsistências que incluíam vários carregamentos de checkpoints e às vezes até reinício de nível, todos estes requeridos pois switches ou destrutivos as vezes não funcionavam como o esperado e acabavam impedindo nosso progresso com até situações de soft lock. Além disso, algumas mecânicas podem ser burladas e algumas partes específicas de níveis podem ser puladas ou avanças por erros nas caixas de interação. Apesar de jogável, em seu atual estado o título carece de correções que devem chegar em sua versão final.

No final, Phantom Fury traz uma experiência que provavelmente irá agradar os fãs da franquia e do gênero, o jogo é simples, direto e divertido sem enrolações. O preço ainda não está definido, mas pela experiência eu posso recomendar este a todos que gostaram dos outros jogos e aos fãs do gênero que procuram por algo “novo” para se jogar.

Confira no vídeo abaixo o gameplay de Phantom Fury:

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