Bleak Faith: Forsaken – Potencial e deslize caminham juntos | Análise

O jogo apresenta cenários tão grandes, que é possível se confundir diversas vezes em bifurcações e caminhos

Analisado no PlayStation 5


A Archangel Studio nos apresenta um universo curioso que mescla características medievais, steampunks e cyberpunks, que associados, oferecem uma exploração rica em diversidade de cenários, visuais e estruturas ao longo da jornada. Mas o recado que dou logo de cara é: Não esperem muito, abram suas mentes e não se percam em comparações com outros jogos, pois o estúdio que desenvolveu é pequeno e apresenta limitações, entretanto, entregam uma proposta com bastante potencial, apesar de terem apenas 3 pessoas na equipe toda.

Disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X | S, Bleak Faith: Forsaken apresenta monstros gigantes que aparecem de acordo com nosso progresso, e eles são apresentados de forma positiva com muita criatividade e um estilo único. Inimigos espalhados aos montes em cenários amplos são ofuscados por chefões interessantes. Durante uma complexa aventura que permeia dimensões e tempos diferentes, nos deparamos com uma exploração temporal e espacial, na qual o protagonista deve estabilizar uma anomalia que causa uma espécie de mutação nos Forsakens, que são sobreviventes de uma colonização realizada por God Emperor.

Nossos inimigos se resumem a Dreadguards da guarda real, exércitos de Serdars de um general fracassado, Belisarius da inquisição e criaturas anatomicamente mutadas. E embora o jogo seja satisfatório nessas apresentações, ele falha um pouco no que diz respeito as informações que ele quer que sejam relevantes. Os diálogos com NPC’s são muito superficiais, não agregando muita coisa, bem como não há itens suficientes para desenvolver qualquer vínculo com o universo do jogo.

Acredito que essa superficialidade de informações seja em virtude da limitação que os jogos indies sofrem, como baixo orçamento e equipe de desenvolvimento reduzida. Entretanto, a Archangel Studio consegue acompanhar de forma eficaz esse fluxo Souslike, melhor que muitos estúdios grande por aí, ou seja, é um jogo que merece uma chance, mas com mensuração de expectativa.

O jogo apresenta cenários tão grandes, que é possível se confundir diversas vezes em bifurcações e caminhos que não tem como suporte, um mapa ou guia, causando certo desconforto e frustração durante as explorações. E mesmo sendo uma cria de Tomb Raider e amar caçar itens, eu realmente dei uma negligenciada, pelo simples fato de não conseguir lembrar os caminhos de retorno, além é claro, de morrer em alguns momentos devido ao desnivelamento de dificuldade. Nesse mesmo caminho confuso, enfrentei um inimigo que morreu numa cacetada só, poucos passos depois, surgiu um ciborgue samurai com armadura de adamantium que me matou ainda mais rápido do que matei o inimigo anterior.

Mas repito, tudo nesse jogo tem potencial, o que prejudicou alguns detalhes foi o montante de recurso financeiro e criativo que respaldasse o polimento. Daí surge um sentimento agridoce de “puta merda”, que jogo limitado e “orra”, olha a capacidade dos caras em criarem uma atmosfera tão peculiar.

Mas nem só de boas ideias se sustenta um jogo e Bleak Faith: Forsaken demonstra isso, uma vez que ele incorpora excêntricas iniciativas criativas, mas desliza na execução. Mas que fique claro, ainda assim é um jogo que merece sua atenção, já que ele traz consigo uma gameplay interessante e um personagem customizável de acordo com seu estilo de jogatina, associado a uma experiência imersiva e visualmente agradável, que caminha em sinergia com a trilha sonora. Então tenham isso em mente: Bleak Faith: Forsaken é limitado, mas merece sua atenção e até seu dinheiro, principalmente se estiver em promoção!

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