Mario & Luigi: Brothership – Uma viagem que diverte, mas é cansativa | Análise

Analisado no Nintendo Switch


Mario & Luigi: Brothership é o novo jogo de RPG da série Mario & Luigi desenvolvido pela Acquire e distribuído pela Nintendo. O título é mais um exclusivo da plataforma Nintendo Switch estando disponível desde 07/11/2024.

Sendo o primeiro título que não é desenvolvido pela AlphaDream, Mario & Luigi: Brothership moderniza a experiência com novos visuais e mecânicas de jogo, mas peca na duração e na repetição, um conjunto que com certeza deixará os fãs divididos.

Para quem não conhece ou nunca jogou, a série Mario & Luigi adapta as mecânicas e o conceito de Super Mario RPG, colocando os encanadores em uma aventura que traz uma mistura de exploração e combate em turnos jogados com a dupla. A franquia começou em 2003 com todos os jogos sendo desenvolvidos pela AlphaDream até a falência da empresa em 2019, Brothership é o primeiro jogo feito por uma nova desenvolvedora e a Acquire ficou encarregada de modernizar essa aventura.

Sem spoilers, em Brothership os irmãos encanadores partem em uma nova aventura e são transportados para o mundo/continente de Elétria. Após alguns eventos, eles concordam em ajudar Tetê, uma arboguarda que os envia em uma missão para restaurar e reconectar os faróis a Arbolux, uma árvore que serve como condutora da Unilux, a energia que rege este lugar e que misteriosamente foi bloqueada. A história é legal e no controle dos irmãos nós iremos visitar diferentes ilhotas, todas com biomas únicos e personagens cativantes, mas não espere nada sério, pois o ritmo aqui segue o padrão dos jogos Nintendo com uma história descontraída.

A jogabilidade continua a mesma da franquia com a adição de novas mecânicas. Para quem nunca jogou, a série se baseia em Super Mario RPG, assim temos uma livre exploração com alguns puzzles e um combate em turnos onde é preciso apertar os botões de ação no tempo correto para realizar combos.

Brothership moderniza a jogatina introduzindo um conceito de navegação e ilhas. Aqui os encanadores irão ter uma Ilha Nauta como navio e base de operações, a partir dessa será necessário navegar por correntes e literalmente se atirar através de um telecanhão para acessar as ilhas. Cada ilha possui uma temática, bioma e história única, você precisa explorar os caminhos para completar o objetivo principal e assim conectar o farol de cada ilha a Arbolux, a árvore central localizada na Ilha Nauta.

A exploração é feita de forma livre, mas ao se atirar em uma nova ilha será necessário avançar na história do local para conseguir voltar à Ilha Nauta. A jogatina segue o padrão dos jogos do encanador, temos plataformas em alguns mapas e existe um fator backtracking, pois diversos caminhos estarão bloqueados e só serão liberados conforme você avança na história para conseguir novas melhorias, mas não se preocupe pois os canos estão presentes para ajudar a retornar aos locais.

Para chegar aos objetivos será necessário concluir um mix de atividades, algumas inspiradas em outros jogos da desenvolvedora e outras novas, temos desde os típicos blocos com moedas e alguns com tempo, até pescaria e pequenos puzzles que irão requerer manipulação de objetos para se alcançar objetivos e também Luigideias para serem completados através da cooperação dos dois personagens. O título também traz um minigame com os martelos, mas este acaba sendo demasiadamente frustrante por conta dos problemas de performance que iremos falar mais abaixo.

O combate segue o padrão Super Mario RPG, com uma batalha em turnos onde é necessário apertar os botões de ação no tempo correto para realizar combos, evitar dano ou bloquear ataques. A dificuldade é baixa justamente pois o sistema permite que o jogador evite grande parte dos danos, sendo necessário apenas pular em uma janela de tempo generosa para evitar ataques. Atacar já é uma história diferente, pois a janela de ação é curta e por este motivo é fácil perder o tempo dos combos e acabar causando pouco dano.

No geral o combate é extremamente repetitivo e acaba ficando enjoativo após poucas horas de jogo, não existem muitas opções e você acaba repetindo as mesmas ações por diversas vezes. As lutas com chefe são demasiadamente longas e algumas são compostas de etapas que envolvem uma espécie de mini game, estes que geralmente são baseados em tempo e acabam sendo afetados pelos problemas de desempenho, fatores estes que também influenciam nos ataques especiais da dupla.

A ambientação está legal e o título chega com um estilo similar ao dos últimos jogos da Nintendo que aos poucos está modernizando os visuais de seus clássicos com remakes baseados em modelos 3D. Brothership entrega uma experiência completa em 3D com novos personagens fofinhos e dignos de pelúcias, modelos e cenários bem construídos e repletos de detalhes, além de elementos que remetem ao estilo dos últimos jogos em 3D do encanador. A trilha sonora é um mix, por um lado o jogo traz faixas divertidas que embalam a jogatina, por outro temos uma dublagem limitada que exagera na quantidade de “Marios e Luigis” que os personagens falam. Existe um excesso de diálogos e como os personagens não falam de fato, prepare seus ouvidos pois você vai cansar de ouvir literalmente os dois repetirem os nomes “Mario” e “Luigi” como perguntas e respostas.

Excesso de diálogos a parte, este é mais um título da Nintendo totalmente localizado para PT-BR. A localização está excelente e não temos apenas uma simples tradução para nosso idioma, tudo foi refeito para o PT-BR levando em consideração nossa cultura e encontramos referências dos nomes de locais e personagens, até trocadilhos e termos, o resultado ficou excelente e entrega uma aventura divertida e fácil de ser acompanhada.

Não é novidade que o Nintendo Switch tem suas limitações para os dias atuais e diversos lançamentos sofrem de problemas de desempenho na plataforma. Brothership chega travado a 30 quadros e com problemas para se manter estável tanto no modo dock quanto no modo portátil. Infelizmente o jogo tem problemas de desempenho e são comuns quedas de quadros, além de um pouco de atraso nos comandos, ambos estes que acabam afetando a experiência seja durante a exploração, combate ou minigame. As quedas de quadros são mais presentes durante a exploração e menos durante o combate, contudo o atraso nos comandos é notável durante as mecânicas que requerem uma janela de tempo para apertar botões, neste nós somos forçados a tentar antecipar as ações e o problema pode acabar fazendo você perder golpes especiais e também torna o minigame de martelos extremamente frustrante pois é necessário atingir 100 rebatidas perfeitas.

Apesar de modernizar a série e ter uma excelente localização, Mario & Luigi: Brothership
traz uma experiência que é afetada pela sua longa duração. O título é divertido, porém o ciclo de jogo é curto e a aventura se estende por uma média de 30 a 40 horas, sendo fácil se cansar por conta da repetição, do excesso de diálogos e do backtracking. O preço cobrado é salgado e eu prefiro recomendá-lo no lançamento somente para fãs, do contrário é melhor esperar por uma futura promoção.

Confira o inicio do gameplay de Mario & Luigi: Brothership no vídeo abaixo:

Sair da versão mobile