Castlevania Dominus Collection – Mais uma coletânea para resgatar e preservar bons jogos | Análise
Analisado no PC
Castlevania Dominus Collection é a mais recente coletânea de jogos da série Castlevania desenvolvidos e distribuídos pela Konami. A coleção foi lançada em 27/08/2024 com versões disponíveis para as plataformas Nintendo Switch, PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Konami, uma das gigantes Japonesas e uma das mais antigas desenvolvedoras de jogos, responsável por grandes franquias e inúmeros sucessos. A empresa vem a anos remasterizando e relançando seus títulos antigos através de coletâneas que não só servem para preservar vários jogos clássicos, os tornando compatíveis com os sistemas atuais, como também para apresentar esses para o público mais novo.
A franquia Castlevania é um dos sucessos mais antigos da desenvolvedora que teve sua estreia em 86 para o Disk System do NES e desde então recebeu diversos jogos para as outras plataformas lançadas até os dias atuais. Castlevania atualmente conta com duas coletâneas disponíveis que focam nos primeiros jogos e nos títulos lançados para o Game Boy Advance, agora com a Dominus Collection nós finalmente temos os jogos exclusivos do Nintendo DS que foram descontinuados a mais de uma década.
A Dominus Collection traz 5 títulos, sendo estes Castlevania: Dawn of Sorrow (2005), Castlevania: Portrait of Ruin (2006), Castlevania: Order of Ecclesia (2008), Haunted Castle (1987) e Haunted Castle Revisited (2024). Os três primeiros jogos foram exclusivos do Nintendo DS, já o Haunted Castle saiu em 87 para o arcade, sendo que agora ele recebe um remake intitulado “Revisited” como uma espécie de bônus exclusivo dessa coletânea.
O foco aqui está nos títulos de DS, estes que estão entre os melhores da franquia e como o console portátil tinha duas telas com uma delas touchscreen, algumas mecânicas tiveram de ser adaptadas, mas fique tranquilo pois tudo aqui funciona. Assim como em emuladores não oficiais, a coletânea traz um sistema que divide a tela de jogo de forma a simular as duas telas do portátil com algumas opções de formato para você escolher, deixando a tela de jogo maior, menor ou na mesma proporção da de menu. Os controles touches foram adaptados para serem acessados por um ponteiro que pode ser controlado ao segurar o R2 e movimentar o analógico, através do mouse no PC, ou de controles touch no caso do Steam Deck e do Switch no modo portátil.
No geral, os três títulos fazem o uso do touchscreen para abrir menus e até quebrar blocos na tela, contudo somente o primeiro Dawn of Sorrow tem o foco maior nos controles touch, com mecânicas que incluem o desenho de padrões de selos necessários para finalizar os chefes. Os selos de Dawn of Sorrow foram motivos de polêmica na época e várias versões alternativas trazem hacks que ignoram essa mecânica, nessa coletânea eles ainda estão presentes, mas agora não é preciso desenhar na tela, sendo necessário apenas apertar os botões na ordem mostrada na tela para completar a mecânica.
Além das mudanças nos comandos relacionados a tela touch, a coletânea também faz o uso dos botões adicionais das novas plataformas e adiciona um recurso de rollback que nos permite retroceder voltando alguns segundos no tempo. Esse recurso fica atrelado por padrão ao botão L2 do controle e pode ser acessado ao pressioná-lo, contudo o comando é um pouco inconsistente, pois o botão também é utilizado para abrir o menu especial de emulação que traz opções adicionais que incluem save state. O restante dos botões segue o padrão dos outros jogos e é possível alternar as teclas através de conjuntos de comandos pré selecionados no menu, um formato típico dos consoles que aqui não traz nenhuma atenção para quem joga nos periféricos de PC.
Os títulos originais foram feitos para serem jogados nos controles do DS que seguem o padrão dos consoles e infelizmente a versão de PC foi totalmente pensada para ser jogada com um controle e não no teclado/mouse. Apesar de funcionar com os periféricos comuns desta plataforma, os botões de ação foram mapeados de uma forma bastante incomum no teclado e para piorar, a coletânea não traz nenhuma opção para se remapear os comandos do teclado/mouse. Infelizmente a experiência no PC é duramente afetada por esta questão e só é possível jogar de forma confortável com o uso de um controle, por este motivo, caso você só tenha teclado/mouse é melhor evitar a fadiga e aguardar por atualizações.
Assim como em outras coletâneas, a Dominus Collection também inclui vários conteúdos extras que chegam na forma de galerias que trazem artes conceituais, manuais e lista de músicas com um player dedicado para quem quiser ouvir as faixas. O conteúdo extra é interessante e o livro de artes foi muito bem feito, mas as adições para por aqui e infelizmente o jogo não traz nenhuma melhoria como filtros de tela e dependendo da resolução escolhida os jogos irão ficar com baixa definição e a qualidade dos modelos será afetada. Além dessa falta de filtros, também existe atualmente um problema afetando a emulação que diminui a performance dependendo da taxa de atualização do seu monitor.
Além dos jogos de DS e suas diferentes versões, a coletânea traz como um bônus Haunted Castle e seu novo remake Haunted Castle Revisited. Lançado originalmente para os arcades, Haunted Castle está longe de ser o preferido dos fãs, sendo um título até desconhecido nesta série e com uma dificuldade razoável dada a sua qualidade técnica. A nova versão Revisited é uma forma de modernizar a experiência, modificando os gráficos que agora trazem uma pixel arte em estilo “HD” e ajustando a jogabilidade com um conjunto mais preciso e uma dificuldade mais balanceada. Mesmo com as novidades, Haunted Castle ainda está longe de ser uma experiência agradável e o título ainda deve ser tratado como conteúdo bônus, sendo que o principal foco continua nas versões de DS.
No final, Castlevania Dominus Collection é mais uma coletânea decente que cumpre seu papel, preservando bons títulos que antes só estavam disponíveis de maneira oficial em uma plataforma que já saiu de linha. O preço cobrado é OK e a experiência no geral é boa, contudo, apesar das melhorias e dos extras, a versão de PC sofre com a falta de remapeamento para os comandos do teclado/mouse. Por este motivo, caso não tenha um controle é melhor esperar por atualizações na versão de PC, ou optar por uma das versões para console.