Star Wars: Outlaws – A liberdade vai cantar! | Análise

Acredito cegamente que podemos ter aqui, uma obra impactante e referencial para o futuro de Star Wars nos games.

Analisado no PlayStation 5


Desenvolvido pela Massive Entertainment, publicado pela Ubisoft sob as diretrizes da Lucasfilm Games, Star Wars Outlaws é ambientando no universo que carrega o mesmo nome, mais especificamente durante um período que compreende o espaço entre os eventos dos filmes de Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980) e Star Wars: O Retorno do Jedi (1983). Se apresentando como um jogo de ação e aventura em terceira pessoa dentro de uma proposta de mundo aberto, Star Wars Outlaws promete ser um dos grandes lançamentos de 2024.

Sendo o primeiro jogo de mundo aberto de Star Wars, entramos na pele de Kay Vess, uma golpista que está em busca de sua liberdade e que não mede esforços e não se importa com os meios que precisa utilizar para recomeçar sua vida ao lado de seu fofíssimo parceiro Nix. Explorando diversos locais na galáxia, dentre eles alguns conhecidos e outros novos, lutando, roubando, trapaceando e enfrentando tudo o que o submundo intergaláctico pode oferecer, como sindicatos criminosos, criaturas selvagens e caçadores competentes, meu aviso é: estejam preparados para uma enxurrada de informações e opções do que fazer neste jogo.

Se você está disposto a correr riscos, esse jogo oferece um leque de oportunidades. Cantinas badaladas e cidades distintas te proporcionam aventuras que te desafia como um fora-da-lei enquanto te recompensam com créditos, reputação ou mais trabalhos, para que você fortaleça e estabeleça uma relação com os sindicatos locais, tornando a sua experiência ainda mais atraente enquanto leva um estilo de vida cheio de perigos.

Kay é dona de uma personalidade carismática demais e ela faz uso disso em toda e qualquer oportunidade que seja possível transformar uma encrenca em vantagem, com ajuda do seu amigo Nix que consegue cometer atrocidades para ajudar e proteger a protagonista de formas tão fofas, que ignoramos o fato dele mastigar fios para sabotar alarme ou simplesmente acionar explosões e matar meia dúzia de inimigos de uma única vez. Armada com um blaster customizável ao longo da jornada, temos aqui a mecânica da furtividade que funciona satisfatoriamente, associada a dispositivos e comandos para o Nix, permitindo assim, esperarmos o momento certo para distrair inimigos e derrubá-los.

Com missões de alto risco e alta recompensa, precisaremos trabalhar com os seguintes sindicatos rivais: Pyke, Clã de Ashiga, Aurora Escarlate e Cartel Hutt. Para ganharmos a confiança deles, realizamos trabalhos distintos, que por sua vez nos colocam em uma posição de flutuação entre eles, alternando assim o equilíbrio da nossa relação com cada um. Não se esqueçam: Kay é uma vigarista, ou seja, traições são inevitáveis. Uma vez que entendemos que ela é uma das fugitivas mais procuradas da galáxia, utilizamos sua reputação para abrir portas para recompensas e oportunidades de roubar itens valiosos, nos infiltrarmos em locais super secretos enquanto enganamos inimigos, e tudo isso com muito carisma e dinamismo.

Com um desenvolvimento de aprofundamento orgânico na sensação de liberdade, o jogo oferece escolhas em diálogos e eventos, que sempre geram uma consequência. Se você recusar subornar um NPC, por exemplo, você pode se deparar com um grupo de inimigos na saída do local, ou seja, é possível ativar o moto silencioso ou “Rambo” nas situações que envolvem escolhas. Essa linha de narrativa é muito interessante e explora um nicho que Star Wars não costuma elaborar, que é o fato de existirem cidadãos normais que estão buscando formas de viver e sobreviver no meio da briga entre Aliança Rebelde e Império. O jogo nos mostra que existem vidas paralelas sofrendo os efeitos colaterais da guerra entre duas grandes potencias, como é o caso da Kay.

Pilotar a Trailblazer é um dos momentos mais divertidos do game. É possível viajar e travar intensas batalhas contra as naves do Império, dentre outros inimigos. É necessário coordenação motora e atenção para encontrar a oportunidade viável para perseguir inimigos, escapar de rajadas de tiros e atacar com força máxima, evitando assim, ser aniquilado. Além de embates, é com a Trailblazer que será possível conhecer os planetas que farão parte da jornada.

Passando pelo planeta glacial Kijimi, que é chefiado pelo clã de Ashiga, se enturmando no cassino de Canto Bright em Cantonica, desbravando a úmida selva de Akiva, atravessando os ventos violentos de Toshara e tentando derrubar o senhor do crime Jabba em Tatooine, vamos conhecer os confins da galáxia enquanto tomamos decisões que influenciarão na nossa reputação com os sindicatos que dominam cada região, e com isso, precisamos decidir a quem nos aliarmos, mesmo que de forma temporária, podendo pôr um sindicato no radar do outro, para nos beneficiarmos, é claro, ou simplesmente encher os bolsos de créditos.

O jogo entrega uma atmosfera muito delicada e sentimental com a relação de Kay e Nix, que não é apenas seu melhor amigo pet, ele é também um parceiro incrível que auxilia em toda a jornada. Ele é responsável por identificar objetos e inimigos por meio de ecolocalização, além de interagir com elementos do cenário que Kay não pode alcançar, seja por altura ou dimensão do espaço. Nix também distrai e ataca inimigos, possibilitando vantagens no combate e até em finalizações. E gente, na boa, ele faz toda a violência ficar fofa, não tem condições!

Os elementos do stealth se destacam demais nesse game. Mesmo podendo resolver tudo na base do tiro com o Blaster customizável, abater os inimigos de forma furtiva é um deleite e particularmente, foi o que mais utilizei na minha gameplay. Invadir os locais de forma furtiva, evitando ser vista é uma opção excelente, uma vez que isso permite que sua reputação com determinada facção continue intacta, ou seja, você precisa dominar o stealth, pois ele é essencial para o progresso do jogo. Kay possui uma ferramenta chamada Grampo, que serve para arrombar qualquer porta sem ser percebida. Ele funciona utilizando combinações rítmicas que acompanham uma rotina sonora que deve ser entendida e reproduzida. Pra mim, esse elemento é de longe um dos mais legais do jogo!

O gráfico é um espetáculo à parte. A iluminação, a caracterização da personagem principal e dos secundários, bem como a texturização de elementos cênicos em todos os ambientes que visitei são impressionantes e muito bem polidos. E digo isso enfatizando o fato de que peguei o jogo dias antes sem qualquer patch de atualização. O material que tive acesso veio muito completo, tive apenas um erro que fez meu jogo ser fechado no meio de uma missão, me fazendo perder tudo, mas acredito que no momento da primeira atualização, será resolvido. Fora esse problema, não encontrei nenhum detalhe técnico que me fizesse torcer o nariz ou desanimar do jogo.

A trilha sonora, assim como a sonorização de localidades, criaturas e elementos da natureza estão lindos e coerentes, tornando a imersão ainda mais fidedigna. As músicas criam uma sensação de flutuação que acompanha as mudanças de clima, local e situação em que nos encontramos, é realmente fascinante. O ponto alto da sonoridade fica para as missões com a Trailblazer, a música se mostrava tão tensa quando os combates, que em alguns momentos me peguei fazendo apneia enquanto a música acompanhava uma manobra em 360º da nave durante um combate contra 7 naves do Império.

Star Wars Outlaws possui áudios e legendas em Português-BR, com uma dublagem impecável, cheia de emoção, personalidade e dinamismo na interpretação, deixando o jogo ainda mais atrativo. Embora muita gente prefira jogar com áudio em idioma nativo, eu acredito que esse fator seja um ponto valiosíssimo, uma vez que mostra o respeito com o público em geral, tornando o game acessível para vários públicos. E isso, meus amigos, é essencial para se estabelecer como uma produção de qualidade.

Sendo um fã da franquia, fiquei muito animado com os trailers do jogo e com a possibilidade de ter uma mulher real no protagonismo, então preciso dizer que Star Wars Outlaws sustentou tudo o que prometeu. Acredito cegamente que podemos ter aqui, uma obra impactante e referencial para o futuro de Star Wars nos games. Com certeza é uma aquisição necessária para os fãs e para quem quer algo com muita ação e exploração.

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