Metro Awakening VR – Imersão completa nesse mundo em VR | Análise no PSVR2

Metro Awakening VR traz uma ótima jogabilidade, com momentos de tensão que vou lembrar sempre.

Analisado no PlayStation VR 2


Desenvolvido em parceria com a Deep Silver, a Vertigo Games acaba de lançar seu mais novo jogo para realidade virtual baseado da saga Metro, que foi uma adaptação do romance do autor russo Dmitriy Glukhovskiv, o primeiro jogo Metro 2033 foi lançado em 2010 para Xbox 360 e Windows.

De lá pra cá tivemos mais dois jogos lançados para videogames e PC, Metro: Last Light (2013) e Metro: Exodus (2017) os quais não joguei nenhum, então essa análise será baseada apenas na minha experiência com Metro Awakening VR no PlayStation VR2. Esse jogo, que traz uma história nova e exclusiva para realidade virtual, com certeza nos faz ter uma imersão completa, pois dessa vez estaremos “dentro” do jogo e não apenas olhando para o monitor ou TV.

Metro Awakening se passa no ano de 2028, e os sobreviventes do Armagedom nuclear foram para os túneis do metrô para se protegerem da radiação, lá eles montaram abrigos e tentam sobreviver da melhor forma possível.
Na pele de um médico chamado Serdar temos que enfrentar a escuridão dos túneis, em busca do medicamento que a esposa precisa, ela sofre alucinações e sempre ouve a voz do filho que morreu há 15 anos, mas acreditem, isso é APENAS a ponta do iceberg.

Serdar precisará combater animais mutantes, pessoas que não querem a paz e tentam resolver tudo na bala, além disso precisamos tomar cuidado com a radiação, isso tudo no melhor estilo stealth, mas com muita munição, pois os mutantes não são nada fáceis de derrotar.

Não tem como começar essa análise senão pelos gráficos, que pra mim é uma das partes mais importantes, principalmente em jogos de realidade virtual que tentam fazer o jogo o mais parecido possível com a realidade em que vivemos.

Em Awakening a parte gráfica não fica muito atrás de títulos “grandes” como Resident Evil 4 Remake, que considero um jogo nota 9.8 nesse quesito, e quem acompanha as análises e nos segue em nosso canal do YouTube já sabe que pra mim até hoje no PlayStation VR2 o melhor gráfico continua sendo Red Matter 2 que leva uma nota 10 com louvor.

Já em Metro, citando uma nota comparativa com esses jogos acima, ela seria 8.5 que é ótimo, mas não excelente e o que mais faz diferença aqui são os detalhes, com algumas partes menos importantes do jogo que não recebendo o mesmo tratamento de partes que contam a história. O começo apresenta personagens super bem feitos e detalhados, é aqui também onde somos apresentados ao abrigo, um lugar cheio de habitações improvisadas, pessoas vivendo suas vidas, conversando, mostrando uma riqueza em detalhes.

As partes “menos importantes” que mencionei são quando vamos para os túneis e passamos por partes comuns, sem muitos detalhes ou com aquele “tratamento” de texturas mais baixas para deixar o jogo menos pesado, alguns exemplos são armários, chão com pedras que antes pareciam soltas, mas chegando mais perto parecem um adesivo colado imitando as pedras. Isso não tira a graça e o interesse pelo jogo, pois a imersão que ele traz vai muito além de apenas detalhes, mesmo assim vou citar detalhes que gostei, como por exemplo o fogo dos latões que estão aquecendo o pessoal nos abrigos tem uma textura e movimento muito bons, podendo até queimar nossa mão se encostarmos nele, outro detalhe é poder pegar quase todos os itens que tem no cenário, e isso fica evidente logo no começo onde estamos no abrigo de Serdar e tem uma variedade muito boa de itens como o violão que conseguimos tocar e o piano que funciona perfeitamente, além de algumas peças de xadrez e por aí vai, infelizmente depois que o jogo realmente começa esse tipo de detalhe fica meio esquecido e quase não encontramos mais nada para interagir além de garrafas e latas que usamos para chamar a atenção de algum inimigo para outra direção, além de armários que abrimos para procurar munição.

O efeito de iluminação é excelente e quando estamos com nossa lanterna ativada, os inimigos, principalmente os humanos a percebem e dizem – “Que luz é essa?” – aí iniciam uma pequena busca até desistirem de procurar, eu andei a maior parte do jogo com ela desligada pois podemos derrotar os humanos, batendo em suas cabeças com uma garrafa ou com nossa própria arma em estilo stealth, digo isso pois quando os inimigos se juntam é morte certa ou uma boa quantidade de balas gastas, à toa.

Os monstros que tem no jogo são terrivelmente assustadores, e contam com texturas e detalhes muito bons, mas existe pouca variedade pois contei apenas três durante o jogo todo, ratos gigantes (são os primeiros que aparecem logo no prólogo) que precisam de muita munição ou armas mais fortes para serem derrotados, ratos médios que são rápidos e atacam de todos os lados pois fizeram vários túneis nas paredes e podem aparecer de qualquer lugar, geralmente nos dando vários jump-scares, aí depois disso só tem aranhas mutantes do tamanho da palma de nossa mão e umas maiores com o triplo do tamanho, aliás essas partes com aranhas são as mais tensas do jogo pois a trilha sonora faz um papel espetacular trazendo uma música e efeitos que nos deixam com frio na espinha tentando não levar um susto quando uma aranha surge do nada na nossa frente.

Inclusive esse jogo traz ambientes claustrofóbicos como os túneis dos ratos e dutos de ar que precisamos entrar para chegar em outras salas, além dos túneis serem apertados nunca sabemos o que iremos encontrar dentro ou virando a próxima esquina.

Os controles de Metro Awakening VR são excelentes, intuitivos e fáceis de usar, os destaques aqui pra mim ficam por conta da nossa mochila, que fica nas costas do personagem, mas precisamos ficar segurando na nossa frente enquanto pegamos os itens, similar ao estilo de interação visto em The Walking Dead: Saints and Sinners. A mochila traz um gerador de energia para recarregar a bateria da nossa lanterna e gerar energia para alguns painéis que abrem portas ou ativam os “trollers”, veículos que nos levam pelos trilhos do metro. Além disso ela comporta itens essenciais como máscara de proteção e nossa seringa de remédio, nela uma ampola com um liquido azul muito bonito.

No decorrer da história o nosso arsenal é expandido, além da pistola Glock que já fica em nosso coldre na cintura, teremos também uma metralhadora, uma besta, uma shotgun adaptada, granadas e até uma zarabatana. Elas não oferecem upgrades, mas posso dizer um dos destaques aqui é o jeito que recarregamos essas armas, pois é possível reutilizar armas deixadas pelos inimigos ou guardar suas munições, e pra mim essa parte trouxe muita imersão, com o fato de que não sabemos quanto tem de munição em algumas armas, pois o jogo não mostra um número disso, por conta disso ele nos força a destacar o pente e olhar quantas balas tem ainda, adorei esse sistema pois dificulta um pouco as coisas e traz mais realidade pro jogo mas mesmo assim ainda deixando-o simples.

Outro detalhe é o uso da máscara de proteção contra radiação. Para equipá-la, é necessário pegar na mochila, colocar o filtro e, a partir daí, aparece um contador de 3 minutos em tempo real no nosso relógio de pulso — que também mostra a hora real do nosso PlayStation 5 — e diz quanto tempo ainda nosso filtro irá funcionar quando estamos em zonas de risco, que são facilmente vistas pelos cogumelos luminescentes ou pelo nosso contador geiger que começa a apitar. Fora isso, nossas mãos e armas não atravessam paredes ou objetos, o que tirariam nossa imersão.

A trilha sonora com certeza é uma das melhores que já ouvi, em todas as partes ela traz o clima que cada ambiente merece, mas para mim o maior destaque fica na parte das aranhas em que o som com certeza faz a gente ficar com muito medo de avançar, um ótimo trabalho da equipe de desenvolvimento. As vozes de cada personagem são excelente e como o jogo se passam na Rússia tem aquele sotaque carregado de russos falando inglês. Infelizmente não temos uma dublagem em português e muito menos legendas em nosso idioma, isso pode afastar muitas pessoas que não entendem outro idioma, e por se tratar de uma narrativa muito forte em questão de história ficarão sem entender a trama ou até não irão comprar o jogo SÓ por causa disso.

A performance do jogo se mostrou estável, durante minha aventura não tive muitos problemas com glitches no jogo, só umas coisinhas que ficaram acima do chão como se estivessem flutuando, fora isso tive apenas um crash, onde o jogo fechou sozinho. No entanto, o sistema de de save ficou meio confuso, pois mesmo selecionando o slot eu não conseguia voltar para onde estava depois de apertar o continuar, aí tive que começar o capítulo novamente sendo que já estava no meio dele.

Metro Awakening VR veio para mostrar que o PlayStation VR2 pode ter ótimos jogos, demorei 11 horas para finalizar no modo normal, mas não peguei todos os colecionáveis no game, o que me fará voltar em algumas fases para procurá-los, os gráficos são ótimos mas não surpreendentes, a trilha sonora é maravilhosa, os ambientes são super imersivos, e traz uma ótima jogabilidade, com momentos de tensão que vou lembrar sempre.

Confira no vídeo abaixo as primeiras impressões de Metro Awakening:

Sair da versão mobile