Skydance’s BEHEMOTH – Qualidade, diversão e muita imersão | Análise
Estar em mundo que lembra Skyrim e Shadow of the Colossus sempre foi um sonho.
Analisado no PlayStation VR 2
Desde que foi anunciado Behemoth atraiu muito a atenção dos entusiastas e amantes da realidade virtual assim como eu, afinal de contas viemos de muitas eras atrás com nossas espadas desbravando mundos medievais, conversando com NPC’S, enfrentando monstros gigantescos, e admirando magníficas paisagens…, mas isso tudo apenas pela tela flat de nossas TVs.
Estar dentro de um mundo desses sempre foi o sonho de fãs de Skyrim e nesse caso, Shadow of the Colossus, pois não tem como entrar no mundo de Behemoth e não mencionar esses dois jogos, e apesar de não ser um RPG vasto como Skyrim, tem muito de sua essência, pois as paisagens e a atmosfera são dignas dele, assim como os Behemoth, que são monstros gigantescos que devemos escalar para chegar em seus pontos fracos, nos remetendo à Shadow of the Colossus, e digo tudo isso pois a Skydance com certeza fez um ótimo trabalho para nos proporcionar a melhor experiência em realidade virtual envolvendo esses dois jogos. Behemoth estava previsto para ser lançado em novembro mas foi adiado até a data de 5 de dezembro, infelizmente nós recebemos a chave para a análise faltando dois dias para ser lançado, o que nos deu pouquíssimo tempo para jogar e analisar corretamente um jogo desse naipe, e mesmo sabendo que ele receberia um patch de correções em seu primeiro dia lançado, alguns analistas/youtubers se arriscaram a dar suas opiniões e levaram a crer que era um jogo ruim, por isso minha análise está sendo publicada apenas hoje e felizmente alguns desses “influenciadores” voltaram atrás e pediram desculpas por terem se precipitado. Pois Behemoth é um jogo incrível!
A história nos leva às Terras Esquecidas, onde o caçador e guerreiro Wren, parte para acabar com uma maldição que assola sua vila e a si mesmo, ele precisa enfrentar e acabar com os Behemoths, monstros gigantescos que vagam por essas terras, mas se você acha que será uma tarefa fácil, sugiro que coloque o jogo na dificuldade “Novato”, senão prepare-se para morrer muito enfrentando humanos saqueadores corrompidos que tentam de qualquer forma proteger o legado dos Behemoths ao longo do caminho… e bota longo nisso, a sorte (ou azar) de Wren, é que ele tem Silja, o espírito de uma mulher que lembra pouco das coisas, mas que possui o corpo de Wren dando a ele força sobre-humana para enfrentar desafios e inimigos, além disso é ela que nos leva às armas lendárias que servem para matar os Behemoths de uma vez por todas.
O jogo se passa em quatro biomas diferentes, incluindo montanhas nevadas, pântanos lamacentos e ambientes inóspitos incluindo muitos acampamentos de saqueadores, cavernas, templos, e uma ótima variedade de cenários que transbordam detalhes trazendo uma imersão sensacional!
Os gráficos são limpos e muito bonitos no nível de Resident Evil 4 Remake e Horizon Call of the Mountain, mas ainda não conseguem bater Red Matter 2 que pra mim ainda tem os melhores gráficos que já vi em realidade virtual (lembre-se, estou comparando com jogos do PSVR 2). O brilho do metal, a iluminação das tochas em ambientes escuros, a ambientação e imersão que o jogo traz é incrível, mas principalmente as texturas estão muito detalhadas nos personagens e cenários, o que com certeza merecem sua atenção. Antes do jogo ser lançado tive problemas com texturas que desapareciam ou objetos que alguém apontava, mas não estavam lá, mas felizmente a maior parte desse problema foi corrigida com o patch do dia um.
No começo do jogo não temos nenhuma arma “nossa”, e temos que pegar as que encontramos pelo caminho, no caso a primeira que encontramos é uma espada curta, parecendo uma adaga que pode ser guardada em nosso cinto, tanto do lado esquerdo como no direito, mas ao longo do caminho vão aparecendo armas diferentes que podem ser guardadas em uma espécie de segundo bolso, também localizado na cintura, nos dando um total de quatro armas. Na parte dos ombros também podemos guardar armas, puxando-as sempre que precisarmos, em nosso peito encontramos um mapa e a “árvore de habilidades” de Wren que iremos aperfeiçoando pelo caminho, fora isso também temos um lugar abaixo do peito para guardar as bolsinhas de remédio para curar nossa saúde, e por que estou sendo tão minucioso em falar tudo isso? – Bem, porque até a gente pegar a primeira arma lendária, é bom guardar todas as armas que encontrarmos pelo caminho como uma espécie de reserva, pois se você estiver com apenas uma e a perder sem querer, vai ter que voltar buscar pois o jogo só deixa as armas lendárias voltarem automaticamente pros lugares delas, então é uma garantia para não morrer a toa.
Além das armas, Wren também recebe um arpéu de um cavaleiro misterioso, e que serve para nos levar à lugares altos, passar por despenhadeiros, e também depois de alguns upgrades que encontramos pelo caminho, serve como arma para puxar os inimigos, mas o mais importante é que ele nos ajuda a subir e escalar os temíveis Behemoths. Devo dizer que achei um pouco complicado a mecânica do arpéu no começo, mas depois do primeiro patch de atualização ele melhorou bastante e fica muito fluído, além de dar aquela sensação incrível de estarmos realmente pendurados e balançando em lugares extremamente altos.
Os combates contra os inimigos e principalmente contras os chefes humanos, são bem interessantes pois exigem paciência e técnica, assim como nos jogos da série Souls, pois os inimigos são fortes e qualquer vacilada você perde muita vida ou acaba morrendo rápido mesmo, então não adianta apenas ficar balançando as espadas nos inimigos achando que vai derrotá-los.
A coisa melhora um pouco quando pegamos a primeira arma lendária, pois essas armas são realmente muito fortes, dentre elas são uma espada, um arco com flechas mágicas e um machado.
É claro que o que mais se destaca à primeira vista são os combates com os Behemoths, mas que por sua vez talvez decepcionem um pouco pela simplicidade e devo dizer também na facilidade de enfrentar e derrotar os inimigos mais poderosos do jogo pois podemos errar bastante, cair de alturas consideráveis que o jogo é super bonzinho e sempre cria checkpoints bem próximos da onde morremos e após descobrirmos o que temos que fazer o combate acaba sendo não muito espetacular como achávamos que seria.
Devo ressaltar algo que adoro em jogos de realidade virtual que é a física dos objetos, as armas por exemplo não atravessam paredes e quando colidem com algo parece realmente que está encostando naquele objeto e até mesmo nos inimigos, pois sentimos que estamos batendo em algo, tem armas pesadas tipo um machado que se não pegarmos na parte certa ela ficará bambeando em nossas mãos, pendendo o peso pra baixo, as cordas são um detalhe a parte pois se movimentam muito bem e também conseguimos cortar e interagir com elas como se fossem reais, então parabéns aos desenvolvedores.
O som do jogo é digno de um filme medieval épico, músicas pomposas, o som do metal das espadas se chocando, flechas zunindo quando passam perto de nossa orelha, as vozes dos personagens são ótimas e principalmente os sons aterrorizantes que os Behemoth fazem nos levam a ficar imersos por muito tempo dentro do jogo, aliás tem partes que precisamos tapar nossos ouvidos literalmente para não perder vida, ou colocar a mão sobre a boca para passar por partes com gases venenosos. O PlayStation VR2 ainda conta com a vibração que garante uma ótima experiência.
Skydance’s Behemoth é um jogo feito por pessoas que amam jogos em realidade virtual, amam qualidade, e principalmente adoram trazer a maior diversão e imersão possível em seus jogos, e assim como em The Walking Dead Saint’s and Sinners ela não erra a mão e traz um jogo com gráficos deslumbrantes, uma jogabilidade instintiva, uma história interessante, mas pouco fraca que mesmo assim nos faz querer chegar ao fim para saber o desfecho, uma imersão e sensação de imensidão absurda, um ótimo desafio com inimigos fortes, chefes magníficos e com aproximadamente 10 horas de duração, ou mais, para quem quiser pegar todos os troféus e colecionáveis.