Analisado no PlayStation 5
Call of Duty: Black Ops 6 é um jogo de tiro e ação desenvolvido principalmente pela Treyarch, Raven Software e Beenox, e distribuído pela Activision. O game se passa nos anos 90, sendo uma sequência direta de Call of Duty: Black Ops Cold War, retomando a tradição da série Call of Duty em retratar conflitos históricos.
Sendo o COD do ano, a nova experiência chefiada pela Treyarch promete trazer de volta o sentimento dos antigos Black Ops, que focaram principalmente em guerras passadas, como a guerra fria ou a guerra do Vietnã. Desta vez, o título da maior franquia de ação do mundo dos jogos traz uma ambientação dos anos 90, inspirando-se fortemente no primeiro jogo da saga lançado.
Call of Duty, na grande maioria dos títulos, possui três tipos de experiências principais, a Campanha, o Multiplayer e o tradicional modo Zombies. Para facilitar o entendimento dessa review, analisaremos os três modos separadamente através de subtítulos.
CAMPANHA
Diferente de Cold War, o desenvolvimento de Call of Duty: Black Ops 6 ocorreu de maneira bem mais tranquila, com a equipe de criação dispondo de mais tempo para planejar cuidadosamente cada missão. O resultado é uma campanha marcante que, embora curta — como é típico da franquia —, transporta o jogador de volta ao estilo clássico dos primeiros CODs, com missões variadas e aventuras que incentivam múltiplas abordagens.
Em Black Ops 6, cada missão conta uma história distinta, sendo difícil perder a atenção ou a diversão. Auxiliando este quesito, para ampliar o fator replay, o jogo introduz um sistema de progressão de habilidades, que podem ser compradas com dinheiro coletado durante a campanha. Isso não só aumenta o prazer da exploração como também motiva o jogador a buscar todos os recursos escondidos nos mapas das aventuras.
Esse sistema de progressão se destaca porque as missões em Black Ops 6 são amplamente abertas, oferecendo diversas possibilidades de abordagem. Assim, o jogo se adapta ao estilo do jogador, permitindo que ele avance da forma que considerar mais conveniente. Em Call of Duty: Black Ops 6, o jogo se adequa a forma que o jogador quer jogar, e não ao contrário.
O único ponto negativo na campanha é a falta de um final claro, deixando evidente que a história será continuada nos próximos títulos da franquia. Embora essa escolha busque manter o jogador curioso, a ausência de uma conclusão parcial pode frustrar alguns. A campanha é envolvente e evita a monotonia, o que acaba deixando o jogador com vontade de continuar mesmo após o final e esse acaba sendo o principal problema.
Em resumo, Call of Duty: Black Ops 6 entrega uma campanha envolvente que combina nostalgia com inovações bem-vindas, como o sistema de progressão e a estrutura aberta das missões. Esses elementos, aliados ao cuidado no desenvolvimento, proporcionam uma experiência rica e recompensadora que se adapta ao estilo de cada jogador. Apesar da ausência de um desfecho definitivo, que pode deixar alguns desejando mais, a campanha cumpre o papel de reviver o espírito clássico da franquia enquanto prepara terreno para novas etapas no futuro.
MULTIPLAYER
Caso o jogador tenha encerrado a campanha sedento por mais gameplay, a opção mais natural de escolha é o multiplayer, que prometeu ser diferente dos jogos anteriores, inovando com a ONI Movimento, que permite o jogador correr, deslizar e saltar em todas as direções, transformando a movimentação do COD em algo ainda mais dinâmico e frenético.
Essa nova movimentação implementada no novo título, dita o que a Activision busca para os próximos CODs, e afasta cada vez mais o jogador mais antigo da franquia, que está acostumado com a movimentação mais lenta de títulos antecessores, como em Call of Duty: Modern Warfare 2 ou Call of Duty: Black Ops.
Para complementar o estilo de jogo mais dinâmico, o novo título não decepciona nos mapas, que seguem uma proposta clara e objetiva: serem pequenos e extremamente propícios a confrontos 100% do tempo, causando uma sensação de dopamina no jogador que deve sempre estar preparado para outra batalha.
Apesar de grande parte dos mapas seguirem essa cartilha, alguns deles vão em uma proposta contrária, sendo grandes até demais para o ritmo imposto pelo jogo, causando uma sensação chata e de tédio.
Em Call of Duty: Black Ops 6 o Time to Kill é moderado, não sendo nem muito fácil de eliminar seu alvo, e nem muito difícil, sendo uma boa implementação para a franquia, que vinha sendo muito criticada pelos jogadores que não gostavam de um TTK muito rápido.
Em relação às armas, Black Ops 6 é extremamente contido em comparação aos seus antecessores. Vindo com apenas 25 armas primárias, seis secundárias e duas corpo-a-corpo no lançamento, sendo um número extremamente reduzido em relação ao título anterior da franquia, que, no final de sua vida útil, contava com mais de 100 armas. Essa decisão por parte da Treyarch é clara, já que este COD é responsável por dar início a um novo ciclo de gameplay, não tendo nenhuma ligação com o título anterior da franquia, assim recomeçando o looping já visto outras vezes na franquia.
Decisão essa que se mostrou extremamente acertada, com o sistema de personalização de armas sendo completamente funcional, tornando a experiência, que antes era maçante, em algo extremamente polido e agradável, com personalizações que melhoram efetivamente suas armas
O sistema de criação de classes também foi completamente renovado, buscando muito mais o sentimento dos jogos antigos, sem nenhuma opção muito absurda que possa quebrar o jogo. Em suma, o novo sistema de criação de classes está balanceado e divertido, sendo outra ótima alteração proposta pelo título da vez.
Confira no vídeo abaixo duas partidas no modo Multiplayer:
Em conclusão, o multiplayer de Call of Duty: Black Ops 6 se destaca por buscar um novo ritmo e estilo de gameplay, trazendo mudanças significativas tanto na movimentação quanto na abordagem estratégica dos mapas e armas. A redução e simplificação no número de armas e opções de personalização mostram uma escolha acertada da Treyarch, que aposta em uma experiência mais direta e acessível, especialmente para jogadores casuais. Embora o jogo inove em alguns aspectos que podem afastar os fãs mais tradicionais, ele oferece um equilíbrio interessante entre acessibilidade e profundidade, pavimentando o caminho para uma nova era na franquia.
ZOMBIES
O modo Zombies do Call of Duty: Black Ops, provavelmente é um dos modos mais tradicionais de toda a franquia COD. Porém, com o passar dos títulos, o modo, que teve seu ápice em BO2, acabou afastando os fãs mais antigos, que não viam as novas experiências propostas pela Activision como satisfatórias, e reclamavam que o modo havia perdido sua personalidade, que era tão evidente em títulos antecessores.
Agora, com o novo modo Zombies apresentado em Call of Duty: Black Ops 6, a Treyarch prometeu trazê-lo novamente para suas origens, com uma experiência muito mais parecida com seus antecessores que consagraram esse modo tão querido, reformulando completamente a experiência vista nos jogos anteriores.
Essa decisão foi extremamente acertada por parte da empresa, que conseguiu trazer novamente um modo divertido, empolgante e extremamente desafiador, sendo um prato cheio para todos os tipos de fãs do Zombies, que finalmente podem aproveitar o modo que está extremamente polido e agradável.
Voltando às origens, com novas mecânicas sutis e muito bem-vindas, o modo Zombies do Call of Duty: Black Ops 6 é extremamente divertido de ser jogado com amigos ou até mesmo sozinho. Podendo ser aproveitado pelo jogador que gosta de fazer os famosos Easter Eggs e também pelo jogador que somente quer se desestressar matando dúzias e dúzias de zumbis.
Call of Duty: Black Ops 6 entrega uma experiência completa e bem polida em todos os modos de jogo, com destaque para suas mudanças no gameplay e um retorno às raízes nos elementos mais tradicionais. A campanha oferece missões envolventes e abertas, adaptando-se ao estilo do jogador e mantendo a diversão com seu sistema de progressão. No multiplayer, o novo sistema de movimentação e mapas pequenos garantem combates frenéticos, enquanto a simplificação na personalização de armas torna o jogo mais acessível. Já no modo Zombies, a Treyarch resgata a essência clássica, proporcionando uma experiência divertida e nostálgica, ideal para fãs antigos e novos. A franquia finalmente parece ter entrado nos trilhos novamente, após anos e mais anos de incertezas e escolhas extremamente questionáveis. Call of Duty volta às origens da melhor forma possível.