MULLET MADJACK – Muito tiro, porrada e robôs | Análise

Os visuais aqui são completamente nostálgicos e toda a arte do jogo lembra bastante a dos animes do fim dos anos 80.

Jeferson Vasconcelos15/05/2024Última Atualização 15/05/2024

Analisado no PC

MULLET MADJACK é um boomershooter com elementos roguelike desenvolvido pelo estúdio brasileiro HAMMER95 e publicado pela Epopeia Games. O título está sendo lançado hoje, 15/05/2024 para PC com versões para console programadas para mais tarde.

Combinando uma jogatina acelerada com grande dose de nostalgia, MULLET MADJACK traz uma experiência que vai deixar qualquer fã do gênero querendo mais.

Inspirando-se nos animes e jogos do fim dos anos 80 e início de 90, Mullet MadJack se passa em um futuro alternativo onde humanos se fundiram com máquinas e o mundo é controlado por robôs, os “Robilionários” que tem como resistência humanos rebeldes chamados “Moderadores”. Com essa premissa, nós assumimos o papel de Mullet Mad Jack, um moderador que entra em um reality show com o objetivo de salvar uma princesa influencer das garras de um desses robilionários. A tarefa que não é fácil, fica ainda mais difícil quando o reality impõem a Jack um limite de tempo de vida, concedendo ao herói apenas 10 segundos para completar cada mapa, sendo que para sobreviver será preciso literalmente sair no tiro porrada e bomba, eliminando inimigos e criando o caos para entreter os espectadores que em troca lhe irão lhe conceder mais segundos de vida.

A jogabilidade mistura elementos de boomer shooter com uma pitada de roguelike e aqui basicamente iremos correr mapas indo do ponto A ao ponto B na maior velocidade possível, pois temos somente 10 segundos de vida e cada segundo é precioso. Eliminações rendem mais segundos, com a quantidade variando entre o tipo de inimigo e a eliminação realizada, sendo a jogatina dividida em capítulos, com cada um representando uma quantidade de andares na torre onde a princesa está presa. Os elementos rogue chegam através de melhorias que podem ser adquiridas após completar cada mapa e a punição caso morra que força o jogador a retornar para o início da sequência de andares, uma dinâmica que combinou perfeitamente com a proposta do jogo.

Essa aventura tem um início um pouco confuso e frustrante, dado a velocidade e a paleta de cores utilizada, mas basta algumas tentativas para pegar o jeito e notar que o tempo limitado aqui não é um problema. Por conta da dinâmica acelerada e da generosa quantidade de inimigos, é fácil acumular tempo mais do que o suficiente para completar cada nível, assim os vilões acabam sendo a vida e as armas aleatórias, pois dependendo da dificuldade teremos poucos recursos e itens para recuperar a vida e determinadas armas acabam deixando certos níveis mais difíceis, pois cada uma tem sua especialidade, como por exemplo, a espingarda causando dano alto mas com pouco alcance, a metralhadora com pouco dano mas alta cadência e até uma arma laser com dano alto e pouca cadência.

Apesar de simples e tecnicamente repetitivo, a repetição aqui não é um ponto negativo, pois os mapas são gerados de forma aleatória e cada capítulo adiciona novos obstáculos e inimigos, fator este que é aprimorado pelas melhorias ao completar cada mapa. Embora a impressão de que o ritmo e o tempo podem limitar a experiência, na realidade o jogo é acessível e temos diferentes dificuldades disponíveis que incluem até um modo sem tempo para deixar o jogador explorar cada pedaço do mapa sem nenhuma pressão.

Os visuais aqui são completamente nostálgicos e toda a arte do jogo lembra bastante a dos animes do fim dos anos 80. Tudo está muito bem desenhado, temos vários detalhes e efeitos de iluminação nos modelos e cenários que só não são melhores pelo uso da paleta de cores que infelizmente torna alguns capítulos bastante confusos. A trilha sonora de certa forma é limitada, pois de um lado temos músicas para embalar a jogatina e de outro encontramos efeitos sonoros básicos que incluem os sons das armas, aliados a um protagonista mudo que requer melhorias para liberar suas frases de ação que mesmo assim são raras.

No final, MULLET MADJACK foi até o momento a surpresa desse ano de 2024 e apesar de não ser perfeito, o jogo traz uma experiência dinâmica, extremamente divertida e viciante, uma fórmula que com certeza irá agradar os fãs do gênero. Por esse preço e pela experiência eu posso recomendá-lo a todos os fãs de boomer shooter e a todos que queiram jogar algo diferente.