Men of War II – Uma sequência com cara de remaster | Análise

Men of War II requer conexão constante com a internet para ser jogado, o que inclui o modo campanha solo

Analisado no PC


Men of War II é um RTS desenvolvido pela Best Way e distribuído pela Fulqrum Publishing. O título tem lançamento previsto para 15/05/2024 no PC com Windows e suporte nativo a Linux.

Do estúdio ucraniano Best Way e lançado originalmente em 2009, Men of War é um RTS baseado na WWII que fez um certo sucesso e conseguiu conquistar sua base de jogadores. Desde seu lançamento, o título recebeu vários spin-offs mas nenhuma sequência e Men of War II chega como um novo jogo que tem cara de remaster.

Men of War II continua com a mesma temática da série, tendo como palco os conflitos da WWII. Nesta sequência temos um modo campanha composto por missões inspiradas nos conflitos e separadas entre, Americanos, Soviéticos e Alemães, onde o jogador irá jogar na maior parte do tempo operações inspiradas nos acontecimentos em uma campanha dinâmica com pouca ou nenhuma coerência histórica. A exceção a essa regra são as missões da campanha histórica que apesar de poucas, retratam operações que aconteceram no período, sendo uma boa adição para a experiência. O modo campanha serve como um tutorial, para o jogador se familiarizar com os controles e mecânicas do jogo, ao completar as missões serão liberadas recompensas que podem ser utilizadas no modo multiplayer, sendo este o foco do jogo.

Se você não conhece ou não acompanha a série, os jogos da Best Way sempre tiveram uma tendência maior para a experiência multiplayer, até porque o constante microgerenciamento de unidades dos títulos, acaba tirando o brilho e causando uma boa dor de cabeça quando jogados solo, 1×1 ou 2×2 e Men of War II não é diferente.

Apesar de termos o modo campanha, este novo jogo é completamente focado na experiência multiplayer com modos PVP de até 5×5 e coop PVE. Por conta desse aspecto, Men of War II requer conexão constante com a internet para ser jogado, o que inclui o modo campanha solo, esse requisito pode acabar se tornando um problema, pois os servidores podem apresentar instabilidades e qualquer desconexão fará você perder progresso. Para contornar essa limitação, a desenvolvedora confirmou que está trabalhando em um modo offline que será lançado mais tarde, assim quem procura por uma experiência offline terá de esperar.

A jogabilidade no geral continua no mesmo estilo dos outros jogos com algumas adições e para quem não conhece a série. Em Man of War nós jogamos no controle de batalhões, com o diferencial da jogatina sendo a possibilidade de assumir o controle de tropas individualmente, modificando a perspectiva de câmera que inclui modo em primeira pessoa e realizando ações separadas que são a chave para diversas estratégias. Este novo título traz algumas novidades ao sistema, com a principal sendo a mecânica de “Linha de Frente” que divide o mapa entre aliados e inimigos travando e liberando ações específicas, o mais interessante aqui é que apesar de termos vários veículos blindados, a “Linha de Frente” só pode ser modificada pelo avanço da infantaria.

Outra melhoria chega com a reformulação da AI, esta que era ruim nos outros jogos e agora está OK, com um bom sistema de identificação de ameaças e alvos. Infelizmente mesmo com as melhorias, as unidades ainda sofrem com muitos problemas de pathfinding e colisão, sendo comum elas não procurarem um caminho ideal, partindo literalmente em linha reta para o objetivo, derrubando tudo o que estiver pela frente. A jogabilidade ainda conta com o excesso de microgerenciamento que realmente atrapalha na jogatina solo ou com poucos jogadores, o sistema é OK quando controlamos um ou dois batalhões, mas é fácil perder o controle e tudo acabar em um caos.

Esta é uma sequência com uma cara de remaster, pelo menos é assim que eu me senti com os visuais. O título foi desenvolvido em uma versão “atualizada” do motor GEM2, o mesmo usado nos outros jogos da franquia e embora essa nova experiência seja acompanhada de melhores efeitos visuais de iluminação, sombra e partículas como as de fumaça, fica nítido que vários dos modelos de personagens e cenários são os mesmos de antes, porém aprimorados, como uma espécie de versão HD. O jogo não é feio, mas também não impressiona nos visuais, a interface não é das melhores e acaba se tornando confusa, sendo difícil identificar o que está acontecendo durante os combates mais fervorosos e o resultado final no geral, fica abaixo quando comparado a outros títulos semelhantes.

Quem jogou os outros jogos sabe que os títulos sempre sofriam com bugs e Men of War II sofreu de atrasos justamente para passar por correções e modificações de acordo com feedback da comunidade. Jogamos uma versão pré-lançamento que mostrou uma experiência bastante sólida quando o assunto são bugs, não sofremos nenhum crash durante nossa jogatina e os bugs encontrados estavam relacionados às unidades não reconhecerem as ordens, bastando realizar a mesma ação por uma ou duas vezes até a ordem ser reconhecida. Isso não ocorreu com frequência e sim em momentos pontuais. no geral o jogo passa a impressão de estar bastante polido, embora os mapas sejam acompanhados de telas de carregamento demoradas mesmo estando instalado em um M.2 NVMe. O modo online foi pouco explorado pelo aspecto pré-lançamento e só depois de lançado é que veremos se os servidores vão se segurar.

No final, apesar de não trazer uma grande revolução, Men of War II é um título que tem potencial e provavelmente irá agradar sua comunidade, ao mesmo tempo que dificilmente irá conquistar um público maior justamente pelo seu excesso de microgerenciamento que torna a experiência bastante negativa quando jogada solo ou com poucos jogadores. Ainda não temos o preço definido para a nossa região e pela experiência eu prefiro recomendá-lo somente para quem gostou dos outros jogos da série, do contrário é melhor esperar por uma promoção.

Confira no vídeo abaixo a gameplay de Men of War II:

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