MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics – Preservando e atualizando clássicos para os dias atuais | Análise

O preço cobrado é salgado, pois estamos falando de jogos “antigos” e a coletânea acaba incluindo 6 jogos da mesma franquia

Analisado no PC


MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics é a nova coletânea de jogos arcade desenvolvidos e distribuídos pela Capcom. A coleção foi lançada na data de ontem, 12/09/2024 e tem versões para as plataformas Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e Xbox One.

Capcom, uma das gigantes Japonesas que além de grandes franquias também possui um enorme acervo de sucessos nos arcades. Assim como a Konami, a empresa também vem há anos relançando seus títulos antigos através de coletâneas que não só tem o papel de preservar os vários jogos que ficaram presos a sistemas antigos, os tornando compatíveis com os sistemas atuais, como também servem para apresentar esses jogos para o público mais novo, através de uma experiência modernizada com adições de qualidade de vida.

Quando o assunto são jogos de luta a Capcom se tornou referência no meio com a popular franquia Street Fighter, contudo a empresa também foi responsável por outros títulos como Darkstalkers, Cyberbots e Red Earth que já foram modernizados em coletâneas passadas. Além de jogos originais a empresa também desenvolveu vários crossovers, trazendo personagens de diferentes franquias e desenvolvedoras como é o caso da SNK que virá na Fighting Collection 2 confirmada para 2025 e agora finalmente estamos recebendo os lendários Marvel vs Capcom.

Sem enrolações, esta coletânea é composta de 7 títulos, sendo seis de luta e um beat’em up. Nos jogos de luta temos em sequência de lançamento, X-Men: Children of the Atom (1994), Marvel Super Heroes (1995), X-Men vs. Street Fighter (1996), Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (1997), Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (1998) e Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes (2000). Como bônus recebemos The Punisher (1993), o beat’ em up que serviu como a primeira parceria entre as empresas Capcom e Marvel, com seu sucesso comercial nos arcades abrindo portas para os títulos que chegaram nos anos seguintes.

Como é perceptível a lista não engloba os títulos mais “recentes” da franquia Marvel vs Capcom e não temos as sequências Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds nem mesmo Marvel vs. Capcom: Infinite, ambos lançados para os sistemas mais “recentes” sendo o primeiro um sucesso comercial e o segundo não atingindo suas vendas previstas. Sinceramente esses dois títulos não fazem falta, pois a coleção traz o que temos de melhor em relação a esta franquia, contudo talvez esta pode não ser a melhor forma de jogar esses clássicos.

Assim como em outras coletâneas da desenvolvedora, está também inclui várias melhorias visuais, recursos de qualidade de vida e extras. Temos desde suporte a maiores resoluções, diferentes formatos de tela, artes de fundo, filtros de textura, modo online com partidas customizadas e rollback netcode, além de algumas configurações da máquina e ajustes para os controles, sendo possível colocar atalhos de especial e outros nos botões não utilizados. Os extras ficam por conta da galeria de imagens e player de áudio, estes que trazem artes conceituais dos jogos e a trilha sonora para ser escutada de maneira independente.

Em relação aos jogos, nesta coleção nós temos desde as primeiras colaborações das empresas com os dois primeiros títulos, X-Men: Children of the Atom e, Marvel Super Heroes que traziam somente personagens da Marvel, passando pelo primeiro crossover com X-Men vs. Street Fighter trazendo personagens de ambas desenvolvedoras e a franquia evoluindo até Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes que além de uma grande mistura de personagens, também adicionou um modo 3×3 com 56 personagens e uma dinâmica de jogo sensacional.

Apesar da coletânea trazer a evolução da franquia, fica nítido que Marvel vs. Capcom 2 acaba roubando a cena e dominando a seleção de jogos, sendo que boa parte dos jogadores só irá comprar a coleção por conta deste jogo. Contudo o que temos aqui são ports dos jogos de arcade com suas versões japonesas e americanas, por esse motivo não espere por uma experiência balanceada.

Estes jogos foram lançados a mais de 20 anos, com alguns chegando e até passando a marca dos 30, assim a experiência aqui é a típica dos arcades feitos para tirar suas moedas/fichas. A AI e o balanceamento não são constantes, com os jogos mais antigos sofrendo com a AI que dependendo da dificuldade lê seus inputs e realiza defesas e counters perfeitos e os mais novos sofrendo de desbalanceamento de personagens, onde alguns têm habilidades e combos simples devastadores a distância, já outros são fracos e sem alcance.

Mesmo trazendo uma boa e nostálgica experiência, esta coletânea ainda tem seus problemas e está longe de ser perfeita. Começando pela falta de crossplay entre plataformas, o que irá limitar muito a experiência online no futuro, visto que passado o lançamento a tendência é de o número de jogadores cair e se tornar mais difícil encontrar partidas. No PC o jogo traz o DRM Enigma que meses atrás causou problemas em Monster Hunter Rise e atualmente pode ser responsável por problemas no modo online desta plataforma que no momento que escrevia este texto se encontrava instável ou simplesmente não funcionava. O estilo de mapeamento de controles na versão de PC também não é o ideal, o jogo traz um sistema de mapeamento que se utiliza de escolha ao invés de aperto de botões e como o layout padrão é o do Xbox, o sistema acaba gerando confusão quando você irá mapear controles arcade ou customizados e de quebra o jogo atualmente não é compatível com o Dualsense no PC.

No final, MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics é mais uma coletânea que atualiza jogos clássicos para os dias atuais, adicionando melhorias de qualidade de vida sem destruir a experiência dos Arcades. O preço cobrado é salgado, pois estamos falando de jogos “antigos” e a coletânea acaba incluindo 6 jogos da mesma franquia, por este motivo e pelas inconsistências do lançamento eu prefiro recomendá-la no lançamento somente para quem é fã e não vê a hora de jogar, caso contrário é melhor esperar por uma promoção.

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