Analisado no Nintendo Switch
Lançado em 2 de maio de 2024 e tendo como editora a própria Nintendo, Endless Ocean Luminous é um jogo muito relaxante, bastante diferente de tudo o que temos jogado no Nintendo Switch. Nele, você é um pesquisador que explora as profundezas do oceano e cataloga as criaturas marinhas encontradas em seus mergulhos. O desafio é encontrar o maior número possível de espécies enquanto aproveita a atmosfera relaxante e imersiva criada pelo game.
Há várias maneiras de jogar Endless Ocean Luminous: você pode fazer mergulhos solo (Solo dive) para explorar o oceano sozinho e encontrar diferentes criaturas em cada mergulho, o que é importante para complementar o progresso da história principal, já que é exigido que você catalogue um certo número de criaturas antes de avançar para o próximo nível. O modo história começa com um capítulo inteiro de tutorial e vai te guiando por uma narrativa com toques de filmes ficção científica. Mistérios como a degradação de um coral imponente e criaturas com brilho exótico são partes que te deixarão intrigado nessa aventura. Infelizmente, o último modo, shared dive, não conseguimos avaliar a tempo para essa revisão, mas como o próprio nome já diz, trata-se de um mergulho compartilhado, através da criação de “salas” com amigos.
Como pesquisador, devo dizer que a ideia desse jogo é uma experiência bastante relaxante para mim, e cada mergulho me deixa mais curioso sobre o que está por vir. No entanto, entendo que este não é um jogo para todos, podendo parecer tedioso e repetitivo para muitos jogadores acostumados a títulos mais emocionantes. Uma boa parte do encanto está no fato de que as criaturas encontradas são reais, e a inteligência artificial do jogo fornece informações úteis sobre cada animal visto, tornando tudo muito mais interessante, como assistir a documentários sobre vida selvagem na TV, mas de uma forma muito mais interativa.
Durante suas buscas você também tem o objetivo de coletar relíquias que estão no fundo do mar, que podem ser desde itens preciosos até coisas sem valor, mas que de qualquer forma, aumentam seu poder monetário e te ajudam a ampliar a personalização do seu avatar: sticker diversos e outros itens estão disponíveis para te deixar com um look diferenciado, o que deve ser divertido de se fazer quando se joga online.
Apesar da proposta diferenciada, Endless Ocean Luminous peca em alguns pontos bem importantes: o polimento gráfico é um deles, infelizmente. Além de o cenário ser retratado de forma simplória, muitos peixes ficaram muito menos bonitos do que eu esperaria tendo em vista as circunstâncias (o jogo é para Nintendo Switch, que tem o sarrafo colocado no alto pela dupla de Zeldas). Em muitos momentos você está nadando no vazio, somente vendo o azulado do ambiente e isso até é ok tendo em vista que ambientes assim também existem no mundo real. O problema é que quando chega na parte mais habitada, sua tela continua com bastante vazios e com elementos muito separados entre si. Dá aquele aspecto de “pressa”, ou até um sinal de baixo orçamento. Ainda nesse assunto, muitas espécies são bem reconhecíveis na sua forma “modelo 3D do jogo”, enquanto outras que você fica até chateado de olhar. Imagina só, está você no fundo do mar mergulhando e então encontra um clássico dos aquários: o exuberante peixe Beta. Acontece que aqui ele parece um sticker animado, que quase não se movimenta e parece se locomover com a força do pensamento. Foram cruéis com o bichinho.
O jogo se destaca no modo portátil, onde você se sente imerso no mundo aquático e, com fones de ouvido, se sente como um verdadeiro pesquisador marinho! Além disso, nessa configuração, você se atenta menos ao aspecto gráfico! A imersão te ajuda a se concentrar no seu “passatempo” sem julgar tanto a falta de movimento de alguns peixes.
Algo que de alguma forma incomoda um pouco também é a ausência de perigo: mesmo estando frequentemente perto de criaturas agressivas cuja própria inteligência artificial te adverte que podem se alimentar até de seres humanos, como o tubarão tigre (aprendi no jogo, hehe), todos esses animais estão sempre desinteressados por você. Aliás é mais do que isso, é como se você simplesmente não estivesse ali. Obviamente, a gente entende que a proposta do jogo é ser algo mais contemplativo, mas ainda assim, acho que poderiam inserir mecanismos para colocar pontos de desafio ou de mecânicas diferenciadas em certos trechos.
Ainda falando sobre uma grande bola fora do jogo, temos a ausência de localização para o português do Brasil. Tratando-se de um jogo que oferece uma gama de informações acerca de espécies marinhas reais, a habilidade de entender as informações passadas é de bastante importância para se aproveitar o título. No meu caso, que entendo o inglês, compreender as informações não foi problema, mas me incomodou o fato de “para que que eu vou querer saber o nome desse peixe em inglês?”. Sempre quando eu via algo muito diferente ou interessante, lá ia eu abrir o Google e pesquisar o nome do dito cujo. Aí inclusive apareciam imagens reais da tal espécie, e as vezes eu ficava assustado com a diferença da versão do mundo real e a do “Endless Ocean”. Destaque para o já comentado peixe beta e o embasbacante tubarão tapete (quem estiver curioso procure por Eucrossorhinus Dasypogon).
Sendo assim, Endless Ocean Luminous é instrutivo, relaxante e bastante agradável de ser jogado naquela pegada bem casual, sem muita pretensão. Ideal para aquele dia cansativo depois do trabalho, em que você só quer esvaziar a cabeça até pegar no sono. Custando R$249,00, o preço acaba sendo um pouco salgado para a experiência que ele proporciona. Mesmo sendo algo bem diferente do comumente disponível nos consoles, o título tem alguns pontos que com certeza me fariam considerar a sua compra somente se fosse precificado em algo em torno de R$170,00. Dito isso, para quem está com uma graninha extra e quer investir na experiência, não acho que tem errada: o jogo é bom e divertido o suficiente para te relaxar e manter entretido por muitas horas!
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