Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club – Uma experiência de Anime/Manga com muitos cliques | Análise

Analisado no Nintendo Switch


Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club é um jogo de aventura narrativa desenvolvido pela Nintendo em parceria com a Mages. O título foi publicado pela Nintendo em 29/08/2024 como mais um exclusivo do Nintendo Switch.

Não só de Mario, Zelda, Kirby e Metroid vive a Nintendo e a desenvolvedora também tem em sua biblioteca títulos que fogem dos gêneros de plataforma, RPG e metroidvania. Um destes é a Famicom Detective Club, uma duologia de visual novels lançada originalmente em 1988/89 no NES através do Disk System com remakes para Switch em 2021. Emio – The Smiling Man chega para fazer parte do Famicom Detective Club, o título é a terceira entrada nesta série que chega trazendo uma história interessante, mas pecando na jogabilidade e desenvolvimento/ritmo de jogo.

Em Emio nós iremos assumir o papel de um assistente de detetive particular que trabalha em uma agência contratada pela polícia para auxiliar nas investigações de um assassinato. A história gira em torno de um homicídio que pode ter relação com crimes passados, uma lenda urbana ou apenas um caso isolado e após investigar e analisar as pistas o jogador precisa tentar descobrir quem é o “Assassino Sorridente”. A história é legal e te prende querendo sempre saber o que pode acontecer no próximo capítulo, contudo a jogabilidade deixa muito a desejar e torna a experiência bastante cansativa e às vezes até frustrante.

Visual novels são aventuras narrativas que quase sempre se baseiam em acompanhar uma história para tomar decisões no estilo point’n click, Emio segue esse mesmo estilo, porém adiciona uma espécie de pequenos puzzles sem sentido que quebram o ritmo e só adicionam mais cliques a experiência.

A jogatina em grande parte se resume ao típico perguntar e ouvir a conversas para reunir provas, o diferencial é que nada aqui é direto e você precisa utilizar um menu lateral onde temos opções que variam de acordo com o capítulo, mas que no geral sempre trazem opções para conversar/escutar, chamar, examinar e pensar, com os pontos relevantes sendo registrados de maneira automática em um caderno de anotações. Por conta desse sistema, em cada uma das conversas com NPC é necessário navegar entre as opções testando o que funciona e o que não funciona para prosseguir nos diálogos, pois simplesmente o ato de continuar uma conversa pode ficar travado por uma opção de examinar o NPC, algo que muitas vezes não faz qualquer sentido e acaba quebrando o ritmo de jogo. O problema é que isso é praticamente constante e você nunca sabe qual opção será a necessária para continuar o diálogo.

Por exemplo, em uma situação o diálogo com um NPC teve o fluxo interrompido abruptamente e todas as opções de conversa e pensar não funcionavam, com o gatilho para continuar a conversa sendo o ato de examinar o rosto do NPC. Ao fazer essa ação o personagem mostrou uma foto que deu sequência a conversa, só para ter de fazer isso novamente depois da sequência. Este ato simplesmente não teve nenhum sentido, visto que a opção para mostrar a foto poderia muito bem estar contida na linha de diálogo, com o jogador simplesmente optando por interromper o NPC para mostrar a foto, ou apenas prosseguir com a conversa, agora imagina isso acontecendo em cada um dos encontros.

Infelizmente a dinâmica de jogo é bem ruim e arcaica, nós perdemos muito tempo por conta deste sistema de opções que só adiciona mais cliques a experiência e o fluxo da história acaba sendo interrompido às vezes em partes interessantes, quebrando assim o ritmo de jogo. Para piorar, não temos localização em PT-BR nem mesmo áudio em inglês ou rolagem automática de textos, assim é preciso jogar com o áudio em japonês que foi bem gravado e legendas em inglês, algo que acaba limitando a experiência para quem não é fluente em alguma destas línguas.

Apesar da jogabilidade não ser o ponto algo da experiência, Emio traz um conjunto de visuais e efeitos sonoros com a qualidade Nintendo. Apesar de não ter localização para outras línguas, o áudio foi muito bem gravado com personagens que expressam muito bem o que querem passar para o protagonista e de quebra temos efeitos sonoros legais. Os visuais aqui seguem o padrão Anime/Manga, tudo foi muito bem desenhado, com modelos bem feitos e cenários de plano de fundo cheios de detalhes, sendo que alguns possuem até animações. No geral a qualidade está muito boa e a sensação é a de estar acompanhando um Anime/Manga interativo.

No final, Emio – The Smiling Man traz uma história interessante em uma experiência que infelizmente é afetada pela jogabilidade e pelas limitações de localização. O preço cobrado é um pouco salgado e por conta das limitações eu prefiro recomendá-lo somente para quem se interessar.

Confira no vídeo abaixo um trecho de gameplay de Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club:

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