Shadow of the Ninja – Reborn – Um remake nostálgico com controles problemáticos | Análise

Analisado no PC


Shadow of the Ninja – Reborn é um jogo de ação e plataforma desenvolvido pela NatsumeAtari e distribuído em parceria com Edigger, United Games Entertainment e GmbH. O lançamento está previsto para 29 de agosto de 2024, com versões para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox Series.

Sendo mais um remake de um título do passado, Shadow of the Ninja – Reborn traz uma experiência fiel e nostálgica que infelizmente é afetada pelos seus controles.

Para quem não conhece, o Shadow of the Ninja original foi lançado em 1993 para o NES e apresentava uma jogabilidade semelhante à da franquia de sucesso Ninja Gaiden, com o diferencial sendo o coop de até dois jogadores. Apesar de ser uma experiência sólida, o jogo caiu no esquecimento e nunca recebeu uma sequência e agora após 33 anos de seu lançamento temos Shadow of the Ninja – Reborn, um remake bastante fiel.

Essa aventura se passa em um futuro distópico no ano de 2029, onde a nação foi dominada pelo vilão intitulado Imperador Garuda e no controle de dois guerreiros nós seremos encarregados de eliminar essa ameaça. A história é simples e serve como plano de fundo, sendo que tudo aqui continua fiel ao jogo original.

A jogabilidade é a típica de jogos de ação e plataformas em 2D, com uma jogatina dividida em 6 estágios através de modo arcade, time attack e multiplayer local, sendo que a versão de PC na Steam conta com o Remote Play. Para jogar é necessário escolher um dos personagens e temos dois, o ninja Hayate e a kunoichi Kaede, ambos compartilham os movimentos de ataque e defesa, mas acabam tendo diferenças em suas movimentações, com o ninja sendo mais lento, mas alcançando maiores distâncias ao pular e a kunoichi sendo mais rápida, porém com o pulo mais curto.

As diferenças entre os personagens são pequenas e mais notáveis quando jogamos em coop, mas após algum tempo de jogo fica nítido que com o ninja é mais fácil transpor os níveis por conta do seu pulo que ajuda na hora de fazer plataformas e a kunoichi levando vantagem nos encontros de chefe. Mesmo diferentes, ambos acabam sofrendo dos mesmos problemas pois, seja rápido ou pule mais longe você irá sofrer de qualquer forma com os controles.

Os controles são simples e basicamente se resumem a pulo, ataque, arpão, dash e itens, com algumas combinações com os direcionais para execução de movimentos especiais. No geral o conjunto funciona para o básico mas peca bastante quando saímos do ciclo de ataque e pulo, por exemplo, o dash é praticamente inútil na maior parte do tempo, pois ele só funciona para frente e não nos dá iframes sendo útil somente em algumas situações específicas, não existe botão para trocar itens de maneira rápida e é preciso parar e segurar o botão para alternar entre eles, sendo que em lutas contra chefes quase não existem aberturas para se trocar de itens, também não temos botão específico para se utilizar itens e o jogo utiliza o botão de ataque para essa ação forçando o jogador a ter de ficar alternando, o que acaba confundindo e afetando a jogatina.

O esquema dos controles não faz sentido algum para um jogo moderno e os botões Círculo/A, R2/ZR, L2/ZL ficam inutilizados, ao mesmo tempo que os outros são subutilizados em mecânicas que poderiam ser transferidas para estes outros botões. Para piorar os controles, na versão de PC não é possível alterar os botões de movimentação e caso não tenha um controle você será obrigado a utilizar as setas do teclado para controlar o personagem, sem nenhuma opção do tradicional WASD.

Diferente do original, que tinha uma jogatina mais precisa e uma movimentação suave, Reborn traz um ritmo de jogo mais lento com animações mais demoradas que acabam influenciando na progressão. Quando combinadas com os controles, acabam adicionando uma dose adicional de frustração, principalmente as relacionadas ao menu de escolha e utilização dos itens, onde elas acabam adicionando preciosos segundos que às vezes nos custam uma tela de game over. Além disso, algumas animações de ataque de inimigos aparentam estar um pouco fora de sincronia, não sendo difícil encontrar inconsistências nos padrões dos mesmos oponentes.

Problemas a parte, Reborn traz uma apresentação gráfica que impressiona nos detalhes. Os gráficos são baseados em uma bela pixel arte e todo o ambiente foi refeito como uma reimaginação dos cenários e modelos do original que agora recebem novos planos de fundo e vários efeitos de iluminação e sombra. A trilha sonora também foi refeita e além de novos efeitos sonoros temos um conjunto de faixas empolgantes que embalam a jogatina nos moldes do jogo original.

No geral a ambientação está boa, mas vale notar que embora os cenários estejam bem feitos, existe um excesso de partículas que acaba poluindo a tela e causando uma certa confusão quando jogamos em coop e apesar das músicas serem divertidas, existem poucas faixas e por conta da dificuldade, você irá acabar cansando de ouvir as mesmas músicas enquanto tenta passar dos cenários.

No final, Shadow of the Ninja – Reborn é um remake fiel com uma experiência nostálgica que mistura aspectos modernos e retrô de uma forma interessante, mas pecando nos controles. Com o preço variando entre R$ 59,99 na Steam até R$ 107,49 na eShop, com preços do Xbox e PlayStation entre eles e por conta da experiência eu prefiro recomendá-lo somente para quem se interessar, do contrário é melhor esperar por uma promoção.

Confira no vídeo abaixo um o gameplay de Shadow of the Ninja – Reborn:

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